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Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo entrou para a história como o navegante genovês líder da expedição espanhola que chegou ao continente americano em outubro de 1492. A expedição de Colombo era formada por três embarcações — Niña, Pinta e Santa María — que desembarcaram em uma ilha, Guanahani, onde atualmente se localiza as Bahamas.

Colombo passou grande parte de sua vida procurando financiamento para realizar a sua sonhada expedição para a Ásia. Com a oferta da Espanha, ele conseguiu fazer quatro viagens para a América. Apesar de ter chegado a um novo continente, Colombo faleceu, em 1506, acreditando ter chegado à Ásia.

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Primeiros anos de Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo nasceu em Gênova, em 1451. Após financiamento concedido pela Espanha, organizou a expedição que o trouxe para a América em 1492.
Cristóvão Colombo nasceu em Gênova, em 1451. Após financiamento concedido pela Espanha, organizou a expedição que o trouxe para a América em 1492.

Os historiadores sabem pouco sobre os primeiros anos da vida de Cristóvão Colombo. O que se sabe é que ele nasceu em Gênova, em 1451. Não existe consenso acerca do mês de seu nascimento, havendo estimativa entre os meses de agosto e outubro. Até meados do século XX, o local de nascimento de Colombo também era questionado, mas sabemos hoje que ele era genovês.

Sobre a família de Colombo, os historiadores têm conhecimento de que seu pai era um tecelão chamado Domenico Colombo, enquanto sua mãe chamava-se Susanna Fontanarossa. Além disso, Colombo teve quatro irmãos: Bartolomeu, Giacomo, Giovanni e Bianchinetta. Cristóvão e Bartolomeu compartilharam algo entre si: o apreço pela navegação marítima e o interesse pela exploração.

Com 14 anos de idade, Colombo ingressou em uma escola voltada para a formação de navegantes e de cartógrafos (um conhecimento importante para quem desejava explorar o mar). Com base nessa experiência, ele pôde ir à procura de trabalho.

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Carreira de marinheiro

Em 1473, Colombo foi contratado pelos Di Negro e Spinola para trabalhar nas viagens comerciais comandadas por essas duas famílias genovesas. Assim, em nome delas, em 1474 e 1475, ele esteve em missão pelo mar Egeu. Posteriormente, ele foi contratado como agente comercial dos Centurione, o que o levou a novas viagens.

Em 1476, Colombo esteve em Lisboa e Bristol (Inglaterra), e fala-se que, em 1477, ele esteve na Islândia. No mesmo ano, ele retornou para Portugal, estabelecendo-se lá pelos oito anos seguintes de sua vida. Nesse país, ele encontrou seu irmão Bartolomeu Colombo e seguiu trabalhando para os Centurione.

Ainda em Portugal, casou-se com Felipa Moniz Perestrello, filha de uma família com conexão com os Bragança, mas que estava empobrecida. O casamento aconteceu em 1479, resultando em um filho chamado Diego Colombo, que nasceu em meados de 1480. O casamento com Felipa estendeu-se por poucos anos, uma vez que ela faleceu por causas desconhecidas (o ano da sua morte também é incerto).

O interesse pelo oeste

Em Portugal, Colombo iniciou seus estudos sobre a possibilidade de viajar para o oeste a fim de alcançar a Índia. Os historiadores têm o registro de cartas trocadas entre Colombo e Paolo Toscanelli, e acredita-se que este foi uma de suas grandes influências. Ele também estudou os relatos de outros, como Marco Polo e Ptolomeu.

Os estudos de Colombo levaram-no a concluir que a Terra é redonda e que, navegando-se rumo ao oeste, era possível alcançar-se o Oriente. Ele ainda fez cálculos para precisar-se a distância a ser percorrida a fim de alcançar-se o continente asiático e chegou a produzir um mapa-múndi sobre uma esfera.

Colombo tinha desenvolvido um otimismo muito grande a respeito de sua teoria, primeiro porque acreditava que a Terra era muito menor do que de fato ela é, além disso ele acreditava que o Atlântico era mais estreito do que é e que rapidamente chegaria a Cipango (atual Japão). De lá, ele navegaria em direção à Índia.

