Questão Palestina
A Questão Palestina é uma disputa territorial, política e religiosa que ocorre entre israelenses e palestinos há mais de 70 anos. Ao longo dos séculos, a região do Oriente Médio experimentou a dominação otomana, a dominação inglesa e a partilha da Palestina entre o Estado de Israel e territórios autônomos pela ONU, marcando as origens dessa questão.
Em 2023, a situação da Questão Palestina se tornou ainda mais tensa com um grave conflito entre Israel e o grupo Hamas, resultando em uma série de ataques, perdas de vidas e um aumento das hostilidades em uma região já instável. A história da Palestina, com suas influências de civilizações antigas, domínio islâmico, ocupação cruzada, controle otomano e domínio britânico, continua a desempenhar um papel crucial na moldagem das tensões e dos desafios enfrentados atualmente na região.
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Resumo sobre a Questão Palestina
- A Questão Palestina é uma disputa territorial, política e religiosa que ocorre entre israelenses e palestinos há mais de 70 anos.
- Ela é enraizada em séculos de conflitos na região do Oriente Médio, incluindo a dominação otomana e a Declaração Balfour.
- A Questão Palestina tem causas profundas, incluindo disputas territoriais, nacionalismo, questões religiosas, influência internacional e extremismo tanto israelense quanto palestino.
- Em 2023, um conflito escalou entre Israel e o grupo terrorista Hamas, resultando em uma série de ataques, mortes e tensões crescentes, exacerbando uma situação já delicada.
- A Palestina tem uma história rica, influenciada por civilizações antigas, domínio islâmico, ocupação cruzada, controle otomano e domínio britânico, moldando as tensões e o contexto atual.
Contexto histórico da Questão Palestina
A Questão Palestina é uma disputa territorial, política e religiosa que ocorre entre israelenses e palestinos há mais de 70 anos e que está ligada a uma série de fatores históricos, políticos, culturais e religiosos ocorridos ao longo dos séculos, os quais resultaram em um cenário de conflito permanente no Oriente Médio.
Para compreender a Questão Palestina, é essencial observar seu contexto histórico. A região que conhecemos hoje como o Estado de Israel e a Palestina tem uma história longa e complexa, com influências de diversos impérios e culturas ao longo dos séculos. Dentre os principais eventos dessa história, é possível identificar alguns que moldaram o cenário atual:
- Período Judaico (século X a.C. – 70 d.C.): Durante mais de mil anos, a região que hoje compreende o Estado de Israel e a Palestina foi território das tribos e reinos hebraicos, como o Reino de Judá. Em um contexto de diversas ocupações estrangeiras, expulsões e reconquistas, os judeus ocuparam a região até sua definitiva expulsão pelo Império Romano em 70 d.C.
- Período Otomano (1517-1917): Durante quatro séculos, a Palestina foi parte do Império Otomano, um império turco muçulmano. Durante esse período, a população local, composta principalmente por árabes, judeus e cristãos, coexistia, embora não sem tensões ocasionais.
- Declaração Balfour (1917): Em 1917, após a queda do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial (1914-1917), a região passou a ser controlada pelo Reino Unido. Nesse contexto, foi emitida a Declaração Balfour, que expressava apoio à criação de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina. Isso desencadeou um novo capítulo na história da região, à medida que mais judeus começaram a migrar para a Palestina.
- Partilha da Palestina (1947): Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Nações Unidas propuseram a partilha da Palestina em um estado judeu e um estado árabe, o que foi aceito pelos líderes judeus, mas rejeitado pelos líderes árabes, pois os palestinos eram maiores em população e ficariam com uma área menor.
- Guerra de 1948 (ou Guerra da Independência de Israel): A criação do Estado de Israel em 1948 levou a um conflito armado com os países árabes vizinhos. Isso resultou na fuga de centenas de milhares de árabes palestinos de suas terras.
- Guerras Árabe-Israelenses (1956, 1967, 1973): As décadas seguintes testemunharam uma série de conflitos armados entre Israel e os países árabes, incluindo a Guerra dos Seis Dias em 1967, que resultou na ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
O que é a Questão Palestina?
