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Descobrimento da América

Descobrimento da América ou a chegada dos espanhóis à América deu-se em 12 de outubro de 1492, por meio da expedição liderada por Cristóvão Colombo.
Embarcações lideradas por Cristóvão Colombo chegando à ilha de Guanahani em alusão ao descobrimento da América.
Em 12 de outubro de 1492, as três embarcações lideradas por Colombo chegaram à ilha de Guanahani, atual Bahamas.

O descobrimento da América é como ficou conhecida a chegada dos espanhóis aqui, em 12 de outubro de 1492, em uma ilha que pertence às Bahamas atualmente. A chegada dos europeus nesse contexto aconteceu pela expedição de Cristóvão Colombo, navegante genovês que comandou três embarcações financiadas pela Espanha.

A chegada dos europeus à América está inserida no cenário das grandes navegações e marcou o início oficial da disputa por terras a serem colonizadas. Os espanhóis, no entanto, não foram os primeiros europeus a chegaram ao continente americano, pois os historiadores sabem que os vikings alcançaram a América do Norte no final do século X.

Os espanhóis foram os primeiros europeus a chegarem à América?

Não. Atualmente, os historiadores sabem que os espanhóis não foram os primeiros europeus a chegarem ao continente americano. O responsável por isso foi Leif Eriksson, filho de Erik, o Vermelho. Ele teria liderado um grupo de 35 homens (todos vikings) que navegou pelo Atlântico Norte, chegando a regiões que atualmente formam o Canadá.

Um indício da presença viking foi um achado arqueológico da década de 1960. Na região de Terra Nova, foi encontrado um assentamento viking que ficou conhecido como L’Anse-aux-Méduses (Caverna das Águas-Vivas). Esse assentamento não teve sucesso e foi abandonado, e novas tentativas, nesse sentido, não foram realizadas na América.

Acesse também: Como os vikings enxergavam a guerra?

Contexto do descobrimento da América

A chegada dos europeus à América fez parte do processo das grandes navegações, o qual se estendeu por todo o século XV e foi encabeçado pelos portugueses em grande parte. Uma série de avanços tecnológicos permitiram melhorias na navegação marítima, e, além disso, existia toda uma motivação econômica por trás dessa empreitada.

A conquista da Constantinopla pelos otomanos, em 1453, tinha criado grandes dificuldades para os europeus acessaram o comércio oriental. As mercadorias obtidas no Oriente, sobretudo as especiarias, eram muito valorizadas, e, portanto, a sua obtenção trazia consigo enormes chances de lucro. Sendo assim, as grandes navegações foram realizadas de acordo com os interesses comerciais dos europeus.

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Ao longo do século XV, os portugueses realizaram uma série de expedições de exploração no Oceano Atlântico e descobriram vários locais, como Madeira e Açores, além de terem estabelecido feitorias no litoral africano, estabelecendo relações comerciais na África. Na década de 1480, conseguiram contornar o sul desse continente, abrindo o caminho para a Índia. O pioneirismo português explica-se porque o país reunia condições ideais para tal empreendimento.

No caso espanhol, as iniciativas foram muito tímidas, e os reis católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, só permitiram uma expedição do tipo depois que os mouros foram expulsos da Península Ibérica, em 1492. Nesse momento, um genovês tinha uma proposta de expedição para alcançar a Índia: Cristóvão Colombo.

Leia Mais: Revolução de Avis - iniciou uma nova dinastia e trouxe estabilidade política a Portugal

Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo era um navegante genovês de grande experiência, e, no final do século XV, ele procurava alguém para financiar sua expedição para a Índia. Ele advogava pela ideia da esfericidade da Terra e, portanto, defendia que, navegando-se para o oeste, era possível alcançar-se o Oriente. Ele passou a defender essa teoria após anos de estudos, mas, ainda assim, tinha algumas ideias equivocadas.

Ele acreditava que a Terra fosse menor do que de fato o é e que uma viagem para a Índia pelo oeste seria curta, pois pensava que o Oceano Atlântico fosse estreito. Assim, procurou interessados para financiar sua expedição em Portugal, local onde ela foi negada duas vezes, na Inglaterra, e trocou cartas com a França, mas não teve respostas positivas. Caso tenha maior interesse nessa figura histórica, leia: Cristóvão Colombo.

