Dioniso

Dioniso é um deus grego reconhecido como o deus das festas, do vinho, da alegria e do teatro. Seu culto era muito influente em Atenas, e lá havia festivais para ele.
Dioniso era o deus do vinho para os gregos na Antiguidade.

Dioniso foi um deus presente nos mitos e na religiosidade dos gregos antigos. Tudo que envolvia festas, vinho e causasse felicidade nos seres humanos era diretamente associado a ele. Era filho de Zeus e foi transformado em deus por Hera.

O culto a Dioniso era muito importante, principalmente em Atenas, e popularizou-se na Grécia a partir do século VI a.C. Os rituais em homenagem a ele eram marcados por música e dança, consumo de vinho e práticas sexuais. Os romanos também cultuavam-no e o conheciam como Baco.

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Resumo sobre Dioniso

  • Dioniso era o deus do vinho, das festas, da alegria e do teatro para os gregos na Antiguidade.

  • Era filho de Zeus e Sêmele e foi transformado em um deus por Hera.

  • As inscrições mais antigas que o mencionam foram registradas pelos micênicos no século XIV a.C.

  • O culto a Dioniso popularizou-se na Grécia a partir do século VI a.C.

  • Em Atenas, realizava-se o importante festival Dionísia, com rituais marcados por música, dança e muito consumo de vinho.

Quem é Dioniso?

Dioniso é uma divindade que constava nos mitos e na religiosidade dos gregos na Antiguidade. Os gregos acreditavam que Dioniso era o deus das festas, do vinho, da alegria, do teatro, entre outros atributos. Ele tinha um forte relação com as festividades e o ato de embriagar-se com vinho. Os gregos consideravam-no responsável por trazer alegria aos seres humanos.

O culto a ele, como veremos, era popular na Grécia e era marcado por consumo de vinho e práticas sexuais. Não se sabe exatamente a origem do seu culto, e os registros mais antigos que o mencionam foram feitos pelos micênicos, por volta do século XIV a.C. No entanto, existem teorias que mencionam uma possível origem oriental desse deus.

Dioniso era filho de Zeus e Sêmele, sendo fruto de um dos vários casos extraconjugais que Zeus teve. Como era de costume nos mitos gregos, o caso de Zeus com Sêmele foi acompanhado de uma reação de Hera, deusa das mulheres e esposa de Zeus. Hera procurou vingar-se de Sêmele.

Hera assumiu a forma da ama de Sêmele, uma velha chamada Béroe, e convenceu Sêmele a pedir que seu amante assumisse todo o esplendor da sua forma. Sêmele foi convencida e conseguiu que Zeus prometesse cumprir um desejo dela. Quando ela revelou o que queria, o amante ficou sem saída e assumiu sua forma mais esplendorosa.

A forma de Zeus fulminou Sêmele imediatamente. Na ocasião, ela estava grávida de Dioniso, mas Zeus interveio, salvando a criança e colocando-a em sua coxa para que sua gestação continuasse e ela pudesse nascer no tempo certo. Depois de ter nascido, Zeus entregou Dioniso para sátiros e ninfas cuidarem dele. Parte da educação de Dioniso foi realizada por um velho chamado Sileno, que depois se transformaria em um dos grandes seguidores do deus do vinho.

Ironicamente, Dioniso se transformou em divindade por intermédio de Hera. Foi ele quem fez Hefesto libertar Hera do trono em que o deus da metalurgia a aprisionara. Dioniso conseguiu tal feita após embriagar Hefesto, e, em gratidão, Hera o transformou em um deus.

Histórias com Dioniso na mitologia grega

Os mitos gregos fazem diversas menções a Dioniso. Vejamos alguns episódios da mitologia grega em que o deus da festa aparece:

  • O sequestro de Dioniso

Um dos mitos de Dioniso menciona Acetes, um jovem marinheiro. Acetes liderava uma embarcação que avistou Dioniso dormindo em uma ilha grega. Confundido com um nobre, parte dos marinheiros sequestrou o deus sem saber de quem se tratava.

O intuito era vendê-lo como escravo no Egito. Quando Dioniso despertou de seu sono, recebeu a informação (falsa) de que seria levado para Naxos. Acetes foi contra, desde o início, ao sequestro, pois desconfiava que o jovem era um deus disfarçado. Essa história terminou tragicamente para os sequestradores.

O deus do vinho assumiu sua forma verdadeira, fez com que o navio parasse como se estivesse encalhado e fez uma vinha enorme crescer no mastro. Os marinheiros, com exceção de Acetes, foram acometidos por uma loucura, e então lançaram-se ao mar e foram transformados em golfinhos.

  • Dioniso e Penteu

O mito do sequestro de Dioniso é contado junto da história de Penteu, rei de Tebas que demonstrou ser contrário ao culto dionisíaco em sua cidade, achando que o povo estava adorando a um impostor. Penteu perseguia aqueles que adoravam a Dioniso e mandava que fossem presos e mortos. No entanto, adoradores do deus que, em estado de êxtase e frenesi, confundiram o rei de Tebas com um javali, mataram-no.

  • Dioniso e a maldição do rei Midas

Outro mito bastante famoso é o do rei Midas, comandante da Frígia (atual Turquia). O mito se inicia com Midas encontrando Sileno, o tutor de Dioniso, bêbado e perdido nos jardins de seu palácio. Midas reconheceu que se tratava de Sileno, prestando todo o cuidado e auxílio de que ele precisava para se recuperar.

Por fim, Midas mandou Sileno de volta para Dioniso em segurança, e o deus do vinho, grato pela ação do rei, decidiu recompensá-lo com um pedido. Midas pediu que tudo que ele tocasse se transformasse em ouro, e assim foi feito. Logo Midas percebeu que seu pedido foi um erro porque, literalmente, tudo que ele tocava se transformava em ouro, inclusive comida. Desesperado e temendo sua morte, Midas pediu que Dioniso revertesse o pedido e foi atendido.

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Dioniso na religião grega

Ruínas do Teatro de Dioniso, em Atenas, construído ao lado de templos antigos desse importante deus para a cultura grega.

O culto a Dioniso era bastante presente na religiosidade dos gregos antigos e conquistou muita importância a partir do século VI a.C., quando ganhou consistência em Atenas. Nessa cidade, havia grandes festividades em homenagem ao deus do vinho, e uma das mais importantes era a Dionísia.

Os festivais para o deus da alegria eram marcados por sacrifícios e rituais, nos quais havia teatro, dança, música, consumo desenfreado de vinho e práticas sexuais. Em Atenas, havia um santuário, um teatro e um templo construídos em homenagem ao deus do vinho.

É importante apontar que o culto e os festivais para Dioniso existiram em diferentes partes da Grécia, não somente em Atenas. Os romanos também adoravam o deus das festas e conheciam-no como Baco.

Fontes

AVENTURAS na História. Como era um bacanal? Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/galeria/como-era-um-bacanal.phtml

BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

CARTWRIGHT, Mark. Dionysos. World History. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Dionysos/

SUPERINTERESSANTE. Os bacanais eram festas em homenagem a baco. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/bacanais-eram-festas-em-homenagem-a-baco/

Publicado por Daniel Neves Silva
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