Guerra entre Líbano e Israel

A Guerra entre Líbano e Israel é um conflito prolongado que envolve principalmente a resistência armada do Hezbollah contra a ocupação israelense e disputas territoriais.
O conflito entre Líbano e Israel é um dos mais importantes da atualidade.

A Guerra entre Líbano e Israel é um conflito prolongado, envolvendo principalmente a resistência armada do Hezbollah contra a ocupação israelense e as disputas territoriais. É marcada por ciclos de violência, intervenções militares e tensões geopolíticas na região. A guerra tem raízes históricas profundas, desde a criação de Israel, em 1948. Situação agravada com as tensões devido à ocupação israelense no sul do Líbano e à presença da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), o que levou ao surgimento do Hezbollah como força de resistência.

As principais causas do conflito estão relacionadas à ocupação territorial, à atuação do Hezbollah e à influência de potências como Irã e Síria, além de divisões internas no Líbano. Entre os principais conflitos, destacam-se a Guerra do Líbano, de 1982, e a Segunda Guerra do Líbano, em 2006, com intensos combates entre o Hezbollah e Israel.

As consequências foram devastadoras, com destruição no Líbano, milhares de mortos, e o fortalecimento do Hezbollah, além da imposição de um cessar-fogo pela ONU. Hoje, o conflito continua em estado latente, com o Hezbollah fortemente armado no sul do Líbano e Israel mantendo ações preventivas para conter essa ameaça.

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Resumo sobre a Guerra entre Líbano e Israel

  • A Guerra entre Líbano e Israel é um conflito prolongado que remonta à criação do Estado de Israel e à subsequente Guerra Árabe-Israelense.
  • As causas do conflito estão ligadas à ocupação israelense do sul do Líbano, à atuação do Hezbollah como resistência armada, às disputas territoriais e à influência de potências regionais como Irã e Síria, exacerbando tensões políticas e sectárias internas no Líbano.
  • Os principais conflitos entre Líbano, Israel e Hezbollah incluem a Guerra do Líbano e a Segunda Guerra do Líbano.
  • As consequências do conflito incluem destruição significativa no Líbano, milhares de mortos, o fortalecimento do Hezbollah como força política e militar, e a aprovação da Resolução 1701 da ONU.
  • Hoje, o conflito entre Líbano e Israel permanece latente, com o Hezbollah mantendo uma força militar robusta no sul do Líbano, financiada pelo Irã, enquanto Israel realiza operações preventivas para conter a ameaça, em um contexto de constante tensão regional.

Contexto histórico da Guerra entre Líbano e Israel

A Guerra entre Líbano e Israel é parte de um contexto maior de instabilidade no Oriente Médio, envolvendo disputas territoriais, diferenças religiosas e influências externas de potências regionais e globais. A relação entre Israel e o Líbano remonta à fundação do Estado de Israel, em 1948, e à subsequente Guerra Árabe-Israelense, na qual os países vizinhos, incluindo o Líbano, uniram-se aos Estados árabes para atacar Israel.

Embora o Líbano não tenha sido um dos protagonistas da guerra de 1948, suas fronteiras com Israel tornaram-se vulneráveis, especialmente com o deslocamento de milhares de refugiados palestinos para o sul do país.

Ao longo das décadas, a tensão entre os dois países intensificou-se, particularmente com a presença da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no sul do Líbano durante os anos 1970. A OLP, sob a liderança de Yasser Arafat, utilizava o território libanês para lançar ataques contra Israel, o que levou a retaliações israelenses.

A partir de 1982, Israel lançou a chamada Guerra do Líbano, invadindo o país com o objetivo de destruir a infraestrutura da OLP. Esse conflito marcou o início de uma presença israelense duradoura no sul do Líbano, que durou até o ano 2000.

Bandeira do Hezbollah.

Durante a ocupação israelense, o Hezbollah, uma milícia xiita apoiada pelo Irã e pela Síria, surgiu como uma força significativa no Líbano, combatendo as forças de Israel e desempenhando um papel central nos conflitos subsequentes. Desde então, a rivalidade entre Israel e o Hezbollah tornou-se o eixo principal da guerra entre os dois países.

Veja também: Hezbollah — detalhes sobre esse agrupamento militar e político que tem forte atuação no Oriente Médio

Quais as causas da Guerra entre Líbano e Israel?