  • Expedição de Colombo

Colombo então foi à Espanha, e, depois de anos de audiências e negociações, os reis católicos (Fernando de Aragão e Isabel de Castela) concederam o financiamento exigido por ele para que a expedição fosse possível. Foram preparadas três embarcações chamadas Niña, Pinta e Santa María.

A expedição de Colombo partiu de Palos de la Frontera, na Espanha, em 3 de agosto de 1492, em direção às Canárias. De lá, as embarcações passaram por reparos, foram reabastecidas e içaram velas na direção oeste. A viagem foi complicada porque a demora em encontrar terras angustiou os marinheiros. Cogitou-se até o retorno para a Europa.

Colombo enganou os marinheiros, registrando no diário de bordo distâncias menores do que de fato haviam sido percorridas. De toda forma, no dia 12 de outubro de 1492, a expedição encontrou terra. Era a ilha de Guanahani, que ele nomeou como San Salvador. Os historiadores especulam que talvez seja a Waitling’s Island, nas Bahamas.

Além disso, nessa expedição, foram explorados outros locais. Colombo foi para a ilha em que fica o Haiti e a República Dominicana, nomeando-a Hispaniola. Por fim, foi à ilha de Cuba, renomeando-a Juana. Nesses locais, ele manteve contato razoavelmente pacífico com os nativos, embora tenha sequestrado alguns deles para levar à Espanha.

Pintura retratando o retorno de Cristóvão Colombo à Espanha após o descobrimento da América.
Em 1493, Colombo retornou à Espanha trazendo as notícias do achamento de novas terras e foi recebido com grande homenagem.

Apesar do feito, Colombo não quis acreditar na possibilidade de que aquela terra fazia parte de um novo continente. Ele defendeu durante toda a sua vida que tinha chegado à Ásia e, segundo os historiadores, negou-se a observar elementos que demonstravam claramente, como a vegetação nas ilhas caribenhas, de que ele não havia estado naquela região.

Assim que a notícia do achamento da nova terra chegou aos reis espanhóis (foi levada pelo próprio Colombo, em 1493), eles trataram de conseguir a posse das terras por meio de um acordo com a Igreja Católica. O papa Alexandre VI estabeleceu a bula Inter Coetera, que traçava uma linha imaginária a 100 léguas ao oeste de Cabo Verde.

O que ficasse ao oeste dessa linha imaginária seria terra espanhola, e as terras ao leste seriam portuguesas. No entanto, os portugueses não gostaram dessa divisão, e, após longas negociações com a Espanha, assinaram o Tratado de Tordesilhas, que colocava a linha imaginária a 370 léguas. Esse acordo permitiu que as bases da colonização da América fossem estabelecidas.

Leia mais: Descobrimento do Brasil - o contexto da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500

Colonização espanhola

Colombo realizou quatro viagens para a América. Já na primeira, ele deixou um assentamento espanhol na ilha de Hispaniola que se chamava Navidad (ficava no território haitiano). Quando ele voltou, o assentamento estava destruído e os habitantes dele estavam mortos. Os historiadores não sabem o que matou os espanhóis, mas acredita-se em conflito com os indígenas.

Depois ele fundou outro assentamento chamado Isabela (ficava no território dominicano), mas esse também fracassou. O local não foi bem escolhido, o trabalho era duro, as dificuldades eram muitas, e os contatos com os indígenas ficaram mais hostis. Colombo foi acusado de negligência no comando desse assentamento e perdeu o direito de governá-lo.

Pouco a pouco, os espanhóis foram estabelecendo as bases da colonização, e os povos nativos foram sistematicamente violentados. Os conflitos, as doenças e a escravização fizeram com que milhões de indígenas que habitavam o Caribe, no final do século XV, passassem a poucos milhares, em meados do século XVI. Para aprofundar-se nesse processo, leia: Colonização espanhola.

Publicado por Daniel Neves Silva

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