Doença de Crohn
doença inflamatória que acomete o tubo digestório, afetando, principalmente, o íleo e o cólon. Trata-se de uma doença crônica que desencadeia sintomas como cólica abdominal e diarreia. A doença, apesar de não possuir cura, apresenta tratamento, o qual pode permitir que uma pessoa viva longos períodos sem sintomas da doença. Entre os medicamentos usados para tratar a doença de Crohn destacam-se os corticosteroides. A realização de cirurgia é indicada em alguns casos, como em situações de estreitamento intestinal.
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O que é a doença de Crohn?
A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica que acomete o tubo digestório. Apesar de acometer com maior frequência o íleo e o cólon, a doença pode comprometer qualquer região desde a boca até o ânus.
As causas da doença de Crohn são, até o momento, desconhecidas. Entretanto, acredita-se que a doença ocorra em pessoas predispostas geneticamente, estando fatores como contato com antígenos, fatores ambientais e emocionais ligados em algum nível com sua apresentação. Ela ocorre tanto no sexo masculino quanto no feminino, sendo observado um pico de incidência entre os 15 e 30 anos de idade.
A doença de Crohn é frequentemente confundida com a colite ulcerativa, sendo essas duas consideradas doenças inflamatórias intestinais. A diferença entre ambas está, inicialmente, no fato de que a doença de Crohn pode acometer todo o trato intestinal, enquanto na colite a inflamação se limita ao intestino grosso e reto.
Além disso, na colite percebemos toda uma área afetada de maneira contínua, enquanto na doença de Crohn há segmentos doentes e segmentos saudáveis. Não podemos nos esquecer ainda de que na doença de Crohn, todas as camadas de tecido são inflamadas, enquanto na colite observa-se a inflamação apenas da camada mais superficial.
De acordo a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, a doença de Crohn recebe esse nome pois Burril B. Crohn foi o primeiro autor de um artigo de 1932 publicado por três pessoas que descreveram a doença.
Sintomas da doença de Crohn
A doença de Crohn provoca sintomas que variam em intensidade e geralmente se manifestam em crises intercaladas com períodos de remissão. Entre os sintomas provocados pela doença podemos citar a cólica abdominal, a diarreia, o sangramento retal e a febre. O paciente pode também apresentar perda de apetite e consequente perda de peso, obstruções intestinais, fístulas na região perianal e abscessos. Vale salientar que manifestações extraintestinais podem também estar presentes, como dores nas articulações e lesões na pele.
É importante destacar que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, “pacientes que evoluem com doença por mais de dez anos precisam ser controlados por meio de colonoscopia periódica, porque possuem um maior risco maior de apresentar displasia e neoplasia intestinal”.
Diagnóstico da doença de Crohn
O diagnóstico é feito com base na análise dos sintomas apresentados pelo paciente, bem como com a realização de exames de imagem e exames de sangue. A colonoscopia com biópsia, por exemplo, é um importante exame para a confirmação desse diagnóstico.
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Tratamento da doença de Crohn
A doença de Crohn é uma doença que não apresenta cura, entretanto o tratamento permite alívio dos sintomas e também redução da inflamação. O melhor medicamento a ser utilizado em cada caso deve ser recomendado pelo médico. Entre as medicações utilizadas destacam-se os corticosteroides.
Vale salientar que a cirurgia pode ser recomendada na doença de Crohn quando o tratamento se mostra ineficiente ou quando complicações ocorrem, como a perfuração e obstrução intestinal. Assim como a medicação, a cirurgia não tem finalidade curativa.
Alimentação e doença de Crohn
De acordo com a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, apesar de a alimentação não causar a doença de Crohn, é importante investir em comidas suaves e brandas, uma vez que elas interferem menos que a as comidas condimentadas ou ricas em gorduras quando a doença está na fase ativa. Ainda de acordo com a instituição, recomenda-se a restrição ao leite em pacientes com intolerância à lactose e dieta livre de conservantes, transgênicos e industrializados.