As causas da Guerra entre o Líbano e Israel são variadas e complexas, enraizadas em conflitos territoriais, disputas sobre água e rivalidade entre grupos sectários no Líbano. No entanto, um dos fatores mais importantes foi o surgimento de grupos armados, como o Hezbollah, que se opuseram à ocupação israelense e, mais amplamente, à existência do Estado de Israel. A geopolítica regional, especialmente a relação entre o Hezbollah e seus aliados — Irã e Síria —, complicou ainda mais o cenário.

A ocupação israelense do sul do Líbano, iniciada em 1982, é considerada um dos principais gatilhos para a intensificação do conflito. Israel justificou essa ocupação como uma forma de proteger suas fronteiras de ataques da OLP e, posteriormente, do Hezbollah. No entanto, essa presença militar israelense em território libanês foi vista como uma violação da soberania do Líbano, o que alimentou a resistência, especialmente por parte do Hezbollah.

Além disso, a complexa política interna libanesa, com seu sistema de governança sectário, contribuiu para a instabilidade que permitiu que grupos como o Hezbollah ganhassem poder. O Líbano é um país multiconfessional, com uma população composta por cristãos, muçulmanos sunitas e xiitas, além de outras minorias. Essa divisão religiosa e política, combinada com a influência de atores externos como o Irã e a Síria, exacerbou as tensões internas e levou o Líbano a tornar-se um palco de conflitos regionais.

A questão da água também desempenha um papel nas tensões entre Israel e o Líbano. O controle sobre os recursos hídricos, como o Rio Litani, no sul do Líbano, é um ponto de discórdia, com ambos os países buscando garantir acesso a essa fonte vital.

Quais foram os principais conflitos entre Líbano, Israel e Hezbollah?

A cidade de Tiro sendo bombardeada pela Aviação Israelense durante a Segunda Guerra do Líbano.[1]

O conflito mais marcante entre Líbano, Israel e Hezbollah ocorreu em 2006, durante a Segunda Guerra do Líbano. Esse conflito teve início quando o Hezbollah lançou um ataque contra uma patrulha israelense nas proximidades da fronteira, matando oito soldados e capturando dois. Israel respondeu com uma ofensiva militar em larga escala, que incluiu ataques aéreos e uma incursão terrestre no sul do Líbano.

A guerra de 2006 durou 34 dias e foi caracterizada por intensos combates, tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais, além de bombardeios de larga escala. O Hezbollah, com apoio logístico e militar do Irã, lançou milhares de foguetes contra o norte de Israel, enquanto Israel bombardeou alvos estratégicos no Líbano, incluindo infraestruturas civis e militares. O conflito resultou em milhares de mortes, a maioria de civis libaneses, e em uma destruição significativa no Líbano, especialmente em áreas controladas pelo Hezbollah.

Antes da guerra de 2006, o Hezbollah já havia se envolvido em diversos conflitos menores com Israel, principalmente durante a ocupação israelense do sul do Líbano. O Hezbollah liderou uma campanha de guerrilha contra as forças israelenses, realizando ataques com foguetes e emboscadas contra soldados israelenses e seus aliados na milícia do Exército do Sul do Líbano.

Outro episódio significativo foi o bombardeio da cidade de Qana, em 1996, durante a Operação Uvas da Ira, em que um ataque aéreo israelense atingiu um abrigo da ONU, matando mais de 100 civis libaneses. Esse evento chocou a comunidade internacional e levou a um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.

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Consequências da Guerra entre Líbano e Israel

A Guerra entre Líbano e Israel trouxe consequências devastadoras para ambos os países, mas principalmente para o Líbano, que sofreu uma enorme perda de vidas civis e danos à sua infraestrutura. A guerra de 2006, por exemplo, resultou em mais de 1000 mortos no Líbano, a maioria civis, além de milhares de feridos e um número significativo de deslocados. Israel também sofreu perdas, embora em menor escala, com dezenas de civis e soldados mortos e danos a áreas do norte do país, afetadas pelos foguetes do Hezbollah.

No campo político, o Hezbollah emergiu como uma força ainda mais poderosa no Líbano, ganhando prestígio entre a população xiita e consolidando seu papel como uma entidade política e militar. Embora Israel tenha conseguido enfraquecer temporariamente a infraestrutura militar do Hezbollah, o grupo se recuperou rapidamente após o conflito, reforçando seus estoques de armamentos com a ajuda do Irã e da Síria.

