Monteiro Lobato

Monteiro Lobato foi um autor brasileiro. Seus livros para adultos são pré-modernistas. Já suas obras de cunho infantil integram a famosa série Sítio do Picapau Amarelo.
Monteiro Lobato, por volta de 1920.

Monteiro Lobato (José Bento Renato Monteiro Lobato) foi um escritor brasileiro. Nasceu na cidade paulista de Taubaté, no dia 18 de abril de 1882. Além de escrever vários livros para adultos e crianças, também investiu em outras carreiras. Assim, foi fazendeiro, editor e empresário, além de atuar como adido comercial em Nova Iorque.

O autor faleceu em 04 de julho de 1948, na cidade de São Paulo, e deixou obras pré-modernistas (escritas para adultos) e também livros infantis. O grande sucesso de sua carreira como escritor foi a série de livros intitulada Sítio do Picapau Amarelo. Nessas narrativas infantis, personagens como Emília e Visconde vivem grandes aventuras.

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Resumo sobre Monteiro Lobato

  • O autor paulista Monteiro Lobato nasceu em 1882 e morreu em 1948.

  • Não foi só escritor mas também fazendeiro, editor e empresário.

  • Suas obras para adultos fazem parte do pré-modernismo.

  • Seus textos pré-modernistas são marcados pelo nacionalismo.

  • Os livros da série Sítio do Picapau Amarelo se tornaram clássicos infantis.

Biografia de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (José Bento Renato Monteiro Lobato) nasceu no dia 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, em São Paulo. Mais tarde, estudou no colégio Kennedy e também no colégio Paulista, ambos de sua cidade natal. Com a morte dos pais, o autor passou a residir, em 1899, na casa do avô, o visconde de Tremembé (1830-1911).

No ano seguinte, iniciou o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Durante seu tempo de estudante na cidade de São Paulo, participou da sociedade literária Arcádia, escreveu crônicas e críticas, e foi redator do jornal O Onze de Agosto, entre outros periódicos.

Sua formatura ocorreu em 15 de dezembro de 1904. Já em 1906, foi nomeado promotor público interino de Taubaté. No ano seguinte, ocupou o cargo de promotor público na cidade de Areias. Além disso, em 1908, fez traduções de artigos do jornal londrino Weekly Times que foram publicadas em O Estado de S. Paulo.

Com a morte do avô, em 1911, herdou a Fazenda do Buquira. Já casado, mudou-se para lá com a família e se tornou fazendeiro. Dessa experiência, resultou o artigo “Uma velha praga”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 1914. Três anos depois, vendeu a fazenda e voltou a viver na cidade de São Paulo.

Em 1918, publicou sua primeira obra literária — o livro de contos Urupês — e comprou a Revista do Brasil. Dois anos depois, criou a editora Monteiro Lobato & Cia. Nesse ano de 1920, também publicou sua primeira obra infantil — A menina do narizinho arrebitado —, a qual, mais tarde, integrou o livro Reinações de Narizinho.

A Revista do Brasil foi vendida em 1925, mesmo ano em que a editora do autor foi à falência e o escritor se mudou para o Rio de Janeiro. Lá, logo se tornou sócio da Companhia Editora Nacional. Em 1927, foi nomeado adido comercial para atuar na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Perdeu o cargo de adido em 1930. E já tinha vendido suas ações da Companhia Editora Nacional quando voltou ao Brasil no ano seguinte. Já em 1932, decidiu investir na Companhia Petróleo Nacional. Dois anos depois, em 1934, recusou o cargo de diretor do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, oferecido pelo então presidente Getúlio Vargas (1882-1954).

Durante o Estado Novo, o escritor foi preso, por motivação política, em 1941, sendo liberado três meses depois. Assim, em 1945, foi convidado, pelo Partido Comunista, a ser um dos candidatos às eleições daquele ano, mas não aceitou o convite. E se mudou para a Argentina, em 1946. Regressou ao Brasil no ano seguinte, e faleceu em 04 de julho de 1948, em São Paulo.

