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Dilma Rousseff

Dilma Rousseff é a primeira mulher a ser eleita presidente do Brasil, permanecendo nessa posição entre os anos de 2011 e 2016. Seu governo foi interrompido por um impeachment.
Lula e Dilma de mãos dadas
Dilma Rousseff foi a primeira mulher na presidência do Brasil. Sucedeu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma Rousseff é uma política brasileira e foi primeira mulher a assumir a presidência do Brasil. Foi eleita presidente em 2010 e reeleita para o mesmo cargo em 2014. Seu segundo governo foi abreviado por um impeachment, entendido como um golpe parlamentar.

Rousseff é filha de um imigrante búlgaro que prosperou no Brasil e cresceu em um ambiente familiar de classe média alta. Foi militante em sua juventude, engajando-se em organizações que atuaram na luta armada durante a Ditadura Militar, embora nunca tenha se envolvido diretamente com as ações armadas. Foi presa e torturada por agentes da ditadura.

Leia mais: Presidentes do Brasil

Resumo sobre Dilma Rousseff

  • É uma política brasileira e foi a primeira mulher a assumir a presidência do Brasil.

  • Tornou-se presidente ao vencer a eleição de 2010, sendo reeleita em 2014.

  • Foi destituída da função por meio de um impeachment, entendido como um golpe parlamentar.

  • Na sua juventude, fez parte de organizações que aderiram à luta armada.

  • Foi presa e torturada por agentes da Ditadura Militar.

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Biografia de Dilma Rousseff

  • Origem de Dilma Rousseff

Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte. Seu pai era um imigrante búlgaro que se mudou para o Brasil em 1929 e se chamava Pedro Rousseff (um aportuguesamento de Pétar Russév). Ele trabalhava no ramo de imóveis, e a mãe de Dilma, chamada Dilma Jane Silva, era professora da Educação Infantil.

Dilma tem dois irmãos, Igor e Zana, e ela é a filha do meio. Ela também tem um meio-irmão, fruto de um relacionamento de seu pai quando ele ainda morava na Bulgária. Trata-se de Luben Russév, a quem Dilma nunca conheceu pessoalmente, mas com quem manteve contato por correspondências.

A família de Dilma tinha boa condição financeira, pertencendo à classe média alta da cidade de Belo Horizonte. Isso deu oportunidade para que ela, e seus irmãos, tivesse acesso a boas escolas.

  • Militância de Dilma Rousseff

Foi na escola e, posteriormente, na universidade que Rousseff teve contato com o movimento estudantil, tornando-se uma jovem engajada nos ideais do socialismo. O primeiro grupo revolucionário a que ela aderiu foi a Organização Revolucionária Marxista - Política Operária (Polop). Esse grupo tinha uma ala que defendia o trabalho de base com as massas aliado com a luta armada, e outra ala que defendia apenas o trabalho de base.

Isso levou à divisão do Polop, e, Dilma, que concordava com a primeira proposta, aderiu ao Comando de Libertação Nacional (Colina). Lembrando que essa luta armada era em resposta ao autoritarismo e à violência da Ditadura Militar. Seu envolvimento com o Colina era interno, e ela não lidava diretamente com as ações armadas do grupo.

O Colina passou a ser alvo da repressão da ditadura, o que levou Dilma à clandestinidade. Ela precisou mudar de cidade e passou a usar codinomes. Aderiu ao Vanguarda Armada Revolucionária - Palmares (VAR-Palmares) e teve envolvimento com um roubo cometido pelos membros desse grupo ao gerir parte desse dinheiro. Eles roubaram 2,5 milhões de dólares da casa de uma amante de Ademar de Barros, um político tradicional de São Paulo.

Em janeiro de 1970, quando tinha apenas 22 anos, Dilma foi presa e conduzida para o DOI-Codi, localizado na sede da Operação Bandeirantes (Oban), e posteriormente para o Dops, o Departamento de Ordem Política e Social. Durante sua prisão, Dilma sofreu sessões de tortura que envolveram o pau de arara, a palmatória e choques elétricos.

  • Formação e carreira política de Dilma Rousseff

Dilma permaneceu na cadeia até o final de 1972, embora tivesse sido condenada a seis anos de prisão. Ela conseguiu sair graças à redução de sua pena, e, após reconquistar sua liberdade, mudou-se para Porto Alegre, onde reconstruiu sua vida. Na capital gaúcha, Dilma Rousseff reiniciou o curso de Ciências Econômicas.

