História da criação da bomba atômica

A bomba atômica foi um artefato bélico criado por meio do Projeto Manhattan, durante a Segunda Guerra Mundial, tendo um grande poderio de destruição.
Cogumelo atômico da bomba atômica lançada sobre Nagasaki, em 1945.

A história da bomba atômica começou no período da Segunda Guerra Mundial, quando foi criado o Projeto Manhattan, responsável pela elaboração desse artefato bélico. A bomba atômica foi resultado de enormes avanços científicos que permitiram utilizar a fissão nuclear para produzir um armamento de grande poder de destruição. O cientista que liderou o projeto foi Robert Oppenheimer.

A criação da bomba atômica foi também resultado de uma série de avanços científicos do século XX, como a comprovação da fissão nuclear feita no período. O governo norte-americano construiu esse projeto com o objetivo de produzir a bomba atômica primeiro que os alemães no contexto do conflito.

Leia mais: Fissão nuclear — venha descobrir suas aplicações e como foi descoberta

Resumo sobre história da criação da bomba atômica

  • A bomba atômica foi criada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

  • Esse artefato foi construído durante o Projeto Manhattan, liderado pelo cientista Robert Oppenheimer.

  • O governo norte-americano se empenhou nesse projeto após ser informado de que os alemães estavam trabalhando na criação de uma bomba atômica.

  • Só foi possível porque os cientistas comprovaram a geração de energia pela fissão nuclear.

  • As bombas atômicas foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

Contexto histórico da criação da bomba atômica

As bombas atômicas foram criadas durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que os primeiros a alcançarem esse feito foram os Estados Unidos. O governo norte-americano conseguiu criá-las por meio de um projeto militar secreto que contou com o envolvimento de importantes cientistas.

As bombas atômicas eram vistas como armas com potencial de encerrar o conflito. O primeiro país que se engajou no processo de construí-las foi a Alemanha Nazista. Logo após os cientistas alemães descobrirem a fissão nuclear, o governo alemão engajou-se na missão de utilizar essa descoberta para construir as primeiras bombas atômicas.

O governo alemão deu início então ao Uranverein (Clube do Urânio), projeto cujo objetivo era construir bombas atômicas para a Alemanha. O projeto era secreto, mas a informação de que estava em andamento vazou por meio de cientistas alemães. A notícia chegou ao governo norte-americano quando Albert Einstein informou ao presidente Franklin D. Roosevelt o que se passava.

A ideia de que a Alemanha Nazista pudesse construir uma bomba atômica era considerada catastrófica, por isso o governo americano criou o Projeto Manhattan, preocupando-se com a Alemanha conseguir construir uma bomba primeiro que os norte-americanos.

Quem criou a bomba atômica?

Robert Oppenheimer liderou uma equipe de milhares de cientistas que desenvolveram a bomba atômica.

A bomba atômica não teve apenas um criador, pois foi um feito que só aconteceu pelo trabalho de milhares de pessoas. Todavia, é importante considerar que a pessoa que mais teve relevância no contexto de criação da bomba atômica foi o físico norte-americano Robert Oppenheimer.

Ele foi nomeado pelas autoridades norte-americanas para dirigir o laboratório do Projeto Manhattan, sendo figura primordial em todo o trabalho científico realizado. Estima-se que cerca de seis mil pessoas estavam sob as ordens de Oppenheimer em Los Alamos, onde o projeto se desenvolveu, no estado do Novo México. Se quiser saber mais sobre a vida e obra desse importante cientista, leia nosso texto.

Origem e história da bomba atômica

A criação da bomba atômica foi um feito de um contexto em que a Física e a Química avançavam rapidamente. O cenário da Segunda Guerra Mundial acelerou os avanços científicos que permitiram a criação desse tipo de bomba. Isso porque a criação dela demandou somas altíssimas de dinheiro, e isso só foi possível porque a guerra criou as condições políticas para que tal projeto fosse financiado.

A criação da bomba só foi possível porque o homem aprimorou o seu conhecimento sobre a radioatividade e sobre os átomos, as partículas que compõem toda matéria. Uma das questões que os cientistas se debruçavam, nas primeiras décadas do século XX, era sobre a capacidade de se pegar os átomos instáveis (que emitem radioatividade) e dividi-los em dois átomos menores.

Essa divisão de um átomo instável em dois átomos menores é conhecida como fissão nuclear, capaz de liberar uma grande quantidade de energia. Em 1938, a teoria foi comprovada por Otto Hahn e Fritz Strassmann, o que possibilitou que uma bomba por fissão nuclear pudesse ser construída.

A cientista Lise Meitner demonstrou, por meio de seus estudos, que a fissão de um único átomo produzia energia capaz de mover um grão de areia. Se um grama de urânio ou 2,52 milhões de átomos passassem pelo processo de fissão nuclear, uma energia correspondente a 20 toneladas de dinamite seria gerada.|1|

Para produzir uma bomba atômica, seria então necessário uma quantidade de urânio suficiente para atingir a quantidade mínima de material fissionável a fim de atingir a massa crítica. Estimou-se que seria necessário cerca de 60 quilos de urânio para isso.

