Síndrome de Haff

Síndrome de Haff, também chamada de doença de Haff, consiste em uma rabdomiólise sem explicação. É uma condição clínica rara, relacionada à ingestão de pescado e que pode levar o indivíduo à morte, caso não haja tratamento eficaz e rápido. A doença caracteriza-se pelo surgimento de sintomas como rigidez muscular e urina escura.

A síndrome de Haff já foi descrita em diferentes regiões do planeta, incluindo o Brasil. A síndrome ganhou os noticiários brasileiros após a morte de uma veterinária de 31 anos, em Recife (PE), em 2021. A vítima começou a sentir dor e rigidez muscular horas após ingerir um peixe em um almoço em família. A mulher foi internada, porém não resistiu e morreu alguns dias depois. Esse desfecho, no entanto, não é observado na maioria dos casos, sendo verificado, na maioria dos pacientes, uma recuperação completa.

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A síndrome de Haff

A síndrome de Haff ocorre após a ingestão de pescados que contêm toxinas.

A síndrome de Haff, ou doença de Haff, caracteriza-se por uma rabdomiólise sem explicação. A rabdomiólise pode ser definida como uma lesão do músculo estriado esquelético, a qual provoca a liberação de componentes intracelulares na circulação sanguínea, como mioglobina, proteínas sarcoplasmáticas e eletrólitos.

A síndrome de Haff provoca dor muscular intensa de início repentino, a qual está associada a elevados níveis da enzima creatinofosfoquinase (CPK). O paciente pode, ainda, apresentar urina escura (mioglobinúria) e evolução para um quadro de insuficiência renal aguda.

Os primeiros casos da síndrome foram descritos em 1924. Médicos que atuavam na região litorânea de Königsberg Haff, junto à costa do mar Báltico, observaram a ocorrência de uma doença que provocava rigidez muscular e a eliminação de urina escura. Outros surtos de uma doença similar foram descritos posteriormente, e o que fazia com que esses casos se relacionassem era a ingestão de peixe, geralmente cozido, antes do início dos sintomas.

O que causa a síndrome de Haff?

Os sintomas da síndrome de Haff inciam-se em menos de 24 h após a ingestão de pescado. Apesar de entendermos a relação da doença com a ingestão desses alimentos, sua etiologia ainda não é explicada.

Acredita-se que se envolva uma toxina termoestável, uma vez que ela não é destruída mesmo após a cocção dos peixes, sendo observado relatos da síndrome após a ingestão de peixe cozido. Vale salientar que, apesar de se conhecer as características dessa toxina, não se sabe qual toxina causa o problema.

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Quadro clínico da síndrome de Haff

Urina escura, dor e rigidez muscular são alguns dos sintomas da síndrome de Haff.

A síndrome de Haff se caracteriza pela ocorrência de sintomas como:

  • Dor muscular difusa
  • Rigidez muscular
  • Falta de ar
  • Dormência
  • Perda da força
  • Urina cor de café

A coloração da urina na síndrome de Haff é uma característica marcante, fazendo com que, frequentemente, a síndrome seja chamada de “doença da urina preta”. Vale destacar que, em geral, pacientes com a síndrome de Haff não apresentam febre, hepatomegalia (aumento do tamanho do fígado) ou esplenomegalia (aumento do tamanho do baço). A maioria das pessoas com a síndrome sobrevive e apresenta recuperação rápida.

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Diagnóstico da síndrome de Haff

O diagnóstico da síndrome de Haff é feito por meio da análise dos sintomas do paciente bem como do seu histórico. A presença de rigidez e dor muscular e a urina de coloração escura, em associação com o histórico de ingestão de pescado, podem acender um alerta para o problema. Por ser uma síndrome rara, nem sempre é diagnosticada facilmente. Ela pode ser confundida com outro problema de saúde, atrasando, desse modo, o tratamento correto. É importante destacar que o diagnóstico tardio pode colocar em risco a vida do paciente.

Tratamento da síndrome de Haff

A síndrome de Haff não apresenta tratamento específico, sendo o ele voltado para o alívio dos sintomas e tratamento de complicações. Como os pacientes podem apresentar insuficiência renal, é importante que a função dos rins seja monitorada. Vale salientar que muitos pacientes não necessitam de intervenções médicas, recuperando-se rapidamente do problema.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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