A Questão Palestina é a disputa territorial, política, religiosa e humanitária em curso há mais de 70 anos na região da Palestina, que compreende territórios árabes e o Estado de Israel. Ela também afeta as relações entre Israel e os países árabes vizinhos, como Egito, Irã e Iraque. A Questão Palestina é caracterizada por várias dimensões interligadas:
- Disputa territorial: A raiz do conflito é a disputa pelo território entre Israel e o povo palestino. Os palestinos buscam um estado independente na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e na Jerusalém Oriental
- Refugiados palestinos: Milhões de palestinos foram deslocados de suas casas durante as guerras israelo-palestinas, resultando em uma população de refugiados palestinos em toda a região.
- Jerusalém: Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, tornando-a uma das questões mais sensíveis. Tantos os palestinos quanto os israelenses reivindicam Jerusalém como sua capital, o que torna difícil chegar a um acordo sobre o status da cidade.
- Colonização e assentamentos: A construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia é uma fonte constante de tensão. Os palestinos veem isso como um obstáculo à criação de um estado independente.
- Crises humanitárias: A Faixa de Gaza é um território densamente povoado que tem enfrentado bloqueios econômicos e humanitários, o que resultou em sérias crises humanitárias.
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Causas da Questão Palestina
As causas da Questão Palestina são diversas. Dentre elas, pode-se destacar:
- Disputa territorial e nacionalismo: Tanto os palestinos quanto os israelenses reivindicam o direito à autodeterminação e ao controle sobre a terra. Os palestinos veem a criação de Israel como uma usurpação de suas terras, enquanto os israelenses argumentam que têm direito histórico a um estado após séculos de perseguição.
- Religião e identidade: A questão está enraizada na religião e na identidade. Jerusalém, em particular, é um ponto focal de tensão devido à sua importância para três das maiores religiões do mundo.
- Diáspora palestina: A dispersão dos palestinos e a formação de uma grande diáspora são consequências das guerras árabe-israelenses e do deslocamento. Isso cria uma comunidade global de apoio à causa palestina.
- Influência internacional: A Questão Palestina é amplamente influenciada por atores internacionais, como os Estados Unidos, que apoiam Israel, e muitos países árabes, que apoiam os palestinos. A política externa e o apoio financeiro desempenham um papel importante.
- Extremismo e terrorismo: Grupos terroristas de orientação muçulmana têm perpetuado o conflito, impedindo negociações pacíficas e a interferência internacional construtiva. Por outro lado, as ações militares de Israel, consideradas por apoiadores como ações de defesa e por críticos como ações de expansionismo, também alimentam o conflito.
Situação atual da Questão Palestina
Em outubro de 2023, uma guerra entre Israel e o grupo Hamas eclodiu, marcando um dos episódios mais graves no longo histórico de hostilidades entre as duas partes. Em 7 de outubro de 2023, cerca de mil combatentes do Hamas, com controle sobre a Faixa de Gaza, lançaram uma ofensiva sem precedentes, disparando cerca de 5.000 foguetes em direção a Israel e realizando incursões por terra, mar e ar, inclusive com o uso de parapentes. O ataque resultou na morte de dezenas de civis israelenses e na captura de reféns próximo à fronteira.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra, prometendo que o Hamas pagaria um preço elevado. Israel respondeu com uma série de bombardeios aéreos na Faixa de Gaza, causando um grande número de mortes do lado palestino. O conflito foi justificado pelo Hamas como uma reação aos “ataques crescentes” de Israel nas regiões da Cisjordânia, Jerusalém e nas prisões israelenses. A comunidade internacional reagiu com condenações e apelos por um cessar-fogo, enquanto a situação humanitária na região se deteriorava de forma rápida, impactando severamente a vida dos civis. Esse episódio acentuou a complexidade do conflito israelo-palestino, que persiste como um dos maiores desafios para a paz na região.
