Taylorismo

Em meio à Revolução Industrial — período caracterizado pelo significativo desenvolvimento tecnológico vivido na Europa que possibilitou a consolidação da indústria e do capitalismo a partir do século XVIII —, surgiram algumas formas de organização e sistematização desse tipo de produção. Uma delas foi desenvolvida por Frederick Winslow Taylor, ao final do século XIX, e ficou conhecida como administração científica.

As principais características desse modo de organização estão relacionadas com a maximização da produção atrelada ao máximo aproveitamento da mão de obra e com o surgimento da gerência científica. O taylorismo, como ficou conhecido, revolucionou a indústria, entretanto foi e ainda é bastante criticado.

O Taylorismo busca fracionar o trabalho, a fim de conseguir maior produtividade em menor tempo.

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Frederick Taylor

Conhecido como pai da administração científica, Frederick Winslow Taylor nasceu no estado da Pensilvânia, em 1856, nos Estados Unidos, e faleceu aos 59 anos, em 1915. Estudou na França e na Alemanha e formou-se em engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia Stevens, localizado em Nova Jersey, em 1883.

Taylor trabalhou em algumas indústrias como operário, como na companhia de aço Midvale Steel Works, onde exerceu cargos de chefia e supervisor. Foi nessa companhia que Taylor, ao observar a atividade realizada pelos operários, teve suas primeiras ideias a respeito da otimização do trabalho.

Ele acreditava que era necessário racionalizar o trabalho, considerando que esse, por vezes, era realizado de modo intuitivo. Assim, Taylor passou a estudar estratégias que pudessem ser aplicadas no sistema produtivo, tanto na função dos operários quanto na função da gerência (da qual iremos falar a seguir).

Características do taylorismo

O taylorismo tem como principal premissa elevar a produção industrial em menor tempo possível. Isso porque as observações de Taylor constataram que muitos operários, por realizarem as funções sem muita técnica, perdiam muito tempo com movimentos desnecessários, obtendo uma produção muito abaixo da sua capacidade.

Portanto, era essencial aperfeiçoar o trabalho visando as aptidões de cada trabalhador. Esse aperfeiçoamento da função seria associado à segmentação, ou seja, cada operário realizaria apenas uma atividade e evitaria a lentidão da produção, o que, consequentemente, traria melhor custo-benefício.

Era necessário então que os operários fossem instruídos quanto à função a ser realizada, buscando o melhor aprimoramento possível. Os treinamentos deveriam ser realizados segundo métodos científicos e atividades planejadas na medida em que fossem identificados os melhores perfis para cada função específica, promovendo uma padronização do trabalho e maior controle da linha de produção.

A implementação desse modo de organização trouxe uma grande mudança: o trabalhador, que antes encontrava-se em meio a todo o processo produtivo, agora está fixado em uma única etapa, o que  diminui o seu esforço produtivo e torna-o, portanto, alheio ao resultado final.

Outra observação feita por Taylor foi a de que a produtividade também está relacionada com o rendimento máximo do trabalhador. Sendo assim, para que esse seja estimulado a produzir, são necessárias algumas motivações, como a melhoria dos salários; a redução da jornada de trabalho; os descansos semanais remunerados; e as bonificações conforme a produção.

O papel da gerência abordado por Taylor é de fundamental importância para o controle do sistema produtivo.

Resolvida a questão de quem executa o trabalho, ou seja, a força manual, surge então a necessidade de alguém que o planeje e gerencie, a força intelectual. É ai que surge o conceito de gerência científica.

Ao gerente cabe o planejamento racional com base em métodos concretos a serem inseridos no processo produtivo. A gerência também é responsável pelo controle dos trabalhadores, que passariam a ser supervisionados, evitando tempo ocioso e possíveis resistências, visto que as funções seriam exercidas de maneira segmentada, dando a cada operário o domínio de sua área.

Os gerentes também estabelecem as regras e padrões quanto à produção, visando diminuir o tempo gasto e o esforço desnecessário. Assim foram estipulados prazos de entrega, jornadas de trabalho, horários de descanso, entre outros. Fica clara nesse momento uma divisão do sistema produtivo, em que o saber é expropriado do operário, limitando-se apenas aos cargos mais altos, como o da gerência.

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Princípios do Taylorismo

Frederick Taylor deixou um enorme legado que contribui de forma significativa para o desenvolvimento industrial. Taylor publicou, em 1903, o livro Shop management, no qual evidencia técnicas voltadas à racionalização do trabalho, com base no estudo do tempo e dos movimentos conhecido como Time-Motion Study.

