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Reações orgânicas

Reações orgânicas são processos de transformações de moléculas orgânicas em novas moléculas. Elas podem ser classificadas em: adição, substituição, eliminação e oxirredução.
Imagem listando os tipos de reações orgânicas.
Reações orgânicas são parte importante da Química orgânica. (Créditos: Gabriel Franco | Mundo Educação)

Reações orgânicas são processos químicos que ocorrem entre compostos orgânicos, caracterizados por uma vasta variedade de mecanismos e aplicações. Essas reações podem ser classificadas em:

  • adição;
  • substituição;
  • eliminação;
  • oxidação;
  • redução.

A principal diferença entre as reações orgânicas e as inorgânicas reside na natureza dos compostos envolvidos. As reações orgânicas envolvem compostos que têm o carbono como elemento central em cadeias, compostas majoritariamente por átomos de hidrogênio e carbono. Por outro lado, as reações inorgânicas ocorrem entre substâncias compostas por metais e ametais.

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As reações orgânicas são essenciais para a produção de diversos produtos que usamos diariamente, como medicamentos, plásticos, combustíveis, cosméticos e até alimentos. Um exemplo prático é a síntese da aspirina (ácido acetilsalicílico), amplamente usada como medicamento.

Esse tema tem sido recorrente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em questões que exigem que o estudante identifique os grupos funcionais presentes em moléculas orgânicas, preveja os produtos de reações químicas e compreenda os mecanismos de reações.

Leia também: Química orgânica — a subárea da Química que explora as propriedades, os aspectos estruturais e a reatividade dos compostos orgânicos

Resumo sobre reações orgânicas

  • Reações orgânicas são processos de transformações de moléculas orgânicas em novas moléculas.
  • Podem ser classificadas em: adição, substituição, eliminação e oxirredução.
  • O mecanismo de uma reação orgânica é o conjunto de etapas que descrevem como os reagentes se transformam em produtos.
  • Reagentes orgânicos são compostos formados por cadeias de carbono ligadas a hidrogênio, mas podem conter outros elementos, como oxigênio, nitrogênio, halogênios e enxofre.
  • As reações orgânicas são utilizadas desde a produção de alimentos e medicamentos até a fabricação de materiais de construção e eletrônicos.
  • Elas envolvem compostos formados por cadeias carbônicas, enquanto as reações inorgânicas ocorrem entre substâncias formadas por metais e ametais.
  • Reações orgânicas têm sido um dos temas mais recorrentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O que são reações orgânicas?

Reações orgânicas são transformações químicas que ocorrem entre compostos orgânicos, ou seja, aqueles que têm em sua estrutura principal cadeias de carbono. Elas são fundamentais para a compreensão da natureza, o desenvolvimento de novas tecnologias e a resolução de problemas ambientais.

A característica principal das reações orgânicas é a presença de cadeia hidrocarbônicas, ou seja, compostas majoritariamente por átomos de carbono e hidrogênio. As ligações entre átomos de carbono e outros elementos mais eletronegativos, como oxigênio, nitrogênio e halogênios, conferem aos compostos orgânicos uma grande diversidade estrutural e, consequentemente, uma maior reatividade aos compostos orgânicos.

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Tipos de reações orgânicas

As reações orgânicas podem ser divididas em: reação de adição, reação de eliminação, reação de substituição, reação de oxidação e redução.

→ Reação de adição

A reação de adição é o tipo de reação orgânica que ocorre quando duas moléculas se combinam para formar um único produto, geralmente envolvendo compostos que têm ligações duplas ou triplas. Esse tipo de reação é comum em alcenos e alcinos, em que a ligação pi é quebrada para adição de um novo substrato.

Um exemplo de adição é a reação entre o ácido bromídrico (HBr) e o eteno (C2H4), que resulta na formação do bromoetano (C2H5Br), como mostra o esquema abaixo.

Reação de adição entre eteno e o ácido bromídrico, exemplo de reação de adição, um dos tipos de reações orgânicas.
Reação de adição entre eteno e ácido bromídrico.

Para saber mais sobre as reações de adição, clique aqui.

