Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur foi um conflito ocorrido no Oriente Médio, em 1973, envolvendo israelenses e árabes, que teve graves consequências no Ocidente.
Tanque com a bandeira do Estado de Israel que foi utilizado na Guerra do Yom Kippur em 1973.

A Guerra do Yom Kippur foi um conflito ocorrido em 1973 entre israelenses e árabes, na fronteira entre Israel e Egito, próximo ao Canal de Suez. Disputava-se o domínio das terras próximo ao canal. Os israelenses construíram várias fortificações na fronteira com o Egito, e isso provocou uma reação militar por parte dos árabes.

O nome da guerra se refere ao feriado judaico do Yom Kippur, o Dia do Perdão, celebrado em 6 de outubro, data do início dos combates. A principal consequência da Guerra do Yom Kippur foi o aumento do preço do barril de petróleo, o que causou crises econômicas em vários países ocidentais, como o Brasil.

Saiba mais: Primeira Guerra Árabe-Israelense — um dos muitos conflitos entre Israel e os países árabes

Resumo sobre Guerra do Yom Kippur

  • A Guerra do Yom Kippur foi um conflito armado envolvendo israelenses e árabes ocorrido em 1973.

  • Era a disputa pelas terras próximo ao Canal de Suez, na fronteira entre Israel e Egito.

  • O começo do confronto ocorreu em 6 de outubro de 1973, dia em que os judeus celebram o Yom Kippur, o Dia do Perdão. Por esse motivo, a guerra tem esse nome.

  • Os países ocidentais apoiaram Israel. Em retaliação, os árabes, os maiores produtores de petróleo do mundo, aumentaram o preço do barril, provocando crises econômicas no Ocidente.

Causas da Guerra do Yom Kippur

Desde a criação do Estado de Israel, israelenses e árabes estão em constante conflito. A origem de Israel se deu em 1948, e a presença israelense foi rejeitada pelos países árabes. Grupos radicais realizaram ataques terroristas no intuito de derrotar quem eles consideravam invasores de suas terras.

As ações dos grupos radicais se ampliaram para conflitos armados, que resultaram na vitória de Israel contra seus inimigos. Essa vitória adveio tanto da atuação do exército israelense quanto do auxílio militar e financeiro oriundo dos países ocidentais, em especial dos Estados Unidos.

A Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, foi mais um dos vários conflitos entre israelenses e árabes no Oriente Médio. A vitória de Israel fez com que suas fronteiras fossem expandidas para territórios que pertenciam ao Egito e à Síria. O sentimento de vingança entre os derrotados predominou, e um novo conflito entre os dois povos não tardaria a acontecer, já que:

  • os vitoriosos queriam manter sua presença no Oriente Médio;

  • os derrotados queriam expulsar os inimigos de suas terras.

Em 1973, novamente, israelenses e árabes se colocaram em campos opostos, na Guerra do Yom Kippur. Para Israel, era preciso reforçar belicamente sua presença na região e manter os postos militares nas fronteiras para evitar qualquer ataque inimigo. Os árabes viam no novo conflito a chance para expulsar os israelenses do Oriente Médio.

Ocorrência da Guerra do Yom Kippur

No dia 6 de outubro de 1973, tropas egípcias e sírias atacaram as bases militares de Israel no dia em que os israelenses celebram o Yom Kippur, o Dia do Perdão. Essas bases militares estavam construídas na região do Canal de Suez. É importante ressaltar que esse canal é um território estratégico.

Isso porque o Canal de Suez faz a ligação entre os mares Mediterrâneo e Vermelho, sendo, portanto, um ponto de conexão para navios comerciais e uma zona de movimento para tropas militares. Por isso, essa região despertava o interesse dos israelenses e dos árabes.

 Trincheiras usadas por soldados israelenses para atacar os árabes na Guerra do Yom Kippur, próximo à Colina de Golã.

