Geografia agrária

A Geografia agrária é a subárea da Geografia que estuda as relações espaciais das produções agropecuárias e tem grande importância na análise das dinâmicas do espaço rural.
A Geografia agrária estuda a espacialização dos fenômenos geográficos no espaço rural.

Geografia agrária é uma subárea da Geografia que concentra seus estudos na distribuição, na produção e no consumo de bens agropecuários. Assim, ela envolve diferentes aspectos geográficos da produção alimentar em nível mundial. Os estudos em Geografia agrária são baseados em dois modelos de produção agrícola: o intensivo e o extensivo.

Há diversos tipos de produção agrícola, como o familiar e o comercial. As questões agrárias são importantes para analisar o acesso à alimentação no espaço mundial. O Brasil é um grande produtor de alimentos e possui um vasto espaço agrário. A Geografia agrária é uma das temáticas da Geografia recorrentemente cobradas no Enem.

Leia também: Latifúndios — o que são e quais problemas estão relacionados a essas terras?

Resumo sobre Geografia agrária

  • A Geografia agrária é uma subárea da ciência geográfica que estuda a espacialização da produção e do consumo de alimentos.

  • O principal objeto desse campo de estudo é a espacialização dos fenômenos geográficos ligados ao meio rural.

  • Os sistemas agrícolas são modelos de produção agropecuária corretamente classificados em intensivo e extensivo.

  • Os sistemas agrícolas subdividem-se em dois grandes tipos de agricultura: agricultura familiar e agricultura comercial.

  • A Geografia agrária é de suma importância para o melhor entendimento da realidade do espaço rural mundial.

  • Atualmente, o espaço agropecuário brasileiro é caracterizado pela adoção de um modelo intensivo de produção, ancorado pela monocultura de exportação.

  • A Geografia agrária é um assunto recorrente no Enem, com destaque para questões sobre o espaço agrário brasileiro.

Qual é o conceito de Geografia agrária?

A Geografia agrária é um campo de estudo da Geografia que se baseia na análise espacial da distribuição, produção e consumo dos bens agropecuários. Historicamente, essa subárea da Geografia surgiu como ferramenta de análise espacial voltada especialmente para o meio rural, que se despontava como um importante ator na lógica de produção e consumo de bens agropecuários.

A espacialização das produções agrícolas, especialmente atrelada à ascensão do sistema capitalista de produção, foi o principal mote de desenvolvimento dos estudos agrários na ciência geográfica. Ademais, novos processos de produção e consumo desenvolvidos por meio da globalização econômica suscitaram ainda mais os estudos geográficos atrelados aos espaços rurais.

Nesse contexto, houve nos últimos tempos uma ampliação dos estudos de Geografia agrária. O advento da Revolução Verde e a emergência das mudanças climáticas são dois aspectos que passaram a ser considerados nessa subárea. Atualmente, a Geografia agrária contribui de forma fundamental para o entendimento das dinâmicas que ocorrem no espaço rural mundial.

O que se estuda na Geografia agrária?

A Geografia agrária é a subárea da ciência geográfica que estuda a distribuição, a produção e o consumo de bens agropecuários. O principal objeto desse campo de estudo é a espacialização dos fenômenos geográficos ligados ao meio rural.

Na atualidade, essa subárea da Geografia concentra-se também no entendimento das lógicas de produção agrária, dos sistemas agrícolas, da modernização do campo e dos conflitos agrários. Há ainda um maior destaque para as questões sociais e ambientais do campo, como o uso de agrotóxicos, os problemas ambientais e a concentração fundiária.

Veja também: Quais sãos os impactos causados pela agricultura no meio ambiente?

Algumas temáticas da Geografia agrária

  • Sistemas agrícolas: são modelos de produção agropecuária que possuem características bastante particulares. Podem ser classificados em dois grandes modelos: extensivo e intensivo. Para saber mais sobre esse tema, clique aqui.

  • Sistema agrícola extensivo: é baseado em técnicas arcaicas e tradicionais de cultivo agropecuário. Ele é caracterizado pelo emprego de mão de obra familiar, pela prevalência da pequena propriedade e pelo baixo investimento em funcionários, insumos e tecnologias na produção de alimentos.

  • Sistema agrícola intensivo: é baseado em modernas tecnologias de produção agropecuária. Ele é caracterizado pela prática da monocultura em larga escala, pela contratação de mão de obra qualificada, pela prevalência da grande propriedade, pela mecanização da lavoura e pelo vasto uso de insumos.

  • Tipos de agricultura: há dois grandes tipos: agricultura familiar e agricultura comercial. Esses tipos são subdivididos em diferentes práticas de agricultura que abrangem modelos tradicionais e modernos de cultivo. No primeiro tipo, predominam as características do modelo agrícola extensivo, com destaque para os tipos de agricultura tradicional, subsistência, familiar, orgânica e outras formas alternativas de cultivo de alimentos. Já no segundo tipo há a prevalência de formas de agricultura mais modernas baseadas no modelo intensivo de produção, como a agricultura moderna, patronal e o agronegócio. Para saber mais sobre esse tema, clique aqui.

A agricultura comercial é baseada no modelo intensivo de produção agrícola.

Por que a Geografia agrária é importante?

A Geografia agrária é de suma importância para o melhor entendimento da realidade do meio rural mundial. Essa subárea permite a espacialização dos fenômenos de produção e consumo que ocorrem na zona rural. Assim, há um quadro complexo da análise da distribuição espacial das atividades agrárias. A Geografia agrária permite ainda avaliar de forma crítica os principais problemas econômicos, sociais e ambientais que ocorrem no campo.