Ela fazia esse curso em Minas Gerais, mas acabou sendo expulsa pelo seu envolvimento com a luta armada. No Rio Grande do Sul, ela se matriculou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluindo sua educação no ano de 1977. Dois anos depois, ela recuperou os seus direitos políticos graças à Lei da Anistia.

Com isso, Dilma Rousseff aproximou-se de Leonel Brizola e os herdeiros do trabalhismo e filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista, em 1980. Atuou como assessora parlamentar dos políticos do PDT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Nos anos seguintes, assumiu uma série de trabalhos de relevância.

Rousseff foi secretária da Fazenda da prefeitura de Porto Alegre; diretora-geral da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre; presidente da Fundação de Economia e Estatística; e secretária estadual de Energia, Minas e Comunicação por duas vezes, sendo a última durante o governo de Olívio Dutra, governador vinculado ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Em 2001, Dilma aderiu ao PT depois que o PDT decidiu afastar-se daquele partido no Rio Grande do Sul. Filiada ao PT, ela fez parte da equipe de transição de governo que preparou as ações para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência. Em 1º de janeiro de 2003, Dilma assumiu o Ministério de Minas e Energia, já no governo de Lula.

Em 2005, assumiu a chefia da Casa Civil, e isso aconteceu pela queda de José Dirceu, político petista envolvido com o mensalão. Ela permaneceu nessa posição até o 30 de março de 2010, quando saiu dela para dedicar-se a sua candidatura à presidência. Ela foi encarada por Lula como o nome adequado para a sua sucessão.

Leia mais: Tortura no Estado Novo (1937-1945)

Governo de Dilma Rousseff

Dilma Rousseff se candidatou à presidência pelo PT, e, embora sua candidatura tenha sido encarada com desconfiança por muitos, ela seguiu adiante e disputou aquela eleição contra duas candidaturas importantes: a de José Serra (PSDB) e a Marina Silva (PV). Já no primeiro turno, Dilma obteve quase 47% dos votos, o que a levou para o segundo turno.

No segundo turno, ela enfrentou José Serra, que havia conquistado pouco mais de 32% dos votos. O resultado final determinou a vitória da petista, que obteve 56% dos votos, contra 44% dos votos obtidos por José Serra. Ela sucedeu a Lula e permitiu que o PT tivesse o seu terceiro governo seguido. Com isso, tornou-se a primeira mulher presidente do Brasil.

O governo de Dilma optou por dar sequência à política de combate à pobreza iniciada no governo Lula, e, assim, houve investimento em ações para redução da pobreza por meio da distribuição de renda. Foram desenvolvidos também programas voltados para o bem-estar de minorias sociais, e ainda houve investigações sistemáticas sobre os crimes realizados pelos militares na ditadura.

Já na economia, seu governo não repetiu os mesmos resultados do governo Lula, e o cenário de crescimento no primeiro mandato foi modesto. Para piorar, no segundo governo, o cenário encontrado foi o de recessão econômica — o que contribuiu para o golpe que derrubou a presidente eleita. Seu governo também fracassou em criar soluções para melhorar a economia.

  • Impeachment de Dilma Rousseff

O governo de Dilma foi interrompido em 2016, quando ela foi destituída da presidência por um impeachment, considerado pela historiografia como um golpe parlamentar. Isso aconteceu no seu segundo governo, possível com sua vitória na eleição presidencial de 2014, quando derrotou Aécio Neves, do PSDB.

O golpe que a destituiu se iniciou logo após a eleição, quando o partido de Aécio Neves solicitou uma auditoria da eleição presidencial. Ao longo desse segundo governo, uma onda conservadora ganhou força na política, e Dilma passou a ser intensamente criticada.

Os principais motivos para o impeachment de Dilma Rousseff foram:

  • Sua ineficácia em resolver os problemas da economia.

  • Sua falta de habilidade em resolver a crise política.

  • O afastamento entre PT e PMDB.

  • O desejo de diversos grupos políticos de livrar-se dela (para colocar fim nas investigações sobre esquemas de corrupção que estavam em andamento).

Seu vice-presidente, Michel Temer, aderiu ao golpe, e o impeachment da presidente foi aprovado pelo Senado em agosto de 2016, confirmando seu afastamento e a posse de Temer na presidência. Caso queira se aprofundar no tema deste subtópico, leia: Impeachment de Dilma Rousseff.

Créditos da imagem

[1] Nelson Antoine e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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