Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles estreou na Literatura em 1944. Grande romancista e contista, sua literatura é associada, cronologicamente, à geração de 1945.
Lygia Fagundes Telles na inauguração da fachada do edifício da Academia Paulista de Letras.[1]

Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, capital, no dia 19 de abril de 1923, e morreu no dia 3 de abril de 2022, também em São Paulo. Filha de um advogado e de uma pianista, viveu sua infância em várias cidades do interior, onde o pai atuava como delegado e promotor público.

Aos quinze anos, escreveu seu primeiro livro de contos, Porão e Sobrado, tomando gosto pela arte ainda menina, quando precocemente decidiu ser escritora. Formou-se em Educação Física e Direito na Universidade de São Paulo, embora sua maior paixão fosse, declaradamente, a Literatura.

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Resumo sobre Lygia Fagundes Telles

  • Lygia Fagundes Telles nasceu em 19 de abril de 1923, em São Paulo, e morreu em 3 de abril de 2022, também em São Paulo.

  • Sua estreia no mundo das letras ocorreu em 1944, com o livro de contos Praia Viva.

  • Está ligada à terceira fase do Modernismo brasileiro, com obras que abordam a temática feminina, a vida nas grandes cidades etc.

  • Tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras em 1985, além de ter recebido o Prêmio Jabuti, em 1965, e o Prêmio Camões, em 2005.

Videoaula sobre Lygia Fagundes Telles

Características literárias de Lygia Fagundes Telles

Grande romancista e contista, Lygia figura entre nossos melhores escritores da Literatura brasileira. Sua estreia oficial no universo das letras aconteceu no ano de 1944, com a publicação do livro de contos Praia Viva. Sempre presente nas rodas literárias e atenta aos acontecimentos políticos, Lygia foi uma mulher de vanguarda, representando o perfil feminino das décadas de 50 e 60. Cronologicamente, foi ligada à geração de 45, ao lado de nomes como Rubem Braga, Dalton Trevisan, Carlos Heitor Cony e Clarice Lispector.

Com Clarice Lispector, sua obra estabeleceu um interessante diálogo, pois ambas exploraram, de maneira inédita até então, o universo feminino sob uma perspectiva moderna, rompendo com o moralismo social que deixava a mulher sempre à margem da figura masculina. Traçou o de suas personagens por meio das técnicas do fluxo de consciência e do monólogo interior, alçando-as ao posto de protagonista de suas histórias.

Além de abordar intensamente a temática feminina, Lygia abriu espaço em sua obra para temas como a vida nas grandes cidades, assim como os problemas sociais e outros temas polêmicos, como drogas, adultério e o amor. É interessante ressaltar que, enquanto seus romances ganharam ares de literatura realista, nos contos, Lygia transgrediu o real, deixando clara a influência do norte-americano Edgar Allan Poe, que trilhou, em sua Literatura, por veredas fantásticas. Lygia fez a fusão do fantástico à realidade do espaço urbano, incorporando em seus contos muitos elementos modernos, vide os contos A caçada, Venha ver o pôr do sol e As formigas.

Obras de Lygia Fagundes Telles

Porão e Sobrado, contos, 1938.
Praia Viva, contos, 1944.
O Cacto Vermelho, contos, 1949.
Ciranda de Pedra, romance, 1954.
Histórias do Desencontro, contos, 1958.
Verão no Aquário, romance, 1964.
Histórias Escolhidas, contos, 1964.
O Jardim Selvagem, contos, 1965.
Antes do Baile Verde, contos, 1970.
As Meninas, romance, 1973.
Seminário dos Ratos, contos, 1977.
Filhos Prodígios, contos, 1978.
A Disciplina do Amor, contos, 1980.
Mistérios, contos, 1981.
Venha Ver o Pôr do Sol e Outros Contos, 1987.
As Horas Nuas, romance, 1989.
A Noite Escura e Mais Eu, contos, 1995.
Biruta, contos, 2004.
Histórias de Mistérios, contos, 2004.
Conspiração de Nuvens, contos, 2007.
Passaporte para a China, contos, 2011.

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Prêmios e honrarias

Foi eleita, em 1982, membro da Academia Paulista de Letras e, em 1985, passou a ocupar a cadeira de número 16 da Academia Brasileira de Letras. Reconhecida pelo público e crítica, recebeu diversos prêmios, entre eles o Jabuti, o maior da Literatura nacional, em 1965, e o Prêmio Camões, o mais importante da Literatura em língua portuguesa, em 2005.

Ganhou ainda, do amigo Carlos Drummond de Andrade, os seguintes versos:

Procuro Lygia

Procuro Lygia em São Paulo,
Rua da Consolação?
Na fazenda da Palmeira
ou em Campos do Jordão?

Procuro Lygia no mapa
do mundo aberto em clarão?
Em Paris, Tegucigalpa,
Moscou, Irã, Hindustão?

Não procuro Lygia: encontro-a
dentro do meu coração.

Carinhos do
Carlos

Rio, 19.IV.1982

Créditos da imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução) 

Publicado por Luana Castro Alves Perez
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