Essa subárea do conhecimento geográfico adquiriu grande importância devido à preocupação com o abastecimento mundial de alimentos e com as mudanças climáticas, que impactam as atividades agrícolas.

Geografia agrária e o agronegócio

O agronegócio é considerado o tipo de produção agropecuária mais moderno da atualidade. Ele se enquadra como um sistema agrícola intensivo e um tipo de sistema agrícola comercial. É tradicionalmente praticado por meio de monoculturas voltadas para a exportação, em uma lógica comum da agricultura comercial moderna.

O agronegócio é um modelo caracterizado pelo amplo emprego de tecnologias na produção agropecuária, como máquinas e equipamentos, insumos e agrotóxicos, mão de obra qualificada, entre outros aspectos. Essas características favorecem elevados ganhos de produtividade por hectare e possibilitam a diminuição das perdas nas lavouras e a elevação das margens de lucro no campo.

No entanto, o agronegócio é um tipo de agricultura que impacta de forma significativa o espaço rural e o meio ambiente. Ele produz impactos na paisagem e altera a condição física de elementos como a água, o ar e o solo. Além disso, muitas de suas práticas são resultantes de processos de remoção da cobertura vegetal por meio de desmatamentos e queimadas. Para saber mais sobre o agronegócio, clique aqui.

Geografia agrária brasileira

Fronteira entre uma plantação de soja e uma área indígena, na Amazônia. A agricultura provoca graves impactos ambientais.

O Brasil possui um vasto espaço rural caracterizado pela grande produção agropecuária. O país, desde meados da segunda metade do século XX, passou por uma grande modernização das suas atividades agrícolas. Atualmente, o espaço agropecuário brasileiro é caracterizado pela adoção de um modelo intensivo de produção, ancorado na monocultura de exportação, baseada na utilização de agrotóxicos, na mecanização das lavouras, na elevação da produtividade e no emprego de tecnologias no campo.

O Brasil é um importante produtor mundial de alimentos, como soja, cana-de-açúcar, milho, laranja, café e carnes diversas. Porém o país também enfrenta problemas em relação ao espaço rural, com destaque para a elevada concentração de terras e a presença de conflitos agrários. Ademais, as atividades agropecuárias no Brasil impactam de forma direta o meio ambiente, especialmente por meio de práticas como os desmatamentos e as queimadas.

Saiba mais: Fome no Brasil — causas e consequências humanas, econômicas e sociais

Quais temas de Geografia agrária mais caem no Enem?

A Geografia agrária é um assunto recorrente no Enem. Esse exame de seleção brasileiro cobra assuntos bastante atuais em relação ao espaço agropecuário mundial. Nesse sentido, destaca-se o caráter interdisciplinar desse exame, que implica estabelecer relações entre a Geografia agrária e outras subáreas da Geografia, como a Geografia ambiental e a Geografia econômica.

São assuntos ligados à Geografia agrária comumente cobrados no Enem:

  • a produção e o consumo de bens agropecuários no Brasil e no mundo;

  • os sistemas, os modelos e os tipos de produção agropecuária do mundo;

  • as redes de transportes e comunicações envolvidas na produção agrária;

  • a concentração de terras e os conflitos agrários no espaço rural brasileiro;

  • o consumo de agrotóxicos nas plantações e seus impactos para a sociedade;

  • os problemas ambientais e sociais registrados no espaço rural brasileiro.

Exercícios resolvidos sobre Geografia agrária

Questão 1 (Enem) A característica fundamental é que ele não é mais somente um agricultor ou um pecuarista: ele combina atividades agropecuárias com outras atividades não agrícolas dentro ou fora de seu estabelecimento, tanto nos ramos tradicionais urbano-industriais como nas novas atividades que vêm se desenvolvendo no meio rural, como lazer, turismo, conservação da natureza, moradia e prestação de serviços pessoais.

SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Revista Nova Economia, n. 1, maio 1997 (adaptado).

Essa nova forma de organização social do trabalho é denominada

a) terceirização.

b) pluriatividade.

c) agronegócio.

d) cooperativismo.

e) associativismo.

Resolução: Alternativa B

A pluriatividade, ou seja, a prática de diferentes atividades agrícolas, de serviços e de lazer é uma das características do novo espaço rural brasileiro, caracterizado pela dinamicidade de suas atividades econômicas.

Questão 2 (Enem 2018) Ao longo dos últimos 500 anos, o Brasil viu suas fronteiras do litoral expandirem-se para o interior. É apenas lógico que a Amazônia tenha sido a última fronteira a ser conquistada e submetida aos ditames da agricultura, pecuária, lavoura e silvicultura. A incorporação recente das áreas amazônicas à exploração capitalista tem resultado em implicações problemáticas, dentre elas a destruição do rico patrimônio natural da região.

NITSCH, M. O futuro da Amazônia: questões críticas, cenários críticos. Estudos Avançados, n. 46, dez. 2002.

Na situação descrita, a destruição do patrimônio natural dessa área destacada é explicada pelo(a)

a) distribuição da população ribeirinha.

b) patenteamento das espécies nativas.

c) expansão do transporte hidroviário.

d) desenvolvimento do agronegócio.

e) aumento da atividade turística.

Resolução: Alternativa D

A destruição do bioma Amazônia, especialmente por meio de ações como os desmatamentos e as queimadas, está fortemente vinculada à expansão do agronegócio nessa região do Brasil.

Publicado por Mateus Campos
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