História da Palestina
A história da Palestina remonta a séculos de influência de impérios e povos diversos. A região foi habitada por várias culturas e grupos étnicos ao longo da história. Alguns eventos e períodos notáveis na história da Palestina incluem:
- Antiguidade: A Palestina é historicamente associada às civilizações antigas, incluindo os cananeus, filisteus, hebreus e romanos. Jerusalém, em particular, é central para a história religiosa e cultural da região. Desde o século X a.C., a região foi habitada pelos judeus, que constituíram reinos duradouros ali. Após sua expulsão, em 70 d.C., pelos romanos, a região passou a ser chamada de “Palestina” por duas razões: o termo deriva do grego, do nome do povo filisteu, inimigo dos judeus, então adquiriu uma conotação negativa, significando “região dos inimigos”; a adoção do nome pretendia desconectar os judeus da terra.
- Domínio islâmico: Após a expansão do Islã no século VII, a Palestina passou a fazer parte do Império Islâmico e desempenhou um papel importante na história dessa religião especialmente com Jerusalém como local sagrado.
- Domínio cruzado: Durante a Idade Média, a região foi dominada no contexto das Cruzadas, com cristãos europeus tentando conquistar a Terra Santa. Isso levou a períodos de conflito e controle estrangeiro.
- Domínio otomano: A Palestina fez parte do Império Otomano por quatro séculos, até o final da Primeira Guerra Mundial.
- Mandato britânico: Após a queda do Império Otomano, a Liga das Nações concedeu um mandato britânico sobre a Palestina, que desempenhou um papel importante na criação do conflito moderno.
- Declaração Balfour e a Guerra de 1948: A Declaração Balfour e a subsequente Guerra de 1948 estabeleceram as bases para o conflito israelo-palestino moderno.
- Guerras Árabe-Israelenses: As guerras árabe-israelenses moldaram a fronteira e a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
- Negociações de paz: Várias tentativas de negociações de paz ocorreram ao longo das décadas, incluindo os Acordos de Oslo nos anos 1990. No entanto, nenhum acordo duradouro foi alcançado.
- Eventos recentes: Conflitos, protestos e tensões em curso continuam a definir a história contemporânea da Palestina.
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Exercícios resolvidos sobre a Questão Palestina
Questão 1
No contexto histórico da Questão Palestina, qual evento marcou a situação da região durante a dominação otomana e foi um dos fatores que desencadearam o conflito entre Israel e Palestina?
A) A Declaração Balfour
B) A criação do Estado de Israel
C) O Tratado de Sèvres
D) A Guerra dos Seis Dias
E) A Primeira Intifada
Resolução:
Alternativa A.
A Declaração Balfour, emitida em 1917, expressava o apoio britânico à criação de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina, o que teve um impacto significativo no conflito israelo-palestino.
Questão 2
Qual das seguintes afirmações melhor descreve a causa fundamental da Questão Palestina?
A) A disputa pelo controle de territórios ricos em petróleo na região.
B) Diferenças étnicas entre judeus e palestinos.
C) Tensões religiosas, incluindo a disputa sobre Jerusalém.
D) Uma guerra de independência liderada pelos palestinos.
E) Disputas de fronteira com nações vizinhas.
Resolução:
Alternativa C.
A Questão Palestina é profundamente influenciada por tensões religiosas, especialmente em relação a Jerusalém, uma cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos. Essas tensões religiosas desempenham um papel crucial no conflito.
Crédito de imagem
[1] Oncenawhile / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
ROCHA, Ivan. Dominadores e dominados na Palestina do século I. História, São Paulo, v. 23, n. 1-2, p. 239-258, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/his/a/8fY3bDB4Q9KgZ94vtML5PcS/?format=pdf&lang=pt.
CASARÕES, Guilherme. O lugar de Israel e da Palestina na política externa brasileira: antissemitismo, voto majoritário ou promotor de paz? História, São Paulo, v. 33, n.2, p. 150-188, jul./dez. 2014 Disponível em: https://www.scielo.br/j/his/a/DVn6PHTMxSmfxzNGtVLGPTr/?format=pdf&lang=pt.