Monteiro Lobato e a Academia Brasileira de Letras

Lobato nunca conseguiu ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Sua primeira candidatura foi em 1922, mas o autor desistiu antes de receber o resultado. Quatro anos depois, em 1926, mudou de ideia e voltou a concorrer a uma vaga na ABL, sem sucesso. Já em 1944, recusou indicação em protesto contra Getúlio Vargas, membro desde 1941.

Características literárias de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato foi um escritor tanto de literatura infantil quanto de literatura para adultos. Seus livros infantis apresentam aventuras, realismo fantástico, elementos folclóricos e possuem traços didáticos. Já seus textos para adultos estão inseridos no período literário conhecido como pré-modernismo.

Assim, suas obras pré-modernistas possuem traços do determinismo naturalista, portanto, são antirromânticas, já que não apresentam idealizações. Além disso, buscam retratar, com realismo e criticidade, a sociedade brasileira do início do século XX. Possuem, também, elementos nacionalistas.

No entanto, na atualidade, algumas obras do autor vêm gerando polêmica, já que podem ser consideradas racistas, como o romance O presidente negro. Assim, há aqueles leitores que defendem o autor e outros que se preocupam com o impacto de um conteúdo possivelmente racista em histórias infantis, como Caçadas de Pedrinho.

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Obras de Monteiro Lobato

  • Urupês (1918)

  • Cidades mortas (1919)

  • Ideias de Jeca Tatu (1919)

  • Negrinha (1920)

  • O macaco que se fez homem (1923)

  • Mundo da lua (1923)

  • O presidente negro (1926)

  • Mr. Slang e o Brasil (1927)

  • Na antevéspera (1933)

  • O escândalo do petróleo (1936)

  • A barca de Gleyre (1944)

  • Sítio do Picapau Amarelo (1921-1944)

Sítio do Picapau Amarelo

“O saci”, publicado com o selo Biblioteca Azul, é um dos livros da série Sítio do Picapau Amarelo.[1]

O grande sucesso do escritor Monteiro Lobato é sua série infantil Sítio do Picapau Amarelo, cujos personagens principais são:

  • Dona Benta: dona do Sítio do Picapau Amarelo.

  • Emília: uma esperta boneca de pano.

  • Narizinho: a menina do nariz arrebitado.

  • Pedrinho: o menino aventureiro.

  • Tia Nastácia: cozinheira e contadora de histórias.

  • Visconde: o sábio feito de sabugo de milho.

Os primos Narizinho e Pedrinho são netos de dona Benta. Com Emília e Visconde, eles vivem grandes aventuras, que, muitas vezes, são compartilhadas com dona Benta e a querida Tia Nastácia. Outros personagens secundários também participam das histórias, as quais valorizam a cultura brasileira, além de trazerem conhecimento e reflexão.

Fazem parte da série, os seguintes volumes:

  • O Saci (1921)

  • Fábulas (1922)

  • As aventuras de Hans Staden (1927)

  • Reinações de Narizinho (1931)

  • Viagem ao céu (1932)

  • Caçadas de Pedrinho (1933)

  • História do mundo para as crianças (1933)

  • Emília no País da Gramática (1934)

  • Aritmética da Emília (1935)

  • Geografia de dona Benta (1935)

  • História das invenções (1935)

  • Dom Quixote das crianças (1936)

  • Memórias de Emília (1936)

  • Serões de Dona Benta (1937)

  • O poço do Visconde (1937)

  • Histórias de Tia Nastácia (1937)

  • O Picapau Amarelo (1939)

  • O Minotauro (1939)

  • A reforma da natureza (1941)

  • A chave do tamanho (1942)

  • Os doze trabalhos de Hércules (1944)

Frases de Monteiro Lobato

“Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos ninguém.”

“Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.”

“Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta.”

“O certo em literatura é escrever com o mínimo possível de literatura.”

“Estou condenado a ser o Andersen desta terra — talvez da América Latina.”

“Traduzo como o bêbado bebe: para esquecer, para atordoar.”

Créditos da imagem

[1] Biblioteca Azul / Globo Livros (reprodução)

Publicado por Warley Souza
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