Beribéri

O beribéri é uma doença desencadeada por níveis baixos de tiamina, também conhecida como vitamina B1. Essa vitamina deve estar presente diariamente na nossa alimentação, de modo a garantir que as reservas não se esgotem e comprometam o funcionamento adequado do corpo. A vitamina B1 é importante no metabolismo aeróbico, no metabolismo de carboidratos e na condução de impulsos nervosos. Ela pode ser conseguida com a ingestão de alimentos como cerais, leguminosas e carne.

Vale salientar que a deficiência de vitamina B1 pode ocorrer não somente devido a uma alimentação inadequada, estando algumas doenças também relacionadas com o seu desenvolvimento. O beribéri provoca o comprometimento dos nervos e, em formas mais graves, pode ser responsável por insuficiência cardíaca, encefalopatia e distúrbios neuropsiquiátricos.

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Vitamina B1

Antes de compreendermos o que é o beribéri, devemos entender o que é a vitamina B1 e sua importância no nosso organismo. A vitamina B1, também conhecida como tiamina, é uma vitamina hidrossolúvel, que se caracteriza por não ser armazenada de maneira significativa no organismo, necessitando, portanto, ser ingerida diariamente. No grupo das vitaminas hidrossolúveis estão todas as vitaminas do complexo B e a vitamina C.

Incluir alimentos ricos em vitamina B1 na dieta é fundamental para evitar o beribéri.

A vitamina B1 está relacionada com a transmissão do impulso nervoso no metabolismo aeróbico e no metabolismo dos carboidratos por meio das suas funções coenzimáticas. Ela é, portanto, essencial para o funcionamento adequado do corpo. Essa vitamina pode ser adquirida por meio da ingestão de carne (de porco, vaca, cordeiro e aves), cereais, nozes, lentilha, soja e ovos.

O que é o beribéri?

O beribéri é uma doença causada por uma deficiência da vitamina B1 (tiamina), sendo, portanto, uma doença carencial. A carência dessa vitamina pode demorar de dois a três meses para manifestar-se, causando sintomas pouco específicos, como insônia, irritação, fadiga e falta de energia e apetite. A deficiência, com o tempo, provoca quadros mais graves, com inchaço nos membros inferiores, sensação de dormência ou formigamento de alguma parte do corpo (parestesia), dificuldade respiratória, cardiopatia e comprometimento do sistema nervoso.

Atualmente o beribéri não ocorre com frequência na população, sendo observado apenas alguns focos em certas regiões. Muitas vezes relacionada à pobreza e à fome, a doença pode ser desencadeada também por uma alimentação monótona baseada em arroz polido (a vitamina B1 é retirada durante a produção do arroz branco e da farinha branca) e grande quantidade de carboidrato simples.

Grávidas, alcoolistas e pessoas que exercem atividade física extenuante são grupos de risco para o desenvolvimento da doença. Isso pode ser explicado porque grávidas, lactantes e pessoas que realizam atividade física intensa apresentam um aumento da demanda metabólica ou fisiológica da vitamina.

No caso dos alcoolistas, a relação com o beribéri pode ser explicada devido à diminuição do cuidado com a alimentação e ao fato de que o álcool aumenta a demanda de vitaminas do complexo B e pode intervir na absorção de B1. Outras situações que podem desencadear o beribéri são problemas de saúde que interferem no metabolismo da vitamina e na sua absorção, levando ao aumento da sua eliminação.

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Sinais e sintomas do beribéri

O beribéri pode causar problemas em vários sistemas do organismo, como sistema nervoso, cardiovascular e gastrointestinal. As manifestações clínicas iniciais incluem anorexia, fraqueza dos membros, parestesias, inchaço, irritabilidade, fadiga, constipação intestinal, mal-estar geral, entre outros.

As formas clinicas do beribéri são:

  • Beribéri seco: acomete predominantemente os membros inferiores, provocando inicialmente formigamento e dormência (parestesia), dores nas pernas, sensação de queimação nos pés, dificuldade para levantar-se da posição aguachada, marcha lenta, câimbras nas panturrilhas, entre outros sintomas. Pode evoluir para fraqueza muscular, paralisia dos membros inferiores, e, se não tratada adequadamente, pode atingir até mesmo os membros superiores.
  • Beribéri úmido: nessa condição o indivíduo apresenta inchaço e insuficiência cardíaca, sendo essa forma clínica do beribéri caracterizada por insuficiência cardíaca de alto débito.
  • Beribéri Shoshin: sua característica marcante é a presença da insuficiência cardíaca fulminante de início súbito.
  • Síndrome de Wernicke-Korsakoff: nessa forma clínica, o paciente apresenta a combinação da encefalopatia de Wernicke com a síndrome de Korsakoff, um distúrbio neuropsiquiátrico que afeta a memória e provoca confusão mental e delírio.

Diagnóstico, tratamento e prevenção do beribéri

O consumo exagerado de álcool pode promover o desenvolvimento de beribéri.

O diagnóstico do beribéri é basicamente clínico, podendo ser solicitado, pelo médico, exames complementares, como a dosagem sérica da vitamina B1. A doença é facilmente tratada com a administração da vitamina B1, sendo o período de reposição determinado pelo médico.

É importante que o paciente adote hábitos de vida mais saudáveis, com a inclusão de alimentos que contenham vitamina B1 na dieta, além da diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e café, que estão relacionadas com uma menor absorção da vitamina. Essas medidas são essenciais para o sucesso do tratamento e também para a prevenção da doença.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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