Robert Oppenheimer

Robert Oppenheimer foi o cientista norte-americano que liderou o trabalho dos cientistas no Projeto Manhattan, sendo um dos responsáveis pela construção das bombas atômicas.
Robert Oppenheimer foi o cientista que liderou a construção das bombas atômicas no Projeto Manhattan.[1]

Robert Oppenheimer foi um cientista norte-americano que ficou conhecido na história por ter sido quem liderou o trabalho de milhares de cientistas no Projeto Manhattan. Foi com base no trabalho desenvolvido por ele que as primeiras bombas atômicas da história foram construídas. Duas delas foram lançadas sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial.

Ele nasceu em uma família bem-sucedida de Nova York, estudando Química em Harvard e obtendo um doutorado em Física na Alemanha. Foi convidado a atuar no Projeto Manhattan em 1941 e passou por uma grande perseguição na década de 1950 por suas posições políticas. Faleceu em 1967 por causa de um câncer de garganta.

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Resumo sobre Oppenheimer

  • Robert Oppenheimer foi um cientista norte-americano e um dos grandes físicos do século XX.

  • Nasceu em uma família rica, estudou em Harvard e doutorou-se em Física na Alemanha.

  • Na década de 1930, teve grande proximidade com pessoas e o próprio Partido Comunista dos Estados Unidos.

  • Foi convidado a atuar no Projeto Manhattan em 1941, liderando o trabalho de construção das bombas atômicas.

  • Faleceu em 1967 por conta de um câncer de garganta.

Biografia de Oppenheimer

  • Primeiros anos de Oppenheimer

Julius Robert Oppenheimer nasceu em 22 de abril de 1904, em Nova York. Pertencia a uma família bem-sucedida e que levava uma vida de alto padrão. Além disso, sua família era judia não praticante. Seu pai trabalhava no ramo têxtil, sendo um imigrante alemão que enriqueceu nos Estados Unidos.

Seu pai se chamava Julius Seligmann Oppenheimer e sua mãe, Ella Friedman, uma artista. Oppenheimer tinha um irmão mais novo, Frank. A família Oppenheimer morava em um apartamento de luxo localizado em um bairro nobre de Nova York.

  • Início da carreira de Oppenheimer

Oppenheimer teve acesso a uma boa educação durante sua infância e juventude, e, em 1922, conseguiu ser aceito em Harvard. Ele concluiu seus estudos nessa universidade em 1925, especializando-se em Química. No mesmo ano, mudou-se para Cambridge para dar sequência aos seus estudos.

Oppenheimer não se adaptou à universidade britânica, matriculando-se na Universidade de Göttingen, na Alemanha, em 1926. Nela, ele recebeu orientação de Max Born, um físico muito importante do período. Em 1927, ele encerrou a sua especialização, tornando-se doutor em Física.

  • Vida pessoal de Oppenheimer

Entre 1936 e 1939, Oppenheimer manteve um relacionamento com Jean Tatlock, uma psiquiatra que fazia parte do Partido Comunista dos Estados Unidos. Após o término dos dois, ele se envolveu com Katherine Puenin, uma botânica que era casada com um médico.

Katherine engravidou de um filho com Oppenheimer, divorciando-se do seu marido para se casar com o físico em 1940, com quem manteve a união até 1967, quando ele morreu. O matrimônio entre o físico e a botânica, no entanto, também foi marcado por uma traição de Oppenheimer com sua ex-namorada, Jean Tatlock. Juntos, Oppenheimer e Katherine tiveram dois filhos: Peter (1941) e Katherine (1944).

  • Política de Oppenheimer

Na política, Oppenheimer ficou muito marcado por ter posições progressistas e por uma proximidade grande com pessoas do Partido Comunista dos Estados Unidos. Ele defendia que algumas reformas sociais fossem realizadas para atenuar a desigualdade social e era um adepto da causa antifascista.

Conviveu com muitas pessoas próximas do Partido Comunista dos Estados Unidos, mas nunca foi oficialmente filiado a ele. Alguns boatos, no entanto, apontavam que ele frequentava organizações de fachada que os comunistas utilizavam nos Estados Unidos. Suas posições políticas fizeram-no ser investigado pelo FBI e foram usadas para descredibilizá-lo perante a opinião pública na década de 1950.

  • Morte de Oppenheimer

Robert Oppenheimer faleceu em 18 de fevereiro de 1967 por conta de um câncer de garganta. Essa doença foi causada pelo hábito rotineiro do cientista de fumar. Os últimos anos da sua vida ficaram marcados pela perseguição política. Na década de 1950, ele se tornou alvo de uma campanha de difamação porque era crítico da proliferação de armas atômicas, apesar de ter sido o seu criador, e pelo seu passado de proximidade do comunismo.

