Cinco erros conceituais em Física

Existem alguns erros conceituais que podem nos conduzir a erros graves nos estudos de Física!

Os conceitos e teorias da Física devem ser muito bem estudados e entendidos, pois erros de interpretação e definições mal construídas podem mudar totalmente os seus sentidos, descaracterizando os fenômenos em estudo.

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Listamos para você cinco erros muito comuns cometidos nos estudos de Física!

1. Força centrífuga ou inércia?

A tendência de objetos que executam movimento circular de escapar das curvas é geralmente atribuída à existência de uma força que puxa esses objetos para fora de suas trajetórias, a denominada força centrífuga. Todavia, esse comportamento dos objetos em curvas deve-se à inércia!

A Primeira Lei de Newton diz que a tendência de um corpo é manter seu estado original de repouso ou movimento a não ser que uma força atue sobre ele, mudando seu estado inicial. Na execução de uma curva dentro de um carro, por exemplo, o passageiro é pressionado à lataria do veículo não por uma força que o empurra para fora da curva, mas, sim, pela tentativa de seu corpo de manter o movimento que existia antes de se iniciar a curva.

2. Massa X Peso

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A massa é a quantidade de matéria existente em um corpo e é também definida como a medida quantitativa da inércia de um objeto. A sua unidade de medida é o quilograma (kg). Nosso peso é a força com a qual nossos corpos são atraídos por nosso planeta, e seu cálculo é feito a partir da Segunda lei de Newton, sendo fruto do produto entre a massa do corpo e a gravidade do planeta. Como o peso é uma força, a sua unidade de medida é o newton (N)

P = m.g

Portanto, o peso de uma pessoa que possui massa igual a 60 Kg, assumindo a gravidade igual a 10 m/s2, é de:

P = m.g

P = 60.10

P = 600 N

(Lê-se 600 newtons)

É comum ouvirmos: “Meu peso é de 60 kg!” ou “Fui à farmácia para pesar e estou com 70 kg!”. Todavia, essas expressões, conceitualmente, estão erradas, pois, quando temos medidas em quilograma (kg), fazemos referência à massa, e não ao peso. Massa e peso são grandezas completamente diferentes.

3. Empuxo e força normal são reações da força peso

A Terceira Lei de Newton (ação e reação) diz que toda ação corresponde a uma reação de mesmo valor, mas em sentido oposto. Assim, quando um tapa é dado em uma parede, isso é a ação, e a dor sentida na mão é a reação. Repare que ação e reação atuaram em corpos diferentes: mão e parede.

As força normal e o empuxo não podem ser consideradas como reações do peso, pois tanto o peso como essas forças atuam sobre o mesmo corpo, indo contra a proposição da Terceira lei de Newton.

Observe o exemplo abaixo em que um objeto de massa M está sobre uma superfície qualquer. O peso do objeto atua sobre a superfície, forçando-a exercer sobre o objeto uma força, denominada de normal (N), para suportá-lo. Como as duas forças estão atuando sobre o mesmo corpo, elas não podem ser consideradas como ação e reação. Caso semelhante acontece com o empuxo e o peso. Quando um objeto é mergulhado em um fluido, as forças peso e empuxo atuam sobre ele e, por isso, não podem ser consideradas ação e reação.

4. Calor X Temperatura

Normalmente as frases escritas abaixo são usadas em nosso cotidiano:

“ Está fazendo muito calor hoje!”

“ Esse agasalho impede a entrada do frio!”

As definições das grandezas calor e temperatura são geralmente confundidas, o que nos leva a cometer esse tipo de erro. A temperatura é a medida do grau de agitação individual das moléculas que compõe um corpo e serve para indicar se os corpos estão quentes ou frios. Já o calor é a energia total das moléculas que compõem o corpo e manifesta-se apenas nas ocasiões em que existem diferenças de temperatura.

Portanto, não podemos dizer que em um dia está muito calor, mas, sim, que a temperatura do ambiente está elevada. Ao falarmos do agasalho, devemos dizer que ele impede a troca de calor entre nosso corpo e o meio ambiente.

5. A força gravitacional é diretamente proporcional à distância

A equação da força gravitacional mostra que essa grandeza possui relação inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa dois corpos. Dizer que a força gravitacional é inversamente proporcional à distância sem citar o quadrado da distância é um erro que descaracteriza essa grandeza.

Se a distância entre dois objetos for duplicada, a força gravitacional entre eles diminuirá quatro vezes. Sendo triplicada a distância, a força será nove vezes menor e assim sucessivamente. Caso semelhante ocorre na determinação da força elétrica entre duas cargas, em que também existe a dependência do quadrado da distância entre duas cargas elétricas.

Más interpretações podem nos levar a cometer erros graves em Física
Más interpretações podem nos levar a cometer erros graves em Física
Escrito por: Joab Silas da Silva Júnior Escritor oficial Mundo Educação.

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