O interesse de Colombo só se materializaria efetivamente se ele conseguisse financiamento para montar uma expedição. Assim, a partir da década de 1480, ele partiu à procura de interessados para bancar sua viagem. Como ele morava em Portugal, naturalmente, o primeiro apoio que buscou foi o de d. João II, rei de Portugal.

O rei português foi procurado por Colombo em duas ocasiões, e em ambas sua proposta foi rejeitada. No primeiro encontro, sua teoria foi desacreditada por outros especialistas da confiança do rei, e, no segundo, o rei demonstrou estar mais interessado em financiar expedições que explorassem o litoral africano.

A negativa de d. João II fez com que Colombo abandonasse Portugal, estabelecendo-se em Palos de la Frontera, na Espanha, com seu filho, Diego, em 1485. No ano seguinte, ele conseguiu uma audiência com os reis espanhóis, Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Ambos eram conhecidos como os reis católicos por sua grande devoção religiosa.

Na audiência, Colombo soube explorar o caráter religioso da sua expedição. Isso chamou a atenção dos reis católicos, mas, naquele momento, não havia interesse deles em financiarem essa empreitada porque eles estavam em guerra contra os mouros no sul da Península Ibérica. O projeto de Colombo também foi criticado por outros especialistas do assunto na Espanha.

A negativa dos espanhóis fez com que Colombo fosse procurar o apoio, na Inglaterra, do rei Henrique VII, recebendo também uma resposta negativa. Ainda, ele mandou cartas para a França do rei Carlos VIII. Colombo desejava ir à França apresentar sua proposta, mas a situação mudou drasticamente, e ele foi novamente convidado para uma audiência com os reis católicos.

Em 1492, Colombo tinha encontrado as condições necessárias para que sua expedição fosse financiada. Primeiro, os espanhóis haviam conquistado o último reduto dos mouros na península, além disso, havia um crescente temor da Coroa espanhola pelo desenvolvimento náutico que Portugal experimentava no século XV.

Colombo apresentou sua proposta para os reis, mas os termos exigidos pelo genovês foram considerados muito rígidos e eles decidiram dispensá-lo. Foi somente por intervenção do tesoureiro do reino, Luis Santángel, que os reis católicos foram convencidos de financiarem a sua viagem.

O contrato de Colombo com a Espanha foi assinado em 17 de abril de 1492. As chamadas “Capitulações” determinaram que, caso sua missão obtivesse sucesso, ele receberia o título de almirante, seria nomeado vice-rei das terras descobertas e chamado de don Cristóbal Colón, além de que receberia uma porcentagem dos lucros obtidos. Com isso, a Espanha disponibilizou uma quantia em dinheiro para que ele preparasse sua viagem.

Acesse também: Relatos de Hans Staden e Anthony Knivet sobre o Brasil

Primeira viagem de Cristóvão Colombo

Em 12 de outubro de 1492, a expedição de Colombo chegou a Guanahani, ilha renomeada de San Salvador (atual Bahamas).
Em 12 de outubro de 1492, a expedição de Colombo chegou a Guanahani, ilha renomeada de San Salvador (atual Bahamas).

Colombo conseguiu organizar três embarcações para a sua expedição (Pinta, Niña e Santa María). Ele estava à frente da Santa María, e as outras duas embarcações foram entregues ao comando de Martín Pinzón e Vicente Pinzón. A expedição foi iniciada em 3 de agosto de 1492. As embarcações saíram de Palos de la Frontera e foram até as Canárias, onde os navios foram abastecidos.

No dia 12 de outubro de 1492, os espanhóis chegaram à região das Antilhas, mas não sem grande tensão. A viagem estendeu-se por mais tempo que Colombo havia imaginado, e, para conter o ânimo dos marinheiros, ele manteve dois registros das distâncias percorridas. O registro falso contava com distâncias menores do que de fato foram percorridas.

De toda forma, a hipótese de retornar à Espanha se terra não fosse encontrada foi manifestada durante a viagem. No entanto, os espanhóis avistaram uma ilha que atualmente faz parte das Bahamas. Os nativos chamavam-na de Guanahani, mas Colombo nomeou-a San Salvador. Os historiadores não têm certeza de qual ilha efetivamente seja.

