Intifada
Intifada é um termo frequentemente associado a dois movimentos de resistência palestinos contra a ocupação israelense em seu território, desencadeados por uma série de fatores no contexto do longo conflito entre Israel e Palestina. De origem árabe, o termo “intifada” significa “agitar”, refletindo o despertar da consciência palestina contra a ocupação israelense.
As causas da Primeira Intifada e da Segunda Intifada incluíram a opressão resultante da ocupação israelense de territórios palestinos, tensões religiosas e culturais, além da falta de progresso nas negociações de paz. Os objetivos das intifadas abrangiam o fim da ocupação, reconhecimento internacional, direitos e autodeterminação, resistência e negociações de paz sérias.
Leia também: Palestina — detalhes sobre a região do Oriente Médio marcada pelos conflitos entre israelenses e palestinos
Resumo sobre intifada
- Intifada é um termo frequentemente associado a dois movimentos de resistência palestinos contra a ocupação israelense em seu território.
- De origem árabe, o termo “intifada” significa “agitar” e foi usado para descrever o despertar da consciência palestina e a luta contra a ocupação israelense.
- As intifadas foram desencadeadas por vários fatores, como a opressão da ocupação israelense, tensões religiosas e culturais, falta de progresso nas negociações.
- A Primeira Intifada (1987-1993) ocorreu no contexto do longo conflito israelo-palestino, agravado pela ocupação israelense após a Guerra dos Seis Dias.
- A Segunda Intifada (2000-2005) ocorreu após a visita polêmica do líder israelense Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.
- Os objetivos das intifadas incluíram o fim da ocupação israelense, reconhecimento internacional, direitos e autodeterminação, resistência e negociações de paz sérias.
- Várias foram as consequências das intifadas, que resultaram em um grande número de vítimas, mudanças no equilíbrio de poder, expansão de assentamentos, divisões palestinas e impacto duradouro na região.
O que foi a intifada?
Intifada é um termo frequentemente associado a dois movimentos de resistência palestinos contra a ocupação israelense em seu território. De origem árabe, o termo “intifada” significa “agitar” ou “sacudir”, e foi usado para descrever a revolta e resistência do povo palestino contra a ocupação israelense. As duas intifadas mais proeminentes ocorreram de 1987 a 1993 (Primeira Intifada, ou Intifada das Pedras) e de 2000 a 2005 (Segunda Intifada). Ambas tiveram como pano de fundo o conflito entre Israel e os palestinos e levaram a tumultos, manifestações e violência.
Contexto histórico da intifada
Para entender o contexto da intifada, é importante examinar o pano de fundo histórico do conflito israelo-palestino. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1917), o Império Otomano foi desmembrado e a Liga das Nações concedeu à Grã-Bretanha o Mandato da Palestina, o que significava que a região passou a ser governada pela Inglaterra, que era simpática à ideia da criação de um Estado judeu na região.
Posteriormente, com a aprovação das Nações Unidas em 1947, o Plano de Partilha da Palestina foi implementado, o que levou à criação do Estado de Israel em 1948. Isso resultou na fuga e deslocamento de centenas de milhares de palestinos.
A ocupação israelense da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental após a Guerra dos Seis Dias em 1967 intensificou as tensões entre as duas nações. Os palestinos viram a ocupação como uma violação de seus direitos e um obstáculo à criação de um Estado palestino independente. Esse clima de opressão e descontentamento crescente estabeleceu o palco para o que viria a ser a primeira intifada.
Qual o significado da palavra intifada?
A palavra “intifada” significa, em árabe, “agitar” ou “sacudir”. Esse termo foi escolhido para refletir o despertar da consciência e da ação do povo palestino contra a ocupação israelense.
Causas da intifada
Veja a seguir as principais causas da Primeira Intifada e da Segunda Intifada.