Essa descoberta deu início ao programa alemão de produção da bomba atômica, mas, apesar do temor do governo norte-americano, os alemães nunca estiveram próximos de construí-la. Isso porque o governo alemão cancelou seu programa atômico em julho de 1942, e a situação do país na guerra tornava impossível a alocação de recursos para a construção.

Com a notícia de que os alemães estavam fazendo uma bomba atômica, os norte-americanos deram início ao seu projeto atômico, o Projeto Manhattan. Sob a liderança de Robert Oppenheimer, a iniciativa teve sucesso em criar três bombas atômicas. Uma delas foi usada na Experiência Trinity, no deserto do Novo México, em 16 de julho de 1945. As outras duas foram lançadas sobre duas cidades japonesas: Hiroshima e Nagasaki.

  • Videoaula sobre as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki

Einstein e a bomba atômica

Einstein não trabalhou na criação da bomba atômica, mas os cientistas consideram que o trabalho desenvolvido por ele pode ter contribuído para a criação dessa arma. De toda forma, foi Einstein quem informou ao governo norte-americano sobre a existência do programa alemão para construir o artefato. Alguns historiadores sugerem que Einstein foi cogitado para atuar no Projeto Manhattan, mas não foi convidado porque era alemão e porque tinha opiniões políticas progressistas.

Leia mais: Armas nucleares — dispositivos altamente destrutivos que usam a elevada energia gerada por reações de fissão nuclear

Outros cientistas por trás da bomba atômica

Além do trabalho de Robert Oppenheimer, outros cientistas tiveram importância na criação da bomba atômica, fosse pelas suas contribuições à Física, fosse pela sua atuação direta no Projeto Manhattan.

Entre os cientistas que contribuíram para a criação da bomba atômica, estiveram:

  • Otto Hahn;

  • Fritz Strassmann;

  • Lise Meitner;

  • Enrico Fermi;

  • Leó Szilard;

  • Norris Bradbury;

  • John Manley;

  • Richard Feynman;

  • Hans Bethe;

  • Niels Bohr.

Consequências do surgimento da bomba atômica

Antes e depois de Hiroshima, no Japão, após a bomba atômica.

A bomba atômica foi uma criação que assombrou Robert Oppenheimer pelo resto de sua vida. Albert Einstein, sabendo do potencial destrutivo dessa arma, opôs-se à sua criação desde o início.

Em geral, a bomba atômica e seu poderio de destruição tornou o mundo um lugar mais inseguro, uma vez que existem países com arsenal suficiente para dizimar bilhões de pessoas. Além disso, a criação da bomba atômica surtiu numa corrida armamentista entre as grandes nações, principalmente entre Estados Unidos e União Soviética, durante o período da Guerra Fria.

As bombas atômicas até hoje deixam enormes consequências por conta da radiação. As pessoas expostas à radioatividade emanada pelas bombas lançadas pelos Estados Unidos no Japão sofreram com inúmeros problemas de saúde.

Nota

|1|A bomba atômica. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/a-bomba-atomica/.

Fontes

HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.

BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015.

PLATTS-MILLS, Ben. Quem foi o verdadeiro Robert Oppenheimer, criador da bomba atômica. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51dxvv1jgzo

RODRÍGUEZ, Héctor. Afinal, quem foi Robert Oppenheimer? Disponível em: https://www.nationalgeographic.pt/historia/robert-oppenheimer-o-pai-da-bomba-atomica_3782

SCHWARTZ, Shelly. The Manhatta Projec and the invention of the atomic bomb. Disponível em: https://www.thoughtco.com/history-of-the-atomic-the-manhattan-project-1991237

SCHWALLER, Fred. Quão perto o 3º Reich chegou perto de construir uma bomba atômica? Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/qu%C3%A3o-perto-o-3%C2%BA-reich-chegou-de-construir-uma-bomba-at%C3%B4mica/a-66550410

BARCELOS, Gabriel. A bomba atômica. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/a-bomba-atomica/

SCLIESS, Gero. Como a bomba atômica surgiu no meio de um paraíso. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/como-a-bomba-at%C3%B4mica-surgiu-no-meio-de-um-para%C3%ADso/a-18629559

BLAKEMORE, Erin. A verdadeira história sobre Einstein e a criação da bomba atômica. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2024/02/a-verdadeira-historia-sobre-einstein-e-a-criacao-da-bomba-atomica#:~:text=Albert%20Einstein%20lutou%20contra%20seu,durante%20a%20Segunda%20Guerra%20Mundial.&text=Albert%20Einstein%20talvez%20seja%20mais,mundo%20a%20equa%C3%A7%C3%A3o%20E%3Dmc%C2%B2.

Publicado por Daniel Neves Silva
Matemática do Zero
Matemática do Zero | Média Aritmética
Nessa aula veremos como calcular a média aritmética simples e a média aritmética ponderada de uma amostra.
Outras matérias
Biologia
Matemática
Geografia
Física
Vídeos