Durante essa viagem, Colombo também chegou à ilha onde hoje fica o Haiti e a República Dominicana, nomeando-a Hispaniola. O contato com os nativos foi pacífico, mas Colombo já havia demonstrado em seus registros o interesse em escravizá-los. Ele também sequestrou alguns deles para levá-los como demonstração aos reis espanhóis.

Colombo acreditou ter chegado à Ásia, e por isso chamou os nativos de “índios”. Ele permaneceu com essa ideia até o fim de sua vida. Somente décadas depois é que os europeus conseguiram confirmar que se tratava de um novo continente. Entretanto, ao longo de sua vida, Colombo negou-se a perceber os indícios que demonstravam isso.

Durante sua estada em Hispaniola, a embarcação Santa María naufragou. Colombo então formou um assentamento espanhol chamado Navidad, deixou dezenas de homens nele e retornou para a Espanha na Niña. Durante o retorno, ele encontrou a Pinta, embarcação comandada Martín Pinzón, que confirmou ter encontrado ouro. Em 14 de março de 1493, Colombo chegou à Espanha, sendo recebido com grandes homenagens.

Outras viagens de Cristóvão Colombo

Na sua terceira viagem, Colombo foi preso em Hispaniola e levado de volta para a Espanha algemado.
Na sua terceira viagem, Colombo foi preso em Hispaniola e levado de volta para a Espanha algemado.

Colombo fez outras três viagens à América, mas sua reputação foi caindo após cada uma delas. Na segunda, Colombo partiu da Espanha, em setembro de 1493, com mais de 1000 homens, e o intuito disso era o de iniciar a colonização dos territórios encontrados na primeira viagem. Ele encontrou novas ilhas durante o percurso e descobriu Navidad destruída.

Ele montou outro assentamento, nomeando-o Isabela, e partiu para novas explorações no Mar do Caribe. Quando retornou, os colonos de Isabela estavam insatisfeitos com as condições do assentamento e em guerra com os nativos. Colombo, para obter alguma renda de sua viagem, decidiu escravizar nativos, o que desagradou a rainha Isabel, em 1496.

Na terceira viagem, iniciada em maio de 1498, Colombo levou suprimentos e novos trabalhadores para Hispaniola, uma vez que seu irmão havia encontrado ouro na ilha. Durante essa viagem, Colombo navegou mais ao sul, encontrou a ilha de Trinidad e chegou a foz do Orinoco. Se ele tivesse explorado mais, teria se deparado com vastas terras — a América do Sul.

Quando retornou a Hispaniola, encontrou os colonos espanhóis em situação de penúria. O estado de pobreza era generalizado, os colonos estavam em guerra aberta com os indígenas e a quantidade de ouro não era, nem de longe, a que os colonos esperavam. Além disso, havia insatisfação da Coroa com a escravização dos nativos e a baixa taxa de conversão deles ao cristianismo.

Assim, um inquisidor real chamado Francisco de Bobadilla foi mandado para Hispaniola, com o objetivo de prender Colombo. O genovês foi preso e levado para a Espanha algemado. Ele foi acusado de má administração, e, chegando à Espanha, foi liberto, mas perdeu o cargo de governador dos assentamentos espanhóis.

Em maio de 1502, ele realizou sua quarta e última viagem para a América. Foi proibido de pisar em Hispaniola, e então explorou a costa da América Central, tendo acesso a relatos sobre um grande mar, a nove dias de marcha, no Panamá. Ele, porém, não desconfiou de que se tratava de um oceano diferente. Retornou para a Espanha em novembro de 1504, e a morte da rainha Isabel foi o fim de suas ambições.

Acesse também: Conquista dos astecas pelos espanhóis no século XVI

Morte de Cristóvão Colombo

Colombo passou os últimos anos de sua vida em condição financeira confortável. Ele, no entanto, não teve mais o prestígio que tivera um dia. Faleceu em 20 de maio de 1506, aos 54 anos de idade, sem obter de volta os direitos que lhe tinham sido prometidos pela Coroa espanhola.

Publicado por Daniel Neves Silva
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