→ Causas da Primeira Intifada (1987-1993)
A primeira intifada, que ocorreu entre 1987 e 1993, teve várias causas profundas. Primeiramente, a ocupação israelense da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental criou um ambiente de restrição de direitos para os palestinos. Isso incluiu a construção de assentamentos israelenses em território palestino, a imposição de toques de recolher e restrições à circulação, bem como a perda de terras e recursos.
Além disso, as tensões religiosas e culturais desempenharam um papel significativo. A Cidade Velha de Jerusalém, em particular, além de ser um local sagrado para cristãos, é um local sagrado tanto para judeus quanto para muçulmanos, e disputas sobre o controle e acesso a locais religiosos provocaram conflitos recorrentes.
A falta de progresso nas negociações de paz também foi uma causa importante. Apesar dos esforços para resolver o conflito, as negociações frequentemente ficavam estagnadas, deixando os palestinos frustrados.
→ Causas da Segunda Intifada (2000-2005)
A Segunda Intifada, que ocorreu entre 2000 e 2005, foi desencadeada por uma visita polêmica do líder israelense Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, que é um local sagrado para muçulmanos e judeus. Isso provocou uma onda de violência que rapidamente se espalhou para outras partes da região. Além das causas mencionadas, a Segunda Intifada foi alimentada pela frustração com o processo de paz que havia se desgastado nos anos anteriores.
Principais objetivos da intifada
Os objetivos da Primeira Intifada e da Segunda Intifada variaram de acordo com as circunstâncias e os grupos envolvidos, mas alguns objetivos gerais podem ser identificados:
- Fim da ocupação israelense: Um dos principais objetivos das intifadas era o fim da ocupação israelense na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental. Os palestinos buscavam a retirada das forças israelenses e o estabelecimento de um Estado palestino independente.
- Reconhecimento internacional: As intifadas também tinham como objetivo chamar a atenção da comunidade internacional para a situação dos palestinos e ganhar apoio para sua causa. Isso incluía pedidos de reconhecimento do Estado da Palestina.
- Direitos e autodeterminação: Além do fim da ocupação, os palestinos buscavam o reconhecimento de seus direitos e sua capacidade de determinar seu próprio destino, incluindo o direito de retornar às suas casas e terras de origem.
Consequências da intifada
A Primeira Intifada e a Segunda Intifada tiveram uma série de consequências que continuam a impactar a região até os dias atuais:
- Grande número de vítimas: Ambas as intifadas resultaram em um grande número de vítimas, incluindo palestinos, israelenses e outros. Milhares de pessoas perderam a vida, e muitas mais ficaram feridas ou traumatizadas pelo conflito.
- Mudanças no equilíbrio de poder: As intifadas afetaram o equilíbrio de poder na região. Elas aumentaram a polarização e a desconfiança entre israelenses e palestinos e dificultaram o progresso em direção a uma solução pacífica.
- Expansão israelense de assentamentos: Durante e após a Primeira Intifada, o governo israelense continuou a expandir assentamentos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, o que prejudicou os esforços para uma solução de dois Estados.
- Elevação do papel da autoridade palestina: A Segunda Intifada levou a uma maior visibilidade e influência da Autoridade Palestina, que buscou consolidar sua posição como representante dos palestinos na arena internacional.
- Mudanças na opinião pública: As intifadas também tiveram impacto na opinião pública internacional. Elas geraram simpatia por parte de alguns e antipatia por parte de outros, resultando em debates acalorados em todo o mundo.
- Divisões palestinas: As intifadas também desencadearam divisões entre os palestinos, com diferentes grupos políticos e facções buscando influência e poder na luta contra a ocupação.
Crédito de imagem
[1] Efi Sharir / Israel Press and Photo Agency / Biblioteca Nacional de Israel / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
GOODMAN, Martin. A História do Judaísmo. São Paulo: Crítica, 2020.
GELVIN, James. Israel X Palestina: 100 anos de conflito. São Paulo: Edipro, 2017.
VENTURA, Gilberto. O Resgate. São Paulo: Sefer, 2016.