Depressões
Depressões configuram uma unidade de relevo que possui área mais baixa em relação às áreas que estão em suas margens. As altitudes dessa forma de relevo variam entre 100 e 500 metros, podendo ser encontradas também em níveis altimétricos abaixo do nível do mar. Sua paisagem é caracterizada por apresentar inclinações e por ser irregular, apesar de plana. Sua superfície acidentada é resultado de longos processos de erosão.
Como se formam as depressões?
As depressões são formadas por meio de prolongados processos erosivos. Normalmente podemos encontrar em suas laterais bacias sedimentares. A erosão natural causada nessas bacias, seja por agentes exógenos (como água e vento), seja por agentes endógenos (como tectonismo e vulcanismo), origina as depressões.
Quando forças advindas do interior da Terra abalam a superfície terrestre, provocando o afundamento de áreas, depressões são também formadas. Rochas cristalinas e rochas sedimentares podem gerar depressões quando sofrem desgaste e geram sedimentos que se acumulam nas áreas mais baixas.
Classificação das depressões
Segundo a altitude
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Depressões relativas: encontram-se a níveis altimétricos superiores ao nível do mar, mas inferiores às áreas que estão em suas margens. Exemplos: Depressão Cuiabana, no Brasil.
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Depressões absolutas: encontram-se a níveis altimétricos inferiores ao nível do mar. Exemplo: Mar Cáspio, localizado entre os continentes europeu e asiático.
Segundo a localização
1. Marginais: situam-se em áreas de formação sedimentar. Um exemplo dessa depressão no Brasil é a Depressão Sul-Amazônica.
2. Periféricas: situam-se em áreas onde há o contato entre escudos cristalinos e bacias sedimentares. Um exemplo no Brasil é a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.
3. Interplanálticas: situam-se entre regiões de planaltos, estando rebaixadas em relação a essas áreas. Exemplo: Depressão Sertaneja e do São Francisco.
Depressões no Brasil
Ao longo de alguns anos, as depressões não faziam parte das classificações propostas por estudiosos para o território brasileiro. O professor e geógrafo Jurandyr Ross foi o primeiro a apresentar essa classificação de relevo. Baseado em alguns estudos, como os do geógrafo Aziz N. Ab'Saber e levantamentos de dados fotográficos do Projeto RadamBrasil1, Ross dividiu o território em 28 unidades de relevo, distribuídas entre planícies, planaltos e depressões. Para essa divisão, o geógrafo utilizou como critério aspectos como altitude, estrutura geológica e processos de formação. As depressões brasileiras são formadas normalmente por processos erosivos ocorridos em estruturas cristalinas ou sedimentares.
Os principais exemplos são: Depressão Sertaneja e do São Francisco, Depressão Cuiabana, Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense, Depressão do Araguaia, Depressão Amazônica, Depressão do Miranda, entre outras.
Mar Morto, a maior depressão absoluta do mundo
Localizado no Oriente Médio, a aproximadamente 400 metros abaixo do nível dos oceanos, o Mar Morto é considerado a maior área continental abaixo do nível do mar no mundo.
Mar Morto, a maior depressão absoluta do mundo
Crateras e Vales
Vales e crateras são geralmente paisagens que causam grande impacto nos observadores. Com paisagens únicas, chamam a atenção de viajantes e pesquisadores. A cratera é uma representação geral do que é uma depressão: uma área rebaixada repleta de irregularidades. Já o vale é uma subcategoria de relevo que também representa uma depressão. Geralmente se encontra entre duas encostas e apresenta cursos d'água. Um exemplo de vale bastante conhecido em todo o mundo é o Vale da Morte, nos Estados Unidos.
Parque Nacional do Vale da Morte, localizado no estado da Califórnia, Estados Unidos.
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1PROJETO RADAMBRASIL. "Capítulo 2. Geomorfologia". In: Levantamento de recursos naturais. 34 vols. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia; Departamento Nacional de Produção Mineral, 1973-1987.