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Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro é um político e militar da reserva que foi eleito deputado federal sete vezes. Tornou-se presidente do Brasil em 2018, mas não conseguiu se reeleger.
Jair Bolsonaro discursando em um microfone.
Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil em 2018. [1]

Jair Messias Bolsonaro é um militar da reserva e político brasileiro. Ingressou na política na década de 1980, sendo eleito vereador do Rio de Janeiro uma vez e deputado federal sete vezes. Ao longo de seu mandato, propôs 171 projetos, conseguindo que apenas dois deles fossem aprovados na Câmara.

Foi eleito presidente em 2018, em uma campanha eleitoral que ficou marcada por um atentado contra a sua vida. Recebeu 55% dos votos no segundo turno e governou durante quatro anos. Seu governo foi marcado por uma série de polêmicas, como o aumento inflacionário, o aumento do desmatamento da Amazônia e a postura fraca no combate à covid-19.

Leia também: Como funciona o sistema eleitoral brasileiro?

Resumo sobre Jair Bolsonaro

  • Jair Bolsonaro nasceu no dia 21 de março de 1955. É filho de Perci Geraldo Bolsonaro e Olinda Bonturi.

  • É um militar da reserva e político brasileiro.

  • Ingressou no exército na década de 1970, graduando-se na Academia Militar das Agulhas Negras.

  • Na década de 1980, envolveu-se em duas polêmicas nas Forças Armadas que trouxeram popularidade a ele.

  • Foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 1988 e foi eleito para o cargo de deputado federal sete vezes.

  • Venceu a eleição presidencial em 2018, mantendo um governo cheio de polêmicas.

  • Não conseguiu reeleger-se em 2022, tendo sido derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Juventude de Jair Bolsonaro

Jair Messias Bolsonaro nasceu no dia 21 de março de 1955. Existe uma polêmica sobre seu local de nascimento, pois sua certidão de nascimento aponta que ele nasceu em Campinas, mas existem dados que sugerem que ele nasceu em Glicerídio, uma outra cidade do interior de São Paulo.

Ele pertence a uma família descendente de italianos, sendo que seu pai se chamava Perci Geraldo Bolsonaro e sua mãe se chamava Olinda Bonturi. A família de Bolsonaro se estabeleceu em Eldorado Paulista, cidade onde Perci trabalhava como dentista prático e administrador de fazendas.

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Carreira militar de Jair Bolsonaro

Uma parte da vida de Jair Bolsonaro foi vivida nos meios militares, sendo que o seu ingresso nas Forças Armadas aconteceu no início da década de 1970. Bolsonaro conseguiu matricular-se na Academia Militar das Agulhas Negras e graduou-se oficial em 1977, especializando-se em paraquedismo.

Posteriormente, Bolsonaro obteve o título de mestre em paraquedismo e colocou seus conhecimentos em prática. Também graduou-se na Escola de Educação Física do Exército e, ao longo dos anos, chegou a alcançar a patente de capitão.

Em 1986, Bolsonaro deixou de ser um oficial desconhecido e foi colocado no centro das atenções das Forças Armadas. Isso porque ele deu uma entrevista à revista Veja afirmando que os militares estavam abandonando suas carreiras nas Forças Armadas porque o salário pago a eles era muito baixo, o que tornava a carreira pouco atrativa.

Acabou sendo preso por 15 dias, porque militares da ativa são proibidos de realizar reivindicações publicamente. Pouco tempo depois, Bolsonaro foi acusado de planejar atentados a bomba em instalações militares do Rio de Janeiro caso o aumento salarial dos militares fosse inferior a 60%.

Esses atentados eram parte de um plano que foi chamado de “Beco sem saída” e que supostamente foi organizado pelo próprio Bolsonaro. A entrevista possuía até um croqui (esboço feito à mão) com a letra de Bolsonaro. Uma sindicância do exército determinou sua expulsão das Forças Armadas, mas ele foi inocentado no Superior Tribunal Militar.

Veja também: Como funciona uma CPI?

Carreira política de Jair Bolsonaro

Aproveitando a popularidade das duas ocasiões, Bolsonaro lançou-se na política e, em 1988, foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Em 1990, candidatou-se à Câmara dos Deputados e entrou na disputa para a posição de deputado federal.

Foi eleito e deu início ao primeiro de sete mandatos como deputado federal, de 1990 a 2014. Atuou na Câmara dos Deputados por 27 anos e nesse período transitou por diferentes partidos da política brasileira, todos eles à direita no espectro político.

Foi eleito pelos seguintes partidos:

  • Partido Democrata Cristão (PDC);

  • Partido Progressista Reformador (PPR);

  • Partido Progressista Brasileiro (PPB);

  • Partido Progressista (PP).

Além desses, ele ainda foi filiado aos seguintes partidos:

  • Partido Trabalhista Brasileiro (PTB);

  • Partido da Frente Liberal (PFL);

  • Partido Social Cristão (PSC);

  • Partido Social Liberal (PSL);

  • Partido Liberal (PL).

O PSL foi o partido pelo qual Bolsonaro disputou a presidência em 2018, e o PL é o partido pelo qual ele disputou a presidência em 2022. Ao longo dos seus 27 anos como deputado federal, Jair Bolsonaro apresentou 171 projetos na Câmara dos Deputados, mas só dois foram aprovados. Os projetos aprovados foram os seguintes:

  • projeto que determinava redução de impostos sobre produtos de informática;

  • autorização para comercialização de um remédio para o câncer — pesquisas posteriores confirmaram que o remédio não tem eficácia no combate à doença.