→ Reação de eliminação

A reação de eliminação é o tipo de reação orgânica em que um único reagente perde átomos ou grupos de átomos, levando à formação de alcenos ou alcinos. Esse tipo de reação geralmente ocorre em álcoois ou haletos.

Um exemplo de eliminação é a desidratação do etanol (C2H5OH) em meio ácido, que resulta na eliminação de uma molécula de água, formando eteno (C2H4), como mostra o esquema abaixo.

Desidratação do etanol, exemplo de reação de eliminação, um dos tipos de reações orgânicas.
Reação de eliminação: desidratação do etanol.

Para saber mais sobre as reações de eliminação, clique aqui.

→ Reação de substituição

A reação de substituição é o tipo de reação orgânica em que um átomo ou grupo de átomos em uma molécula é substituído por outro átomo ou grupo. Essa reação é uma das mais versáteis na Química orgânica, pois existe uma grande variedade de compostos que podem ser submetidos a uma substituição de grupos, como alcanos, aromáticos, haletos de alquila e compostos carbonilados.

Um exemplo de substituição são as reações de esterificação, de grande importância na indústria química, alimentícia e farmacêutica. Esse tipo de reação ocorre entre um ácido carboxílico e um álcool, dando origem a um éster. O esquema abaixo ilustra a reação do ácido acético com o etanol levando à formação do acetato de etila.

Reação de esterificação entre ácido acético e etanol, exemplo de reação de substituição, um dos tipos de reações orgânicas.
Reação de esterificação entre o ácido acético e o etanol.

Um outro exemplo de substituição é a cloração do benzeno com cloro gasoso (Cl2) na presença de um catalisador, como o FeCl3, que resulta na formação de clorobenzeno, como mostra o esquema abaixo.

Reação de substituição do benzeno: formação do clorobenzeno, exemplo de reação de substituição, um tipo de reação orgânica.
Reação de substituição do benzeno: formação do clorobenzeno.

As reações de substituição podem ser classificadas como nucleofílica e eletrofílica, dependendo do tipo de reagente envolvido.

Para saber mais sobre as reações de substituição, clique aqui.

→ Reação de oxidação

Reação de oxidação é o tipo de reação orgânica que envolve a perda de elétrons ou o aumento do número de oxidação (nox) de átomos em uma molécula. Nos compostos orgânicos, as oxidações mais comuns envolvem álcoois e aldeídos.

Um exemplo é a oxidação do etanol, que, em presença de dicromato de potássio (K2Cr2O7), resulta na formação de ácido acético após oxidação total, como mostra o esquema abaixo.

Exemplo de reação de oxidação, um dos tipos de reação orgânica.
A oxidação parcial de um álcool leva à formação de aldeído, que oxida para ácido carboxílico.

→ Reação de redução

Reação de redução é o tipo de reação orgânica que envolve o ganho de elétrons ou a diminuição do NOX de átomos em uma molécula. Compostos como cetonas podem ser reduzidos a álcoois secundários.

Um exemplo é a redução da propanona, que sofre hidrogenação catalisada por metais, como níquel, levando à formação do propan-2-ol, como mostra o esquema abaixo.

Exemplo de reação de redução, um dos tipos de reação orgânica.
A oxidação de cetonas leva à formação de álcoois secundários.

Mecanismos de reações orgânicas

O mecanismo de uma reação orgânica é o conjunto de etapas que descrevem como os reagentes se transformam em produtos. A compreensão desses mecanismos é crucial para prever o comportamento de compostos orgânicos, otimizar reações e desenvolver novos materiais e fármacos. Durante esse processo, ocorrem quebras e formações de ligações químicas. Existem duas formas principais de quebra de ligação química: homólise e heterólise.