Em 1911, Taylor publica uma de suas obras mais conhecidas, o livro intitulado Princípios da administração científica, que apresenta a necessidade de dividir o processo produtivo segundo aptidões dos trabalhadores e também a de ter uma figura capaz de controlar todo esse processo, a gerência. Para isso seria fundamental romper com a utilização de métodos empíricos e empregar métodos científicos no trabalho. Taylor então apresenta quatro princípios fundamentais:

Princípio do planejamento

É necessária a substituição de métodos empíricos por métodos científicos, evitando ações e julgamentos individuais a respeito do trabalho.

Princípio da preparação dos trabalhadores

É necessário relacionar as funções específicas aos funcionários que apresentarem melhores aptidões para elas. Portanto, é feita uma seleção e, posteriormente, treinamento, a fim de aperfeiçoar cada trabalhador para o alcance da execução mais eficiente das tarefas.

Princípio do controle

É necessário controlar o trabalho realizado pelos operários, de modo a evitar tempo ocioso, esforço físico desnecessário e possíveis resistências.

Princípio da execução

É necessário distribuir as tarefas e responsabilidades para cada trabalhador, buscando um sistema de produção industrial disciplinado, objetivo e com o melhor custo-benefício possível.

Exemplos do taylorismo

O taylorismo inspirou inúmeros seguidores ao redor do mundo que buscavam otimizar o trabalho nas indústrias. Muitos aperfeiçoaram as ideias de Taylor segundo as realidades de seu período e da sua produção. O trabalho produzido por ele transformou o pensamento administrativo no mundo todo. Veja alguns exemplos:

  1. Harringtn Emerson desenvolveu os princípios da eficiência organizacional, publicados em seu livro Doze princípios da eficência, em 1911, inspirado nas ideias desenvolvidas por Taylor. Em seu trabalho, Emerson aborda questões, como: disciplina, normas e horários, operações padronizadas, entre outras.
  2. Morris Llewellyn Cooke, engenheiro estadunidense, desenvolveu seu trabalho, conhecido como gerenciamento científico e eletrificação rural, influenciado por Frederick Taylor. A ideia de que o gerenciamento científico é benéfica não só para a indústria mas para todos os segmentos da sociedade fez com que Cooke criasse, em 1905, sua empresa de consultoria científica, aplicando os princípios da administração científica desenvolvidos por Taylor.
  3. Le Chatelier, engenheiro químico francês, aplicou os conhecimentos adquiridos por meio da administração científica de Taylor em fábricas na França.

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Críticas ao taylorismo

Apesar de ter revolucionado a produção industrial apresentando possíveis benefícios aos trabalhadores, como os já citados redução da jornada de trabalho e aumento dos salários, as obras de Taylor sofreram inúmeras críticas. A maior delas está relacionada ao aumento da produtividade em detrimento do trabalhador.

Mesmo com todos os benefícios, muitos críticos à teoria acreditam que o operário, a partir dessa nova forma de organização, é explorado, sendo comparado a uma máquina. A mecanização do trabalhador congelou-o em uma só função, expropriando o seu saber e impedindo que ele possa crescer dentro da empresa.

Nesse sentido, as atividades simples e repetitivas deram um aspecto robotizado ao trabalho operário, que passou a ser questionado, gerando conflitos com os empregadores, muitas vezes acusados de reprimir as opiniões dos operários.

Taylorismo, fordismo e toyotismo

As ideias desenvolvidas por Taylor influenciaram outros métodos de organização da produção industrial, como o desenvolvido por Henry Ford, também engenheiro mecânico estadunidense, responsável pela criação do fordismo, caracterizado por ser uma produção em massa com o menor custo possível via utilização da chamada linha de montagem. Outro exemplo que sofreu influência do taylorismo foi o método criado por Taiichi Ohno e conhecido como toyotismo, que visa maior produtividade sem criação de estoque.

Compare as principais características de cada modo de organização:

→ Taylorismo

  • Produção em massa
  • Trabalho realizado de acordo como rendimento do operário
  • Geração de estoque
  • Produção em menor tempo e com menor gasto
  • Controle de qualidade ao final do processo produtivo
  • Trabalhador exerce apenas uma função
  • Trabalho inteiramente subordinado à gerência

→ Fordismo

  • Produção em massa
  • Trabalho realizado de acordo com a capacidade do maquinário e realizado em esteiras.
  • Geração de estoque
  • Produção em menor tempo e com o menor gasto
  • Controle de qualidade realizado ao final do processo
  • Trabalhador exerce uma única função
  • Trabalho parcialmente subordinado à gerência

→ Toyotismo

  • Produção em lotes
  • Trabalho realizado de acordo com a demanda
  • Não há geração de estoque
  • Produção voltada à necessidade do consumidor
  • Controle de qualidade é realizado ao longo do processo
  • Trabalhador realiza diversas funções
  • Trabalho com maior autonomia em relação à supervisão da gerência
Publicado por Rafaela Sousa
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