Desertificação

Desertificação é um fenômeno causado pela transformação do meio natural pelas atividades humanas. Ela resulta em graves prejuízos ambientais e sociais para a humanidade.
O empobrecimento do solo é uma das características da desertificação.

Desertificação é um processo de perda da qualidade dos solos devido às alterações provocadas pela intervenção antrópica no meio. O referido processo ocorre prioritariamente em zonas de clima árido e semiárido e que possuem um elevado grau de interferência antrópica, no geral provocado pelas atividades econômicas.

Nesse contexto, destaca-se como causadoras da desertificação a supressão da vegetação nativa e a adoção de métodos inadequados de cultivos agrícolas. Esse fenômeno é comumente registrado em várias partes do mundo. O território brasileiro possui ocorrência de desertificação principalmente na sua porção nordestina.

A desertificação tem como consequência a perda da fertilidade e da qualidade do solo. Esse fenômeno é atenuado mediante a utilização de medidas de recuperação e preservação ambiental.

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Resumo sobre desertificação

  • A desertificação é um processo originado pela intervenção do homem no meio natural que resulta na perda da qualidade dos solos.

  • São causas da desertificação o desmatamento, as queimadas, a erosão, a lixiviação e o uso inadequado do solo para as atividades agrícolas.

  • A desertificação ocorre mediante a perda da fertilidade do solo em razão das intervenções antrópicas no meio.

  • O mundo possui várias áreas de desertificação em países como Brasil, Chile, México, Estados Unidos, Índia e China.

  • A desertificação no Brasil ocorre na região Nordeste e na porção norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

  • O bioma Caatinga, único exclusivamente brasileiro, sofre com o processo de desertificação em grande parte do seu território.

  • São consequências da desertificação o empobrecimento dos solos, a perda da biodiversidade e o aumento dos processos erosivos.

O que é desertificação?

A desertificação é um fenômeno de origem antrópica caracterizado pela perda da fertilidade do solo de maneira muito acentuada. Esse processo gera, mediante mudanças nas características ambientais e pedológicas do meio, a perda da qualidade do solo. Portanto, há nesse fenômeno a transformação de solos saudáveis em ambientes áridos e inférteis.

A desertificação, apesar de seu aspecto natural atrelado às zonas quentes e áridas do planeta, é prioritariamente um fenômeno antrópico, marcado pela degradação dos solos em razão do estabelecimento de atividades humanas.

  • Exemplos de desertificação

A desertificação ocorre de maneira intensa no bioma Caatinga. Essa porção natural do território brasileiro, localizada nos estados da região Nordeste do Brasil e no extremo norte de Minas Gerais, possui condições físicas e humanas que propiciam a ocorrência da desertificação.

O clima semiárido, em conjunto com o desmatamento e a agropecuária, resulta em um cenário de degradação dos solos que implica o desenvolvimento da desertificação. Atualmente, há várias porções da Caatinga que passam pelo processo de perda da qualidade e fertilidade do solo.

Quais as causas da desertificação?

As causas da desertificação estão prioritariamente ligadas às ações humanas. A transformação do meio natural pelas atividades produtivas, em especial em ecossistemas frágeis, gerou profundas mudanças nas caraterísticas e funcionalidades do meio, cenário que implica alterações nos aspectos paisagísticos.

Portanto, destaca-se as causas antrópicas como as principais causadoras da desertificação, em razão da sua capacidade em promover a transformação do meio, com destaque para os aspectos pedológicos e ambientais do espaço. Sendo assim, são atividades humanas que contribuem diretamente para a ocorrência da desertificação:

  • a supressão da vegetação devido à ocorrência de desmatamentos e queimadas;

  • o uso inapropriado do solo para o desenvolvimento de atividades humanas;

  • a ocorrência de práticas agropecuárias impróprias para a conservação do solo;

  • a intensificação do processo de erosão gerada pela apropriação indevida do solo;

  • a expansão de atividades produtivas, como a mineração, em áreas naturais;

  • e outros produtos que contaminam o solo. agrotóxicos intensa utilização de a

Leia também: Laterização dos solos — processo causado pelo intemperismo e intensificado pela ação humana

Como ocorre a desertificação?