Robert Oppenheimer e a criação da bomba atômica

Em 1938, dois cientistas alemães descobriram a fissão nuclear e percebeu-se ali que essa força poderia ser usada para produzir uma bomba de alto poder de destruição. Com isso, o governo alemão deu início a um programa para desenvolver uma bomba atômica. Esse programa foi chamado de Uranverein, mas nunca avançou significativamente e não esteve próximo de produzir uma bomba atômica.

O governo norte-americano, quando soube da iniciativa alemã, iniciou também um programa para construir uma bomba atômica antes dos europeus. O projeto, que recebeu o nome de Projeto Manhattan, foi iniciado em outubro de 1941 e Oppenheimer foi convidado nesse mesmo mês para fazer parte.

O projeto foi colocado sob o comando dos militares, sendo que o comandante foi Leslie R. Groves Jr. Esse militar foi o responsável por transformar Oppenheimer no chefe do laboratório do Projeto Manhattan, e juntos escolheram a região de Los Alamos, no Novo México, como sede para esse laboratório e os demais em que o físico atuava.

Logo o Projeto Manhattan contava com o envolvimento de mais de seis mil pessoas, que, sob a liderança do cientista Robert Oppenheimer, conseguiram construir três bombas atômicas. O teste das bombas foi realizado em 16 de julho de 1945, sendo conhecido como Experiência Trinity. Uma das bombas foi detonada em uma zona desértica do Novo México, e a detonação foi considerada um grande sucesso.

A bomba detonada na Experiência Trinity teve um poder equivalente a 21 mil toneladas de TNT, gerando um cogumelo atômico de 12 quilômetros de altura, e foi sentida a uma distância de cerca de 160 quilômetros. Com o sucesso do teste, as duas outras bombas foram levadas para o arsenal de guerra dos Estados Unidos e usadas contra duas cidades japonesas: Hiroshima (6 de agosto de 1945) e Nagasaki (9 de agosto de 1945)

Principais obras de Robert Oppenheimer

Robert Oppenheimer também dedicou-se a publicar alguns trabalhos escritos ou então teve algumas de suas palestras acadêmicas compiladas e transformadas em livros.

Algumas das publicações de Oppenheimer foram:

  • Sciente and the Common Understanding (1954);

  • The Open Mind (1955);

  • The Flying Trapeze: Three Crises for Physicists (1964).

O legado de Robert Oppenheimer

Os biógrafos de Oppenheimer apontam que o cientista norte-americano foi um dos grandes nomes do século XX, primeiramente por suas contribuições valiosas para a física, mas, principalmente, por ter se envolvido com o Projeto Manhattan e por ter sido figura crucial na construção das primeiras bombas atômicas da história.

O trabalho científico desenvolvido por Oppenheimer abriu uma nova era na indústria bélica, e armas com maior potencial de destruição foram desenvolvidas a partir de então. Os historiadores apontam que Oppenheimer demonstrou um enorme arrependimento ao ver que o seu trabalho deu origem a um artefato bélico tão destrutivo.

Oppenheimer, no entanto, demonstrou publicamente que não se arrependia e entendia que o seu trabalho foi realizado de maneira responsável e que na verdade a responsabilidade pelo uso de armas atômicas não era dele, mas sim dos governantes das grandes nações. Após a Segunda Guerra Mundial, ele passou a defender a limitação na produção de armas nucleares.

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O filme Oppenheimer

Em julho de 2023, estreou no Brasil e nos Estados Unidos um filme dirigido por Christopher Nolan sobre a vida de Oppenheimer. Intitulado Oppenheimer, o longa aborda um pouco da vida pessoal do cientista, seu envolvimento político com ideais progressistas, seu trabalho no Projeto Manhattan e a perseguição política que sofreu na década de 1950.

O filme foi um grande sucesso, obtendo uma receita de quase um bilhão de dólares e sendo indicado para 13 categorias no Oscar 2024. Robert Oppenheimer foi interpretado pelo ator irlandês Cillian Murphy.

Créditos da imagem

[1]Commons

Fontes

HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.

BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015.

PLATTS-MILLS, Ben. Quem foi o verdadeiro Robert Oppenheimer, criador da bomba atômica. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51dxvv1jgzo

RODRÍGUEZ, Héctor. Afinal, quem foi Robert Oppenheimer? Disponível em: https://www.nationalgeographic.pt/historia/robert-oppenheimer-o-pai-da-bomba-atomica_3782

SCHWARTZ, Shelly. The Manhatta Projec and the invention of the atomic bomb. Disponível em: https://www.thoughtco.com/history-of-the-atomic-the-manhattan-project-1991237

SCHWALLER, Fred. Quão perto o 3º Reich chegou perto de construir uma bomba atômica? Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/qu%C3%A3o-perto-o-3%C2%BA-reich-chegou-de-construir-uma-bomba-at%C3%B4mica/a-66550410

Publicado por Daniel Neves Silva
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