Guerra dos Seis Dias
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito entre israelenses e árabes. O nome da guerra se refere a seu período de duração: de 5 de junho até 10 de junho de 1967. Foi o terceiro conflito entre esses povos desde a criação do Estado de Israel, em 1948. Os israelenses, com ajuda dos Estados Unidos, derrotaram os árabes e expandiram o território de seu país para a Península do Sinai, Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Colinas de Golã.
Resumo sobre a Guerra dos Seis Dias
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A Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, foi o terceiro conflito entre israelenses e árabes desde 1948, um evento decisivo para que Israel expandisse suas fronteiras.
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A Liga Árabe determinou que um de seus principais objetivos era a destruição do Estado de Israel, e tropas da Liga realizaram ações militares em suas fronteiras.
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Chamada de “guerra-relâmpago”, a Guerra dos Seis Dias foi vencida por Israel, que abrangeu suas fronteiras para as Colinas de Golã, Jerusalém Oriental, Península do Sinai e Cisjordânia.
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Os israelenses desmilitarizaram as regiões ocupadas após a guerra depois que os árabes permitiram sua livre movimentação e acesso às águas do Suez e do Rio Jordão.
Antecedentes da Guerra dos Seis Dias
O Estado de Israel foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948. Porém, o estabelecimento de um território para os judeus não foi algo bem visto pelos árabes que já habitavam a região por muito tempo. Começava ali uma série de conflitos envolvendo os dois povos, que buscavam ampliar seus territórios, bem como obter o domínio total da cidade de Jerusalém.
Nas décadas de 1950 e 1960, a Liga Árabe, que era composta pelos países árabes do Oriente Médio, reacendeu o nacionalismo e a rejeição ao Estado de Israel. Mais especificamente em 1964, durante a Segunda Conferência do Cairo (Egito), a Liga Árabe determinou que um dos seus principais objetivos era a destruição do Estado de Israel.
Em maio de 1967, a Síria e a Jordânia apoiaram grupos guerrilheiros que fizeram parte da Organização para a Libertação da Palestina a movimentar suas tropas próximo à fronteira com Israel, aumentando a tensão no Oriente Médio. Sírios e jordanianos pressionaram o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser a também movimentar suas tropas próximo à fronteira israelense. Ele ordenou que as tropas da ONU, que estavam na Península do Sinai desde 1956, quando aconteceu mais um confronto militar entre israelenses e árabes, se retirassem da região.
Dias depois, ele também ordenou o fechamento do Golfo de Aqaba. Percebendo que os árabes estavam movimentando suas tropas próximo às fronteiras, Israel resolveu agir, dando início, em 5 de junho de 1967, à Guerra dos Seis Dias.
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Videoaula sobre a criação do Estado de Israel
Motivos da Guerra dos Seis Dias
A declaração de que a Liga Árabe tinha como um dos seus principais objetivos a destruição do Estado de Israel ameaçou a paz no Oriente Médio. As derrotas nos conflitos anteriores a 1967 aumentaram o desejo de vingança por parte dos árabes. Do lado israelense, a guerra teve como motivo as movimentações das tropas dos países árabes próximos à sua fronteira. Sentindo-se ameaçados, os israelenses desencadearam mais um conflito com seus vizinhos.
Veja também: Causas e contexto histórico da Primeira Guerra Árabe-Israelense
A Guerra dos Seis Dias
A guerra começou em 5 de junho de 1967. Caças israelenses destruíram 306 dos 390 aviões de guerra do Egito em apenas duas horas de ataque. Essa rapidez fez com que esse conflito fosse também chamado de “guerra-relâmpago”.
No segundo dia de batalha, Israel já ocupava a Península do Sinai, próxima ao Egito, e seus paraquedistas conquistavam a Cidade Velha de Jerusalém, que estava sob domínio da Cisjordânia. Rapidamente, nos dias seguintes, o avanço das tropas fez com que Israel dominasse o Estreito de Tiran, próximo ao Canal de Suez, até conquistar a Cisjordânia, perto do Rio Jordão.
Após os seis dias de conflito, Israel demonstrou sua força contra os árabes e aumentou consideravelmente seu território no Oriente Médio.
Fim da Guerra dos Seis Dias
A Guerra dos Seis Dias acabou em 10 de junho de 1967, com a vitória de Israel sobre seus vizinhos. Enquanto os árabes contabilizaram 4.300 soldados mortos, 6.120 feridos e centenas de aviões e taques abatidos ou destruídos, os israelenses terminaram a guerra com 980 soldados mortos, 4.520 feridos e 960 tanques danificados.
Consequências da Guerra dos Seis Dias
Os milhares de mortos e feridos mostraram o quão sangrenta foi essa batalha. Os árabes, mesmo derrotados, não deixaram de defender a extinção do Estado de Israel, e a ocupação israelense nas áreas vencidas depois da Guerra dos Seis Dias apenas acirraria os ânimos entre os dois povos, que não cessariam de guerrear pelas décadas seguintes.
Apesar dos vários líderes dos dois lados fazerem acordos de paz que poderiam garantir a boa convivência entre ambos, os conflitos entre Israel e países árabes continuam. A desocupação dos territórios tomados por israelenses continua sendo uma exigência dos árabes, que desejam construir o Estado da Palestina no Oriente Médio.
O apoio ocidental aos israelenses foi de fundamental importância no que se refere à criação de seu país, bem como ao envio de armamentos para se defenderem e responder aos ataques dos países vizinhos.
Leia também: Conflitos entre Israel e Palestina — como tudo começou?
Exercícios resolvidos sobre a Guerra dos Seis Dias
Questão 01
(Enem 2007) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.
A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.
Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
Com base no texto, assinale a opção correta.
a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio.
b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.
c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir da decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.
d) A ação dos governos de Washington e Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense.
e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU.
Resolução:
Letra B
Em 1967, árabes e israelenses entraram em confronto na Guerra dos Seis Dias. O nome se deve a seu período de duração, já que Israel conseguiu derrotar seus inimigos em apenas seis dias e expandir seu território no Oriente Médio.
Questão 02
Assinale abaixo a alternativa que aponta uma causa da Guerra dos Seis Dias (1967) travada entre Israel e países árabes:
a) Disputa pelo controle do comércio de petróleo no Oriente Médio.
b) Perseguições religiosas por ambos os lados.
c) Ameaças de invasão das fronteiras israelenses por parte das tropas árabes.
d) Rompimento do apoio político entre Israel e Egito.
Resolução:
Letra C
Síria, Cisjordânia e Egito fizeram movimentações militares próximas às fronteiras com Israel. Os israelenses atacaram esses países para evitar que seu território fosse atacado primeiro.