A guerra também teve repercussões internacionais. O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 1701, que estabeleceu um cessar-fogo e pediu o desarmamento de todas as milícias libanesas, incluindo o Hezbollah. Além disso, a resolução expandiu o mandato da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), com o objetivo de monitorar o cessar-fogo e ajudar o governo libanês a restabelecer sua autoridade no sul do país.

Do ponto de vista regional, o conflito reforçou as divisões entre os países que apoiavam o Hezbollah, como o Irã e a Síria, e aqueles que eram aliados de Israel, como os Estados Unidos e alguns Estados árabes moderados. A guerra também destacou a crescente influência do Irã no Líbano e no Oriente Médio, aumentando as preocupações de Israel sobre a expansão do poder iraniano na região.

Guerra entre Líbano e Israel hoje em dia

Atualmente, o conflito entre Líbano e Israel permanece em estado latente, com frequentes tensões na fronteira, especialmente envolvendo o Hezbollah. Desde 2006, o sul do Líbano tem sido um território sensível, com constantes patrulhas da Unifil e uma presença militar significativa tanto de Israel quanto do Hezbollah.

O Hezbollah continua sendo uma força dominante no Líbano, com uma capacidade militar considerável. Seus arsenais, financiados e abastecidos pelo Irã, incluem milhares de foguetes de curto e médio alcance que podem atingir alvos em Israel. Isso representa uma ameaça constante à segurança israelense, que monitora de perto os movimentos do grupo e mantém uma política de dissuasão rigorosa.

No entanto, apesar da ameaça latente, nenhum conflito em larga escala eclodiu entre Israel e o Hezbollah desde 2006, em parte devido ao equilíbrio de poder que se formou na região. Israel, por sua vez, continua a realizar operações preventivas e ataques cirúrgicos contra alvos ligados ao Hezbollah na Síria e no Líbano, com o objetivo de enfraquecer a logística e os estoques de armas do grupo.

As tensões mais recentes envolvem também o crescente envolvimento do Irã, que continua a apoiar o Hezbollah e outras milícias xiitas na região. Israel vê o aumento da influência iraniana no Líbano e na Síria como uma ameaça existencial, o que aumenta o risco de novos conflitos no futuro.

A Guerra entre Líbano e Israel não é apenas um confronto entre dois países mas também uma batalha por influência regional, na qual o Hezbollah, Israel, Irã e outros atores estão profundamente envolvidos. Isso torna o conflito uma questão central no delicado equilíbrio de poder no Oriente Médio.

A Guerra entre Israel e Líbano hoje reflete uma escalada de hostilidades, marcada por intensos ataques e confrontos entre as forças israelenses e o Hezbollah. Em outubro de 2024, Israel iniciou uma invasão terrestre limitada ao sul do Líbano, visando alvos do Hezbollah próximos à fronteira. O objetivo era neutralizar ameaças imediatas às comunidades do norte de Israel, enquanto helicópteros e drones apoiavam as tropas no terreno. Ataques aéreos e bombardeios israelenses causaram a morte de quase 2000 civis, além de mais de um milhão de pessoas deslocadas.​

O Hezbollah, após a morte de seu líder Hassan Nasrallah em um ataque aéreo israelense, prometeu uma forte resistência terrestre. As tensões aumentaram em todo o Oriente Médio, envolvendo também outros grupos apoiados pelo Irã, como os Houthis, no Iêmen, que se alinham contra Israel. A escalada também atraiu a atenção dos Estados Unidos, com temores de que um conflito mais amplo envolvendo o Irã e potências regionais possa emergir​.

Crédito de imagem

[1] Masser / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

BBC News Brasil. O que está acontecendo entre Israel e Hamas e por que agora? Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckg932dpzd3o.

CNN Brasil. Entrada do Líbano torna conflito com Israel uma guerra convencional, diz professor. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/entrada-do-libano-torna-conflito-com-israel-uma-guerra-convencional-diz-professor/.

GELVIN, James L. Israel x Palestina: 100 Anos de Guerra. Tradução de Alexandre Sanches Camacho. São Paulo: Edipro, 2017. 352 p.

SAID, Edward W. A questão da Palestina. Tradução de Sonia Midori. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2012. ISBN 978-8539302345.

Publicado por Tiago Soares Campos

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