Hipótese autotrófica
A hipótese autotrófica é uma das teorias que tentam explicar como os primeiros seres vivos da Terra obtinham os nutrientes necessários para a sua sobrevivência. Em oposição à chamada hipótese heterotrófica, a hipótese autotrófica afirma que os primeiros seres vivos eram capazes de produzir seu próprio alimento. Esses organismos, provavelmente, realizavam o processo de quimiossíntese, que hoje pode ser observado, por exemplo, acontecendo em algumas bactérias que vivem em ambientes extremos.
Leia também: Origem da Vida - teorias que tentam explicar como a vida surgiu no nosso planeta
Diferença entre organismo autotrófico e heterotrófico
Antes de compreendermos melhor o que é a hipótese autotrófica, devemos entender o conceito de organismo autotrófico e heterotrófico. Organismos autotróficos são seres capazes de sintetizar a matéria orgânica necessária para a sua sobrevivência. Dois processos merecem destaque quando o assunto é nutrição autotrófica: a fotossíntese e a quimiossíntese.
Na fotossíntese, seres como algas e plantas utilizam a energia luminosa para conseguirem fixar o carbono em compostos orgânicos. Na quimiossíntese, por sua vez, a energia luminosa não é utilizada, e sim a energia conseguida por meio da oxidação de substâncias inorgânicas. Provavelmente, os primeiros seres vivos, de acordo com a hipótese autotrófica, realizavam esse último processo.
Os organismos heterotróficos, diferentemente dos autotróficos, não apresentam a capacidade de sintetizar seu próprio alimento. Nesse caso, necessitam de matéria orgânica previamente formada. Os animais, por exemplo, retiram a matéria orgânica que precisam de plantas e outros animais que fazem parte de sua alimentação. Se quiser saber mais sobre a nutrição desses organismos, leia: Seres autotróficos e seres heterotróficos.
Hipótese autotrófica
A hipótese autotrófica afirma que os primeiros seres vivos que surgiram em nosso planeta eram capazes de produzir seu próprio alimento. Vivendo em um ambiente completamente hostil, esses seres teriam sido capazes de retirar do ambiente a energia necessária para a produção da matéria orgânica de que precisavam.
Provavelmente, os primeiros seres vivos não eram fotossintetizantes, como plantas e algas, mas sim quimiossintetizantes, um processo realizado por algumas bactérias. Isso significa que não utilizavam a luz solar para produção de seu alimento, e sim a energia proveniente da oxidação de compostos inorgânicos presentes na Terra primitiva.
A hipótese autotrófica é sustentada no fato de que atualmente é possível observar-se bactérias quimiossintetizantes vivendo em locais extremos, como as fontes hidrotermais, que se destacam pela presença de vários metais e água em altíssima temperatura. De acordo com os defensores dessa ideia, se bactérias são encontradas nos dias atuais vivendo nesses ambientes e realizando esse tipo de nutrição, provavelmente, organismos com características semelhantes podem ter sobrevivido dessa forma às condições extremas da Terra quando a vida surgiu.
A principal crítica feita a essa hipótese é o fato de que os primeiros seres vivos que se estabeleceram no planeta eram muito simples e, provavelmente, não tinham o aparato necessário para a realização de processos autotróficos. Os críticos à hipótese autotrófica afirmam que o mais provável é que os primeiros seres vivos se alimentassem de matéria orgânica disponível no meio.
Vale salientar que a hipótese autotrófica também apresenta críticas, uma vez que não se sabe se a quantidade de matéria orgânica disponível no meio seria suficiente para sustentar os novos organismos que estavam sendo formados.