Chikungunya
Chikungunya é uma doença viral que apresenta como um dos sintomas mais marcantes a dor nas articulações. O primeiro caso registrado de transmissão dentro do território nacional ocorreu em 2014. Ela é causada por um vírus (CHIKV — Vírus Chikungunya) e apresenta como vetor os mosquitos do gênero Aedes: Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Não existe tratamento específico para a doença, sendo recomendados descanso e hidratação. A letalidade da chikungunya é baixa, sendo menor, por exemplo, que em casos de dengue. Não há vacinas disponíveis para a doença, sendo importante, portanto, sua prevenção. A principal forma de se prevenir é evitar a proliferação dos mosquitos transmissores, os quais se reproduzem em água parada.
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O que é chikungunya?
Chikungunya é o nome dado a uma doença viral transmitida pela picada de fêmeas de mosquitos contaminados pelo CHIKV. A primeira epidemia de que se tem registro ocorreu entre 1952 e 1953, na África. Foi nessa região, inclusive, que essa doença recebeu a denominação chikungunya, que significa “aqueles que se dobram”, uma alusão à aparência curvada dos pacientes, que não conseguiam erguer seus corpos em virtude das dores articulares características.
Agente causador e transmissão da chikungunya
A chikungunya é uma doença viral desencadeada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. Como já ressaltado, a chikungunya é transmitida pelos mosquitos do gênero Aedes, mais precisamente pelas fêmeas desses mosquitos. Após adquirir a chikungunya, um paciente torna-se imunizado pelo resto de sua vida.
É importante salientar que, apesar de os mosquitos serem os agentes transmissores da doença, existem outras formas de se adquirir a chikungunya. A transmissão da mãe para a criança pode acontecer e, de acordo com o Ministério da Saúde, essa forma de transmissão ocorre quase exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas, isto é, quando a mulher entra em trabalho de parto e apresenta o vírus no sangue. Ainda de acordo com o Ministério, essa transmissão pode desencadear infecção neonatal grave. Outra forma de transmissão da chikungunya inclui a via transfusional, porém o risco é baixo.
Sintomas da chikungunya
A febre Chikungunya pode atingir qualquer pessoa, mas os sintomas apresentam-se mais intensos em idosos, crianças e pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Estima-se que pelo menos 30% das pessoas picadas pelo mosquito infectado não desenvolvam sintomas, permanecendo, portanto, assintomáticas.
Nos sintomáticos, os principais sintomas descritos são: febre alta, dores de cabeça, dores no corpo, manchas avermelhadas na pele, olhos avermelhados, náuseas, vômitos e dores extremamente intensas nas articulações, sendo esse último sintoma o mais característico. As dores articulares são, em geral, bilaterais, acometendo, por exemplo, o joelho esquerdo e o direito.
Um dos maiores problemas da doença está na possibilidade de persistência das dores articulares e musculares, o que caracteriza a fase crônica da chikungunya e afeta diretamente a qualidade de vida do paciente. Algumas manifestações atípicas também podem surgir, tais como convulsões, insuficiência cardíaca, paralisias e insuficiência respiratória.
É importante destacar que o início dos sintomas ocorre cerca de 2 a 12 dias após a picada do mosquito contaminado. Além disso, a viremia (presença do vírus no sangue) persiste por até 10 dias após o surgimento dos sintomas da doença.
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Fases da chikungunya
A chikungunya pode ser dividida em três fases, as quais levam em consideração, principalmente, a persistência dos sintomas. A primeira fase é chamada de fase aguda, começa no início dos sintomas e dura até o 14º dia. Quando temos a persistência das dores articulares após a fase aguda, dizemos que a pessoa iniciou a fase subaguda, a qual pode permanecer por até três meses. Quando os sintomas da doença superam o período de três meses, temos a fase crônica. As manifestações clínicas dessa fase podem variar, mas, em geral, persistem principalmente as dores articulares, musculoesqueléticas e neuropáticas.
Diagnóstico da chikungunya
A febre chikungunya e a dengue, além de serem transmitidas pelo mesmo vetor, apresentam alguns sintomas em comum, que causam confusão na hora de realizar o diagnóstico. A principal manifestação clínica que difere as duas doenças são as dores fortes nas articulações. Apesar de o diagnóstico poder ser feito analisando-se apenas os sintomas, a confirmação de cada caso necessita da realização de testes laboratoriais de sorologia e biologia molecular, por exemplo.
Tratamento da chikungunya
Assim como a dengue, não existe um tratamento específico para curar a chikungunya. Pacientes com essa doença são orientados a tomar medicamentos para diminuir a febre e as dores articulares e a ingerir uma grande quantidade de líquidos. Como nos casos de dengue, também é pedido que ácido acetilsalicílico não seja ingerido, sob o risco de desencadear hemorragias.
O uso de corticoide durante a fase aguda da viremia também não é recomendado, pois pode gerar complicações. É importante nunca se automedicar, uma vez que medicação incorreta pode dificultar o diagnóstico da doença e até mesmo piorar o quadro clínico do paciente.
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Prevenção da chikungunya
Para se prevenir da doença, é fundamental que se controle o número de mosquitos no ambiente. Para isso, é essencial que os criadouros dos mosquitos sejam destruídos. Portanto, não deixe água parada nem deixe expostos objetos que possam servir para o acúmulo de água, como pneus, garrafas plásticas e pratos de planta. Você pode se prevenir também evitando áreas onde há mosquitos e usando repelentes, calça e camisa de manga comprida.
Curiosidade: uma pessoa pode ter dengue e chikungunya ao mesmo tempo.