  • Homólise: é a quebra de uma ligação covalente de maneira que cada átomo envolvido na ligação recebe um elétron, formando radicais livres.
Representação da cisão homolítica (homólise), que está ligada aos mecanismos de reações orgânicas.
Representação da cisão homolítica: a seta com uma farpa (vermelho) indica o movimento de um elétron.
  • Heterólise: é a quebra de uma ligação covalente em que um dos átomos envolvidos recebe ambos os elétrons da ligação, formando íons.
Representação da cisão heterolítica (heterólise), que está ligada aos mecanismos de reações orgânicas.
Representação da cisão heterolítica: a seta com duas farpas (vermelho) indica o movimento de dois elétrons.

→ Mecanismo de reação de adição

O mecanismo da adição de haletos a alcenos ocorre em duas etapas principais, como pode ser visto, a seguir, na reação do eteno com brometo de hidrogênio:

Etapa 1: O par de elétrons da ligação dupla do alceno ataca o hidrogênio (H) ligado ao haleto (Br), formando um carbocátion intermediário.

Etapa 1 do mecanismo de reação de adição, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: O ânion haleto (Br-) ataca o carbocátion, resultando no produto final, um haleto de alquila.

Etapa 2 do mecanismo de reação de adição, um dos tipos de reações orgânicas.

→ Mecanismo de reação de eliminação

As reações de eliminação envolvem a remoção de átomos ou grupos de átomos de uma molécula, resultando na formação de uma ligação dupla ou tripla. Um exemplo comum é a desidratação de álcoois para formar alcenos.

O mecanismo de eliminação de um álcool pode ocorrer de formas diferentes, de acordo com o tipo de álcool (primário, secundário ou terciário). Álcoois terciários formam carbocátions mais estáveis e, por isso, sofrem eliminação unimolecular (E1), como pode ser vista a seguir, na desidratação do álcool terc-butílico.

Etapa 1: Protonação do grupo hidroxila (–OH) pelo íon hidróxido (H3O+) e formação do íon terc-butiloxônio.

: Etapa 1 do mecanismo de reação de eliminação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: Dissociação do íon terc-butiloxônio, com libeuração de água e formação do cátion terc-butila.

Etapa 2 do mecanismo de reação de eliminação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 3: Desprotonação do cátion terc-butila.

Etapa 3 do mecanismo de reação de eliminação, um dos tipos de reações orgânicas.

Álcoois secundários também sofrem eliminação do tipo E1 e, alguns casos, com rearranjo de carbocátion.

Já os álcoois primários sofrem eliminação bimolecular (E2) sem formação de carbocátion primário devido a sua instabilidade.

O mecanismo a seguir representa a desidratação do etanol (álcool primário), que ocorre por eliminação do tipo E2 em meio ácido.

Etapa 1: Protonação do grupo hidroxila (–OH) pelo íon hidróxido (H3O+) e formação do íon etiloxônio.

Etapa 1 de outro mecanismo de reação de eliminação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: Uma molécula de água captura um próton (H+) do íon etiloxônio, favorecendo a clivagem da ligação carbono oxigênio e liberando água.

: Etapa 2 de outro mecanismo de reação de eliminação, um dos tipos de reações orgânicas.

→ Mecanismo de reação de substituição

As reações de substituição também podem apresentar diferentes mecanismos, dependendo do tipo de carbono (primário, secundário ou terciário) e do grupo abandonador (grupo que sofrerá substituição).

  • Substituição nucleofílica unimolecular (SN1): ocorre com formação de carbocátions secundários ou terciários, determinantes para a velocidade da reação. Um exemplo de reação que segue por SN1 é a formação do cloreto de terc-butila com base no álcool terc-butílico e no cloreto de hidrogênio, como descrito a seguir.

Etapa 1: Ocorre a protonação do álcool terc-butílico para formar um íon alquiloxônio:

Etapa 1 do mecanismo de reação de substituição nucleofílica unimolecular, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: Ocorre a dissociação do íon terc-butiloxônio para formar um carbocátion:

Etapa 2 do mecanismo de reação de substituição nucleofílica unimolecular, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 3: Ataque do íon cloreto ao carbocátion.

Etapa 3 do mecanismo de reação de substituição nucleofílica unimolecular, um dos tipos de reações orgânicas.

