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Graça Aranha

Graça Aranha (ou José Pereira da Graça Aranha) nasceu em 21 de junho de 1868, em São Luís do Maranhão. Além de escritor, foi advogado e diplomata. Também participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, e da organização da Semana de Arte Moderna, em 1922.

O romancista, que faleceu em 26 de janeiro de 1931, no Rio de Janeiro, fez parte do pré-modernismo, um período literário caracterizado pela transição entre o simbolismo e o modernismo brasileiros. Desse modo, suas obras apresentam traços naturalistas e simbolistas, além do nacionalismo modernista.

Leia também: Lima Barreto – o grande prosador do pré-modernismo

Biografia de Graça Aranha

 Graça Aranha foi um dos nomes do pré-modernismo brasileiro.
Graça Aranha foi um dos nomes do pré-modernismo brasileiro.

Graça Aranha (ou José Pereira da Graça Aranha) nasceu em 21 de junho de 1868, em São Luís do Maranhão. Antes de completar 15 anos de idade, em 1882, conseguiu permissão governamental para cursar a faculdade de Direito. Nesse mesmo ano, começou o curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife.

Durante a graduação, mostrava-se um defensor da abolição e da república. Após a formatura, em 1886, o jovem advogado se mudou para o estado do Rio de Janeiro, onde trabalhou na cidade de Campos. Depois, exerceu o Direito no estado do Espírito Santo, na cidade de Porto do Cachoeiro .

Em 1897, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Em seguida, iniciou sua carreira diplomática, e, nas duas primeiras décadas do século XX, atuou em países europeus. De volta ao Brasil, em 1921, teve seu primeiro contato com os novos artistas de São Paulo, quando visitou a exposição Fantoches da Meia-noite, de Di Cavalcanti (1897-1976).

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Participou da organização da Semana de Arte Moderna, em 1922. Nesse mesmo ano, ocorreu uma revolta militar contra o candidato eleito à presidência Artur Bernardes (1875-1955). Assim, no dia 6 de julho desse ano, Graça Aranha foi preso, e ficou detido por quase um mês, como suspeito de conspiração.

Depois de ser solto, foi convocado novamente pela polícia. Temendo nova prisão, fugiu para o interior de São Paulo. Dois anos depois, o escritor voltou a ser notícia ao pedir afastamento da Academia Brasileira de Letras, pois entendeu que ela não admitia reformas ou qualquer tipo de renovação.

Graça Aranha, que morreu em 26 de janeiro de 1931, no Rio de Janeiro, casou-se, ainda na juventude, com Maria Genoveva de Araújo, porém, em 1928, separou-se dela, não oficialmente, para viver com Nazareth Prado, por quem era apaixonado. Parte da história desse relacionamento amoroso está no livro Cartas de amor, publicado em 1935, que reúne as cartas que ele enviou para ela entre 1911 e 1927.

Leia também: Augusto dos Anjos – representante da poesia pré-modernista

Características da obra de Graça Aranha

Graça Aranha é um escritor do pré-modernismo, como ficou conhecido o período de transição, na literatura brasileira, entre o simbolismo e o modernismo. Desse modo, as obras publicadas entre 1902 e 1922 são classificadas como pré-modernistas. Portanto, os livros do autor possuem características do modernismo, como o nacionalismo e o regionalismo, mas também marcas do naturalismo, estilo literário de finais do século XIX.

Sem idealizações, a visão do país é mais realista, de forma a mostrar os conflitos sociopolíticos. Como influência naturalista, questões raciais também são abordadas. Desse modo, a temática da imigração está presente em sua obra mais famosa — Canaã —, em que pensamentos racistas são expostos pelos personagens, de forma a colocar a miscigenação brasileira em questão.

O simbolismo também exerceu influência sobre a obra do autor. Traços desse estilo são identificados, pela crítica especializada, na peça de teatro Malazarte e, também, no romance Canaã. Nessas obras, o monólogo interior e a reflexão filosófica, isto é, a impressão dos personagens acerca da realidade, sobressaem-se à ação.

Obras de Graça Aranha

Capa do livro “Canaã”, de Graça Aranha, publicado pela editora Martin Claret.[1]
Capa do livro “Canaã”, de Graça Aranha, publicado pela editora Martin Claret.[1]
  • Canaã (1902) — romance
  • Malazarte (1911) — teatro
  • Estética da vida (1921) — ensaio
  • Espírito moderno (1925) — ensaio
  • A viagem maravilhosa (1929) — romance
  • O meu próprio romance (1931) — memórias

Curiosidades sobre Graça Aranha

  • A filiação de Graça Aranha à Academia Brasileira de Letras, criada em 1897, não respeitou o estatuto — que exigia que seus fundadores tivessem algum livro publicado —, já que o escritor só publicou seu primeiro livro em 1902.
  • O patrono da cadeira número 38 da Academia Brasileira de Letras, ocupada por Graça Aranha, é o escritor Tobias Barreto (1839-1889).
  • O romance Canaã, de Graça Aranha, é considerado um romance de tese, pois é uma ficção que dialoga com o pensamento científico-filosófico.
  • A peça de teatro Malazarte, de Graça Aranha, estreou em 1911, em Paris, França.
  • Na Semana de Arte Moderna, em 13 de fevereiro de 1922, o escritor proferiu a conferência A emoção estética na arte moderna.
  • A revista modernista Klaxon dedicou seu último número de 1922 a Graça Aranha.
  • Apesar de, mais tarde, criticarem severamente o escritor, Oswald de Andrade (1890-1954) o chamou de “protomártir da nova era”, e Mário de Andrade (1893-1945), de “a antemão da Semana”, durante a Semana de Arte Moderna, em 1922.
  • Em 19 de junho de 1924, Aranha declarou: “A fundação da Academia foi um equívoco e foi um erro” e “Se a Academia não se renova, morra a Academia”.

Crédito da imagem

[1] Martin Claret (reprodução)

Publicado por Warley Souza

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