Ele teve um terceiro projeto aprovado, mas foi barrado no Supremo Tribunal Federal.

Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022)

Algumas declarações de Bolsonaro defendendo regimes de exceção ou realizando a defesa pública da execução de pessoas fez com que ele conquistasse espaço na mídia e se popularizasse politicamente, em especial a partir de 2014. Em 2018, ele licenciou-se do cargo de deputado federal para concorrer à presidência.

Aliou-se a grupos políticos liberais, aproximou-se das lideranças evangélicas, defendeu em sua campanha o acesso facilitado às armas e a privatização de estatais. Esses aspectos aumentaram ainda mais sua popularidade. Além disso, a campanha de Jair Bolsonaro cresceu bastante por causa da internet.

Outro evento que aumentou sua popularidade foi o atentado que sofreu em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro de 2018. Ele foi esfaqueado no abdômen, levado ao hospital às pressas e passou por duas cirurgias de emergência. O autor do atentado foi Adélio Bispo de Oliveira, e o evento deu muita força à candidatura de Bolsonaro.

No primeiro turno, ele obteve 46% dos votos válidos e passou para o segundo turno contra Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT). No segundo turno, obteve 55% dos votos válidos, contra 45% de Haddad. A posse de Jair Bolsonaro aconteceu em 1º de janeiro de 2019.

O governo de Jair Bolsonaro foi recheado de polêmicas. Um dos aspectos que mais afetaram a popularidade do ex-presidente foi a forma irregular como a economia foi conduzida entre 2019 e 2022. O crescimento teve altos e baixos, com uma queda significativa no PIB em 2020, ano em que a pandemia se iniciou, e registrou um crescimento nos anos de 2021 e 2022.

Além disso, o índice inflacionário foi um grande problema para esse governo, alcançando níveis inéditos em muitos anos. O crescimento da inflação levou a uma disparada de preços, em especial de alimentos. O preço dos alimentos também cresceu consideravelmente porque o governo se desfez dos armazéns de estoque de alimentos, usados em outros governos para controlar o preço daqueles.

Durante o governo Bolsonaro, houve um sensível afrouxamento na política de controle de armas, e muitos especialistas em segurança pública afirmaram que isso contribuiu largamente para que o crime organizado tive acesso facilitado a armamentos. A política ambiental durante o governo Bolsonaro também deixou a desejar, e o desmatamento cresceu consideravelmente no país. Dados apresentaram que o desmatamento na Amazônia aumentou cerca de 60% durante esse governo|1|.

Outro ponto marcante de seu governo foi a condução da pandemia de covid-19. O governo se mostrou contra muitas medidas para mitigar o contágio, além de ter demorado para comprar vacinas. O presidente chegou a fazer declarações que incentivavam o uso de remédios sem eficácia no tratamento da doença.

Saiba mais: Fake news — como a divulgação de notícias falsas interfere na sociedade

Eleição de 2022 e fim do governo Bolsonaro

Em 2022, Jair Bolsonaro filiou-se ao Partido Liberal (PL) para concorrer à continuidade de seu governo. O grande concorrente de Bolsonaro foi Lula, representante do Partido dos Trabalhadores e presidente do Brasil no período entre 2003 e 2011.

Lula pôde candidatar-se a presidente porque suas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. O juiz responsável pela condenação de Lula, Sérgio Moro, foi considerado parcial e incompetente para julgar o caso de Lula. Assim, a disputa eleitoral de 2022 ficou marcada pela polarização entre os dois candidatos.

Lula e Bolsonaro em debate presidencial.
Bolsonaro enfrentou Lula no segundo turno das eleições em 2022 e perdeu para o candidato petista. [2]

A candidatura de Lula tinha força pelo sucesso do governo do petista, marcado por bons resultados na economia. A instabilidade da economia brasileira durante o governo Bolsonaro, as declarações de caráter antidemocrático do então presidente e a má condução da pandemia contribuíram para que ele perdesse popularidade.

Bolsonaro perdeu a eleição, mas tratou-se da disputa presidencial mais acirrada da história das eleições no Brasil. Lula obteve 50,90% dos votos contra 49,10% de Bolsonaro, com uma diferença de pouco mais de dois milhões de votos. Com a derrota, Jair Bolsonaro abandonou o Brasil poucos dias antes do término de seu governo, viajando para os Estados Unidos. Ele foi o primeiro presidente da Nova República a não conseguir ser reeleito.

Bolsonaro recusou-se a passar a faixa presidencial para Lula, algo inédito no Brasil desde a redemocratização. O governo Bolsonaro ainda foi considerado suspeito de cogitar realizar um golpe para impedir a posse de Lula. Essa suspeita se consolidou depois de documentos terem sido encontrados sob posse do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Esses documentos debatiam o decreto de estado de defesa para alterar o resultado das eleições.

Notas

|1| “Bolsonaro deixará o governo com aumento de 60% no desmatamento da Amazônia.” Para acessar, clique aqui.

Créditos da imagem:

[1] ettore chiereguini e Shutterstock

[2] Isaac Fontana e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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