Enquanto os egípcios faziam ataques atravessando as águas do Canal de Suez, os sírios atacavam pelo lado da Colina de Golã. Essa primeira intervenção árabe não teve muitas baixas entre seus soldados, o que demonstrou seu êxito. Israel respondeu rapidamente ao ataque por meio de sua marinha, que expulsou os inimigos que estavam no mar Mediterrâneo. No dia 26 de outubro de 1973, os israelenses conseguiram derrotar os árabes novamente e manter o território conquistado na Guerra dos Seis Dias.

Leia também: Guerra Civil Síria — um conflito iniciado como consequência da Primavera Árabe

Encerramento da Guerra do Yom Kippur

Cinco anos depois do fim do conflito, israelenses e árabes discutiram um acordo de paz. Isso aconteceu em Camp David, nos Estados Unidos. O Egito reconheceu a existência do Estado de Israel e retomou as relações diplomáticas com os israelenses. O país foi a primeira nação árabe a fazer tal reconhecimento e iniciar uma relação amistosa com o antigo inimigo.

Consequências da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur provocou uma grave crise econômica no Ocidente. No começo da década de 1970, os principais países capitalistas eram dependentes do petróleo como fonte de energia. Os árabes, os maiores produtores petrolíferos do mundo, aumentaram o preço do barril do petróleo como forma de retaliação ao apoio do Ocidente a Israel. Isso provocou a necessidade de se buscar novas fontes de energia para que a produção econômica do Ocidente fosse mantida.

A consequência do aumento do preço do petróleo, nacionalmente, foi a escassez de investimentos estrangeiros e o aumento da dívida externa do Brasil. À época, o país vivia sob o regime da ditadura militar, e a crise do petróleo acabou de vez com o “milagre econômico”, que elevou o PIB brasileiro para 10%.

O abalo econômico causado pelo conflito no Oriente e o salto no preço do petróleo enfraqueceram o governo militar. Em 1974, sob o comando do general Ernesto Geisel, teve início a gradual abertura política nacional, encerrando os longos anos de ditadura no Brasil.

Videoaula sobre conflitos entre Israel e Palestina

Exercícios resolvidos sobre a Guerra do Yom Kippur

Questão 1

(Fundep) A Guerra do Yom Kippur ocorreu entre os dias 6 e 26 do mês de outubro de 1973 e teve início após um ataque súbito a Israel, organizado por Síria e Egito. O nome do conflito remete ao feriado da cultura judaica chamado Yom Kippur, pois na data da celebração, Síria e Egito ultrapassaram as barreiras do cessar-fogo nas Colinas de Golã e no Monte Sinai, que pertenciam a Israel.

Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/guerra-do- yom-kippur/>. Acesso em: 22 jul. 2019.

O feriado da cultura judaica chamado Yom Kippur é o(a)

A) festejo do ano novo judaico.

B) memória da entrega dos dez mandamentos a Moisés.

C) celebração da libertação do cativeiro babilônico.

D) celebração do grande Dia do Perdão dos Pecados.

Resolução:

Alternativa D

A Guerra do Yom Kippur tem esse nome em referência ao feriado judaico do Dia do Perdão, celebrado no dia 6 de outubro. Em 1973, o feriado marcou o começo de mais um conflito entre israelenses e árabes.

Questão 2

Sobre a Guerra do Yom Kippur, é correto afirmar que

A) foi um conflito envolvendo disputas internas entre países árabes pelo domínio da exploração do petróleo no Oriente Médio.

B) a guerra ocorreu entre israelenses e árabes pelo domínio de terras próximas ao Canal de Suez.

C) foi a primeira guerra entre árabes e israelenses desde 1948, quando o Estado de Israel foi criado.

D) essa guerra teve como consequência a queda do preço do petróleo.

Resolução:

Alternativa B

A Guerra do Yom Kippur foi mais um dentre os inúmeros conflitos entre Israel e os países árabes no Oriente Médio. As nações envolvidas visavam reconquistar terras na região do Canal de Suez.

Publicado por Carlos César Higa
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