Permafrost
O Permafrost – também chamado de Pergelissolo – é um tipo de solo existente na região do Ártico, no extremo norte do planeta. Como sugere a sua etimologia (Perm = permanente + frost = congelado), trata-se de uma espessa camada de solo congelado que, em tese, não se derrete.
Esse tipo de solo formou-se ao longo de milhares e milhares de anos e, com os sucessivos processos de congelamento da terra e da água, armazenou grandes quantidades de carbono em seu interior, tornando-se também um importante registro das variações climáticas da Terra ao longo das eras geológicas.
Nas épocas mais quentes do ano, forma-se nessa área um terreno pantanoso, fruto do derretimento da camada mais superficial do gelo do permafrost que os solos congelados não são capazes de absorver. Posteriormente, com o retorno das quedas das temperaturas, essa água que se derreteu volta a congelar.
No entanto, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) registrou, ao final de 2012, um alerta acerca do derretimento acentuado do Pergelissolo. Isso porque tal derretimento libera uma grande quantidade de carbono antes armazenada no gelo. O carbono, em contato com o ar, transforma-se em dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo agravamento do efeito estufa.
De acordo com algumas projeções, portanto, o permafrost estaria se derretendo graças ao aquecimento global e, por sua vez, seria o responsável pelo adensamento desse fenômeno. Isso porque o permafrost ocupa 25% das terras do hemisfério norte, o equivalente a cerca de 13 milhões de quilômetros quadrados.
Outro fator que amplia o alarde sobre a questão são os registros da Organização Mundial de Meteorologia, que afirmam que, em 2011, as temperaturas tiveram uma destacada elevação nas regiões do Ártico, justamente aquelas em que se encontram o permafrost. Em média, a elevação das temperaturas nesses locais foi duas vezes maior do que a média global.
Outros estudos também revelaram que, além do carbono, o derretimento do permafrost libera grandes quantidades de gás metano, que teria uma toxidade 40 vezes maior que a do dióxido de carbono.
Os cientistas que estudam o caso alertam sobre a necessidade de se conter a emissão de gases poluentes na atmosfera e conter o fenômeno do Aquecimento Global. Para eles, o mundo deve estar preparado para um aumento das temperaturas acima do previsto, caso o permafrost continue derretendo.
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* Créditos da imagem: Brocken Inaglory