  • Substituição nucleofílica bimolecular (SN2): ocorre sem a formação de carbocátion, devido a sua instabilidade, em que a velocidade da reação é dependente de efeitos estéricos. Um exemplo de reação que segue por SN2 é a formação do metanol com base no brometo de metila, que ocorre em uma única etapa, como descrito a seguir.

Etapa 1 do mecanismo de reação de substituição nucleofílica bimolecular, um dos tipos de reações orgânicas.

A reação ocorre em meio básico, em que o íon hidróxido realiza o ataque ao carbono eletrofílico no lado oposto a ligação C-Br, gerando uma inversão tetraédrica.

  • Substituição eletrofílica aromática (SEAr): é um tipo de reação de substituição similar à adição eletrofílica de alcenos, porém a SEAr ocorre especificamente em compostos aromáticos via ataque de elétrons \(\pi \) (pi) a um grupo aceitador de elétrons (eletrófilo). A SEAr passa pela formação de um carbocátion (cátion ciclo-hexadienila), também chamado de complexo-\(\mathsf{\sigma} \), que é estabilizado por ressonância. Um exemplo de SEAr é a nitração do benzeno, como descrito a seguir.

Etapa 1: Ocorre o ataque dos elétrons \(\pi \) e a formação do intermediário cátion ciclo-hexadienila.

Etapa 1 do mecanismo de reação de substituição eletrofílica aromática, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: Ocorre a perda de um próton do cátion ciclo-hexadienila.

Etapa 2 do mecanismo de reação de substituição eletrofílica aromática, um dos tipos de reações orgânicas.

→ Mecanismo de reação de oxidação

O mecanismo de oxidação pode variar de acordo com o substrato orgânico e o agente oxidante empregado na reação.

  • Ozonólise de alcenos: é uma das reações mais comuns de oxidação, cujo mecanismo segue sendo um desafio. A proposta mecanística mais recente aponta que a reação tem início por uma cicloadição entre o alceno e o ozônio, como ilustrado a seguir.

Etapa 1: Ocorrem a cicloadição e a formação do molozonídeo.

Etapa 1 do mecanismo de reação de ozonólise de alcenos, uma reação de oxidação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: Ocorrem cicloreversão e a formação do zwitterion.

Etapa 2 do mecanismo de reação de ozonólise de alcenos, uma reação de oxidação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 3: Ocorre uma nova cicloadição, levando à formação do ozonídeo.

Etapa 3 do mecanismo de reação de ozonólise de alcenos, uma reação de oxidação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 4: Ocorre uma hidrólise em água, produzindo os compostos carbonilados.

Etapa 4 do mecanismo de reação de ozonólise de alcenos, uma reação de oxidação, um dos tipos de reações orgânicas.

  • Oxidação de álcoois: é outra reação muito comum que leva à conversão em compostos carbonilados, sendo muito importante em diferentes processos biológicos. O mecanismo da oxidação de álcoois pode ser entendido pela oxidação do 2-propanol por ácido crômico, como ilustrado a seguir.

Etapa 1: O álcool faz um ataque nucleofílico ao ácido crômico, gerando o cromato de isopropila.

Etapa 1 do mecanismo de reação de oxidação de álcoois, uma reação de oxidação, um dos tipos de reações orgânicas.

Etapa 2: Ocorre uma eliminação \(\beta \), em que a água atua como uma base e remove o próton do carbono enquanto ocorre a quebra da ligação C-Cr.

Etapa 2 do mecanismo de reação de oxidação de álcoois, uma reação de oxidação, um dos tipos de reações orgânicas.

Em geral, a oxidação de álcoois primários e secundários segue um mecanismo similar, mudando apenas o produto formado. Assim, temos que:

  • Álcoois primários levam à formação de aldeídos (oxidação branda).
  • Álcoois primários levam à formação de ácido carboxílico (oxidação enérgica).
  • Álcoois secundários levam à formação de cetonas.
  • Álcoois terciários não sofrem oxidação.

→ Mecanismo de reação de redução

O mecanismo de redução segue com uma transferência de hidreto a carbonila e pode ser entendido como uma adição nucleofílica à carbonila. Para entendermos melhor o mecanismo, vamos analisar a redução do ácido propanóico com o hidreto de lítio e alumínio (LiAlH4) ilustrada a seguir.

