Adição com halogenidretos

As reações de adição com halogenidretos ocorrem após a quebra de ligações sigma ou pi, obedecendo à regra de Markovnikov.
O cloroetano pode ser obtido em reações de adição com halogenidretos

As reações de adição com halogenidretos são aquelas em que dois reagentes (um orgânico e um inorgânico) formam um produto orgânico com a adição dos átomos do inorgânico no orgânico.

Entre os reagentes orgânicos mais utilizados nesse tipo de reação, há algumas classes de hidrocarbonetos, como:

Já os halogenidretos utilizados são hidrácidos (ácidos sem a presença de oxigênio) inorgânicos, formados pelo hidrônio (H+) e um halogênio (flúor-F, bromo-Br, iodo-I ou cloro-Cl), conhecidos como ácido clorídrico (HCl), ácido bromídrico (HBr), ácido iodídrico (HI) e ácido fluorídrico (HCl).

Mecanismo da reação de adição

Assim como em toda reação de adição, na adição com halogenidretos, inicialmente ocorre o rompimento de uma ou mais ligações pi (no caso de alcenos, alcinos, alcadienos, ciclenos) ou uma ligação sigma (no caso de ciclanos).

Vale ressaltar que, nos ciclanos, a quebra da ligação sigma para a adição ocorre sempre, de preferência, entre um carbono secundário e um terciário, por ser uma área de maior instabilidade na ligação.


Rompimento de ligação pi em um alceno

Para efetuar essa reação, quebra-se a ligação sigma entre o átomo de hidrogênio e o átomo de halogênio do halogenidreto. Esse rompimento, faz com que surja uma valência livre nesses dois átomos.


Rompimento da ligação sigma no halogenidreto

A adição do hidrogênio e do halogênio no composto orgânico obedece à regra de Markovnikov, a qual afirma que o carbono mais hidrogenado deve receber o hidrogênio, e o carbono menos hidrogenado deve receber o halogênio:


Representação da adição de hidrogênio e halogênio no hidrocarboneto

Exemplos de reações de adição com halogenidretos

1º Exemplo: adição de HCl com propeno

Quando a ligação pi presente na ligação dupla desse composto é rompida, resta apenas a ligação sigma.


Quebra de uma ligação pi no propeno

Assim, forma-se uma valência livre em cada carbono. Enquanto a valência livre do carbono 1 (mais hidrogenado) recebe o átomo de hidrogênio, o carbono 2 (menos hidrogenado) recebe o átomo de cloro:


Equação da adição parcial do HCl no propeno

2º Exemplo: adição de HI com but-2-ino

No but-2-ino, há duas ligações pi, assim, essa molécula permite duas adições diferentes:

  • Adição parcial: ocorre quando apenas uma das ligações pi é rompida, restando, então, uma ligação pi, ou seja, uma ligação dupla.


Quebra de uma ligação pi no but-1-ino

Após isso, haverá a presença de uma valência livre em cada carbono que apresentava a ligação tripla. Enquanto uma dessas valências será ocupada por um átomo de hidrogênio, a outra receberá um átomo de iodo.

Equação da adição parcial do HI no but-2-ino

Obs.: Como foi rompida uma ligação, cada carbono recebeu apenas um átomo, um de hidrogênio e outro de iodo, respectivamente.

  • Adição total: ocorre quando as duas ligações pi, presentes na ligação tripla, são rompidas, restando apenas a ligação sigma, ou seja, apenas uma ligação simples:


Quebra de duas ligações pi no but-2-ino

Após o rompimento dessas ligações, forma-se uma valência livre em cada carbono que apresentava a ligação tripla. Cada valência será ocupada por átomos de hidrogênio ou de iodo, o que significa que um carbono receberá dois átomos de hidrogênio e o outro carbono receberá dois átomos de iodo.


Equação da adição total do HI no but-2-ino

3º Exemplo: adição HBr com metil-ciclopropano

Essa adição ocorre quando a ligação sigma, presente entre os carbonos terciário e secundário, é rompida, resultando em uma estrutura aberta:


Quebra de uma ligação pi no metil-ciclopropano

A partir disso, há a presença de uma valência livre em cada carbono. Enquanto a valência livre do carbono 1 (mais hidrogenado) recebe o átomo de hidrogênio, o carbono 2 (menos hidrogenado) recebe o átomo de cloro.


Equação da adição parcial do HCl no metil-ciclopropano

Publicado por Diogo Lopes Dias
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