A desertificação ocorre por meio de um processo contínuo e sistemático de perda da qualidade e da fertilidade do meio pedológico, prioritariamente, em razão da interferência humana no meio. A redução da vegetação nativa local, seja por meio de desmatamentos, seja por meio de queimadas, por exemplo, implica a retirada da camada de cobertura vegetal que protege o solo. Portanto, essa retirada resulta na perda da qualidade desse ecossistema, uma vez que a ausência da vegetação fomenta os processos de erosão e lixiviação e, ainda, atenua a capacidade de infiltração da água no solo.

Ademais, a supressão da vegetação nativa gera uma mudança da dinâmica climática local, como na redução do volume de chuvas, diminuindo ainda mais a umidade presente no meio. Sendo assim, ocorre uma perda de capacidade de regeneração dos solos, que se tornam cada vez mais áridos e ácidos, devido às mudanças derivadas da alteração humana no espaço natural.

A remoção da vegetação nativa, por meio de queimadas, por exemplo, acentua o processo de desertificação.

Desertificação no mundo

A desertificação é um processo que ocorre em escala mundial, já que, cada vez mais, o espaço natural vem sendo antropizado, ou seja, transformado pelas atividades humanas. Esse fenômeno ocorre de maneira acentuada nas zonas áridas e semiáridas do planeta, que possuem características naturais que favorecem a sua ocorrência, como a baixa umidade. Portanto, são exemplos de zonas no mundo que passam por um processo de desertificação:

  • A porção Nordeste do Brasil, com destaque para o sertão nordestino, em razão do clima semiárido e dos processos de desmatamento e das práticas agropecuárias.

  • O oeste da América do Sul, especialmente em parte do Chile, marcado pelo clima árido e pela utilização desenfreada dos recursos hídricos.

  • O sudoeste da América do Norte, em áreas do México e dos Estados Unidos, onde há a presença de um clima árido com grande intervenção antrópica no meio.

  • A região do Sahel, entendida como as bordas do deserto do Saara, localizado na África, devido à presença de vários usos inapropriados do solo.

  • A porção situada nas proximidades do deserto do Kalahari, também na África, que sofre com o uso desenfreado dos recursos naturais.

  • A Ásia, com destaque para a Ásia Central, China, Índia, Mongólia e países do Oriente Médio. Essas localidades vivem, inclusive, diversas disputas pelo controle de fontes de água.

  • A maior parte do território da Austrália, que apresenta climas áridos e muitas intervenções antrópicas no meio natural.

Desertificação no Brasil

A desertificação no Brasil atinge os estados da região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia), além da porção norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Essas áreas combinam dois elementos primordiais para a ocorrência do fenômeno da desertificação:

  • presença de um clima árido e semiárido; e

  • intensa atividade antrópica no meio.

A desertificação nessas regiões brasileiras tem como causas principais a supressão da vegetação nativa, por meio de desmatamentos e queimadas, e a implementação de atividades agropecuárias, muitas vezes praticadas com técnicas inadequadas de manejo do solo.

A desertificação no Brasil é um fenômeno preocupante frente ao seu forte avanço nos últimos anos e também em um contexto de mudanças climáticas, em nível macro, e de alterações nos regimes de chuva e umidade, no âmbito regional. Ademais, a desertificação traz graves consequências econômicas e sociais que necessitam de políticas públicas de controle das suas causas. Para saber mais, leia: Desertificação no Brasil.

Como evitar a desertificação?

O reflorestamento é uma medida de contenção da desertificação.