Mecanismo de redução do ácido propanóico com LiAlH₃, uma reação de redução, um dos tipos de reações orgânicas.
Mecanismo de redução do ácido propanóico com LiAlH3.

O mecanismo se inicia com um hidreto capturando o hidrogênio ácido, levando à formação do hidrogênio molecular. Na sequência, o íon carboxiláto faz uma ligação coordenada com alumínio, seguida de uma transferência de hidreto para o carbono de carbonila, levando à formação do propanal. Na sequência, ocorre uma segunda transferência de hidreto que leva à formação do íon propanolato. No final, é realizado um tratamento com solvente prótico para gerar o álcool propanol.

Dependendo do composto oxidado, podemos ter a formação de álcoois primários e secundários ou aminas. Assim, temos que:

  • Ésteres, ácidos carboxílicos e cloretos de ácido são reduzidos para aldeídos (redução branda, uso de DIBAL-H).
  • Ésteres, ácidos carboxílicos e seus derivados são reduzidos para álcoois primários (com agente redutor forte, LiAlH3).
  • Aldeídos são reduzidos para álcoois primários.
  • Cetonas são reduzidas para álcoois secundários.
  • Amidas são reduzidas para aminas.

Reagentes orgânicos

Reagentes orgânicos são as peças fundamentais das reações orgânicas. Essencialmente, são compostos formados por cadeias de carbono ligadas a hidrogênio, mas também podem conter outros elementos, como oxigênio, nitrogênio, halogênios e enxofre. A versatilidade desses compostos permite uma infinidade de reações, dando origem a uma vasta gama de produtos orgânicos.

No nosso dia a dia, encontramos inúmeros exemplos de reagentes orgânicos em ação: os hidrocarbonetos, base para os combustíveis fósseis; os álcoois, presentes em bebidas e produtos de limpeza; os ácidos carboxílicos, encontrados em vinagre e frutas cítricas; e os ésteres, que conferem aromas e sabores característicos a muitos alimentos. Na indústria, a importância dos reagentes orgânicos é ainda maior, sendo utilizados na produção de plásticos, medicamentos, tintas, solventes e muitos outros produtos.

Qual a importância das reações orgânicas?

As reações orgânicas são a base da indústria química moderna. Tanto na produção de alimentos e medicamentos como até na fabricação de materiais de construção e eletrônicos, as reações orgânicas desempenham um papel fundamental.

Na indústria alimentícia, as reações orgânicas são utilizadas para modificar propriedades de alimentos, como sabor, textura e cor. A fermentação, por exemplo, é um processo bioquímico que envolve reações orgânicas e é utilizado na produção de pão, cerveja, vinho e iogurte.

Na indústria farmacêutica, as reações orgânicas são essenciais para a síntese de fármacos. Muitos medicamentos são moléculas orgânicas complexas, obtidas por meio de uma série de reações químicas.

A indústria petroquímica também se baseia em reações orgânicas para transformar o petróleo em uma variedade de produtos, como combustíveis, plásticos, fibras sintéticas e solventes.

Reações orgânicas x reações inorgânicas

As reações orgânicas e inorgânicas, embora compartilhem algumas características, apresentam diferenças importantes. Ambas envolvem a quebra e a formação de ligações químicas, mas os compostos envolvidos e os mecanismos das reações são distintos.

As reações orgânicas envolvem compostos de carbono, enquanto as reações inorgânicas envolvem compostos de outros elementos, como metais e não metais. Além disso, as reações orgânicas tendem a ser mais complexas e a ocorrer em condições mais suaves, como temperatura ambiente e pressão atmosférica. As reações inorgânicas, por sua vez, podem ocorrer em condições mais extremas, como altas temperaturas e pressões.

Outra diferença importante é a natureza das ligações químicas. Nas reações orgânicas, as ligações covalentes são predominantes, enquanto, nas reações inorgânicas, as ligações iônicas e metálicas são mais comuns.