A desertificação é um fenômeno essencialmente antrópico. Sendo assim, a prevenção é uma das melhores maneiras de evitá-la. A alteração do meio natural resulta em impactos nos sistemas ambientais que, em muitos casos, são irreversíveis. Desse modo, é fundamental a tomada de medidas drásticas que combinem a preservação ambiental com o manejo adequado do solo em zonas ocupadas pelo homem.

São alternativas que combatem e minimizam os efeitos da desertificação: a manutenção e o reflorestamento da vegetação nativa. As árvores possuem uma capacidade singular de contribuir para a conservação dos nutrientes e de proteger as camadas constituintes do solo.

Há, ainda, métodos alternativos de agropecuária e extrativismo que permitem uma conciliação entre a atividade econômica e o espaço natural, com menores prejuízos ao meio ambiente.

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Quais as consequências da desertificação?

A desertificação é um grave problema ambiental e social que gera graves consequências tanto para o meio natural como para a sociedade humana. A interferência antrópica no meio gera profundas mudanças nos sistemas naturais que resultam em impactos negativos. A lista abaixo apresenta as principais consequências da desertificação:

  • a diminuição da qualidade e da fertilidade dos solos;

  • a perda da biodiversidade de flora e fauna locais;

  • a salinização e a alcalinização dos solos;

  • a intensificação dos processos de erosão;

  • a diminuição da oferta de recursos hídricos;

  • o prejuízo na produção e na oferta de alimentos;

  • o aumento da vulnerabilidade social das famílias rurais;

  • o crescimento do êxodo rural.

Exercícios resolvidos sobre desertificação

Questão 1

(Enem 2017) Trata-se da perda progressiva da produtividade de biomas inteiros, afetando parcelas muito expressivas dos domínios subúmidos e semiáridos em todas as regiões quentes do mundo. É nessas áreas, ecologicamente transicionais, que a pressão sobre a biomassa se faz sentir com muita força, devido à retirada da cobertura florestal, ao superpastoreio e às atividades mineradoras não controladas, desencadeando um quadro agudo de degradação ambiental, refletido pela incapacidade de suporte para o desenvolvimento de espécies vegetais, seja uma floresta natural ou plantações agrícolas.

CONTI, J. B. A geografia física e as relações sociedade-natureza no mundo tropical. In: CARLOS, A. F. A. (Org.).

Novos caminhos da geografia. São Paulo: Contexto, 1999 (adaptado).

O texto enfatiza uma consequência da relação conflituosa entre a sociedade humana e o ambiente que diz respeito ao processo de

A) inversão térmica.

B) poluição atmosférica.

C) eutrofização da água.

D) contaminação dos solos.

E) desertificação de ecossistemas.

Resolução: Alternativa E. A desertificação reflete a pressão das atividades humanas aos ambientes naturais. Ela se desenvolve de maneira sistemática em ecossistemas frágeis em razão da intensa intervenção antrópica no meio.

Questão 2

(Enem) Antes de o sol começar a esquentar as terras da faixa ao sul do Saara conhecida como Sahel, duas dezenas de mulheres da aldeia de Widou, no norte do Senegal, regam a horta cujas frutas e verduras alimentam a população local. É um pequeno terreno que, visto do céu, forma uma mancha verde — um dos primeiros pedaços da “Grande Muralha Verde”, barreira vegetal que se estenderá por 7000 km do Senegal ao Djibuti, e é parte de um plano conjunto de vinte países africanos.

GIORGI, J. Muralha verde. Folha de S. Paulo, 20 maio 2013 (adaptado).

O projeto ambiental descrito proporciona a seguinte consequência regional imediata:

A) Facilita as trocas comerciais.

B) Soluciona os conflitos fundiários.

C) Restringe a diversidade biológica.

D) Fomenta a atividade de pastoreio.

E) Evita a expansão da desertificação.

Resolução: Alternativa E. O plantio de árvores é um importante meio de contenção da expansão do processo de desertificação. As árvores atuam como uma camada de proteção do solo, além de contribuírem para o aumento da infiltração da água no subsolo. 

Publicado por Mateus Campos
Química
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