Para saber mais detalhes sobre as reações inorgânicas, clique aqui.

Reações orgânicas no Enem

O tema das reações orgânicas tem sido muito recorrente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Geralmente, as reações orgânicas são abordadas de forma contextualizada, relacionando-se os conceitos químicos com problemas sociais e ambientais.

O tema está relacionado com a habilidade 24 da competência 7 da matriz do Enem: “Apropriar-se de conhecimentos da Química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas”.

H24 – Utilizar códigos e nomenclatura da Química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

Questões sobre reações orgânicas geralmente exigem que o estudante identifique os grupos funcionais presentes em moléculas orgânicas, preveja os produtos de reações químicas e compreenda os mecanismos de reações. Para se sair bem nas questões sobre reações orgânicas no Enem, é fundamental dominar os seguintes conhecimentos:

  • Estrutura e nomenclatura de compostos orgânicos: Reconhecer os diferentes grupos funcionais e nomear os compostos de acordo com as regras da Iupac.
  • Tipos de reações orgânicas: Compreender os mecanismos de reações, como substituição, adição, eliminação e oxidação.
  • Aplicações das reações orgânicas: Relacionar as reações orgânicas com processos industriais e com o cotidiano.
  • Sustentabilidade e impacto ambiental: Analisar as implicações ambientais das reações orgânicas e propor alternativas mais sustentáveis.

Exercícios resolvidos sobre reações orgânicas

Questão 1

(Enem) As cetonas fazem parte de famílias olfativas encontradas em muitos alimentos. A molécula de hexan-3-ona é um exemplo desses compostos voláteis responsáveis pelo aroma, podendo ser obtida por processos energéticos realizados em meio ácido, na presença de oxidantes como o permanganato de potássio.

Para se produzir esse composto volátil em laboratório, deve-se oxidar a molécula de

A) hexanal.

B) hexan-1-ol.

C) hexan-3-ol.

D) hex-1-en-1-ol.

E) ácido hexanoico.

Resolução:

Alternativa C

Resolução da questão do Enem 2023 sobre reações orgânicas que contém cetona.

A oxidação de álcoois secundários leva à formação de cetonas, e, entre os compostos apresentados nas alternativas, apenas o hexan-3-ol é um álcool secundário.

Questão 2

(Enem) A própolis é um produto natural conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Esse material contém mais de 200 compostos identificados até o momento. Dentre eles, alguns são de estrutura simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3, cuja estrutura está mostrada a seguir.

Estrutura de composto da própolis presente em questão do Enem 2012 sobre reações orgânicas.

O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o éster em apreço por meio da reação de esterificação são, respectivamente,

A) ácido benzoico e etanol.

B) ácido propanoico e hexanol.

C ácido fenilacético e metanol.

D) ácido propiônico e cicloexanol.

E) ácido acético e álcool benzílico.

Resolução:

Alternativa A

Os ésteres são obtidos por meio de reações de esterificação, que ocorre entre um ácido carboxílico e um álcool.

Dessa forma, o benzoato de etila é obtido pela esterificação entre o ácido benzóico e o etanol.

Resolução da questão do Enem 2012 sobre reações orgânicas que contêm composto da própolis.

Fontes

BRONDANI, Patrícia B. Oxidação e redução em química orgânica. Disponível em: https://patyqmc.paginas.ufsc.br/files/2019/07/Oxidac%CC%A7a%CC%83o-e-Reduc%CC%A7a%CC%83o-em-Qui%CC%81mica-Orga%CC%82nica.pdf.

CAREY, Francis A. Química orgânica., vol. 1e2.  7. ed; Porto Alegre, RS: AMGH Ed., 2011.

OLIVEIRA, Alfredo R. M., WOSCH, Celso L. Ozonólise: a busca por um mecânismo. Quim. Nova, Vol. 35, No. 7, 1482-1485, 2012.

ROBERT G. JOHNSON; T.W.G. SOLOMONS; CRAIG B. FRYHLE – Química Orgânica, volume 1 e 2. LTC, 2013.

Publicado por Everton da Paz Silva
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