Porco-espinho
Porco-espinho é o nome dado a diferentes espécies de mamíferos que apresentam como característica mais marcante uma série de estruturas pontiagudas recobrindo seu corpo, os famosos “espinhos”. Os espinhos do porco-espinho são utilizados na defesa do animal contra predadores, sendo uma importante vantagem evolutiva para ele, uma vez que se locomove lentamente. Podemos dividir os porcos-espinhos em dois grupos: porcos-espinhos do Velho Mundo e porcos espinhos do Novo Mundo.
Leia mais: Coelho — mamífero herbívoro que, apesar do que muitos pensam, não é um roedor
Resumo sobre porcos-espinhos
-
São animais mamíferos que apresentam corpo recoberto por pelos modificados extremamente resistentes.
-
Usam seus espinhos como forma de proteção contra predadores.
-
Os espinhos não possuem toxinas.
-
Não lançam seus espinhos; mas eles estão frouxamente presos ao corpo do animal, portanto, são soltos facilmente quando o tocamos.
-
Podem ser divididos em dois grupos: porcos-espinhos do Velho Mundo e porcos-espinhos do Novo Mundo.
Características dos porcos-espinhos
Os porcos-espinhos são animais mamíferos e, portanto, apresentam pelos em seu corpo. O pelo desses roedores, no entanto, não é macio como o observado em muitas espécies de mamíferos. Eles apresentam corpo recoberto por pelos modificados, os quais são duros e pontiagudos. Esses pelos são chamados popularmente de espinhos e atuam na proteção do animal contra predadores.
Os espinhos, ao penetrarem na pele dos predadores, podem causar lesões dolorosas que servem de porta de entrada para bactérias, as quais podem provocar infecções. Essas infecções podem ser graves e até mesmo resultar na morte do animal.
Vale destacar que, apesar do que muitas pessoas pensam, os porcos-espinhos não possuem toxinas em seus espinhos. Outro ponto importante a ser destacado é o fato de que o espinho é difícil de ser removido, portanto, é recomendado procurar ajuda médica, caso uma pessoa tenha sido ferida, ou veterinária, caso o porco-espinho tenha tido contato com algum animal.
-
Os porcos-espinhos lançam seus espinhos contra os predadores?
Muitas pessoas pensam que os porcos-espinhos são capazes de lançar os seus espinhos contra seus predadores, entretanto, essa não é uma verdade. Os espinhos do porco-espinho estão presos frouxamente ao seu corpo. Isso significa que, ao serem tocados, os espinhos se soltam com facilidade. Por serem pontiagudos e duros, eles penetram facilmente na pele do predador.
Alimentação dos porcos-espinhos
A alimentação do porco-espinho é muito variada. No caso dos porcos-espinhos do Velho Mundo, observa-se que sua dieta inclui material vegetal e carniça. Os porcos-espinhos do Novo Mundo se nutrem, principalmente, de alimentos de origem vegetal. Isso inclui, por exemplo, cascas de árvores, raízes, folhas, frutos, flores e caules. Algumas espécies, por se alimentarem de casca de árvores, são conhecidas como capazes de matar esses vegetais. Alguns porcos-espinhos do Novo Mundo comem também insetos e pequenos répteis.
Leia também: Animais onívoros — podem se alimentar tanto de plantas ou algas como de outros animais
Porco-espinho do Velho Mundo e porco-espinho do Novo Mundo
Os porcos-espinhos podem ser classificados em dois grupos: porcos-espinhos do Velho Mundo e porcos-espinhos do Novo Mundo. Vamos conhecer melhor as características de cada um.
-
Porco-espinho do Velho Mundo
É um mamífero pertencente à ordem Rodentia e família Hystricidae. De acordo com o The Animal Diversity Web, da Universidade de Michigan, existem 11 espécies nessa família, as quais estão distribuídas em três gêneros e são encontradas na África e Ásia. Os porcos-espinhos do Velho Mundo apresentam cabeça larga, orelhas e olhos pequenos e membros anteriores e posteriores curtos. Destacam-se por serem animais terrestres e excelentes escavadores. Os animais desse grupo não escalam árvores.
-
Porco-espinho do Novo Mundo
É um mamífero pertencente à ordem Rodentia e família Erethizontidae. De acordo com o The Animal Diversity Web, da Universidade de Michigan, existem quatro gêneros e 12 espécies nessa família. Os porcos-espinhos do Novo Mundo vivem na América. São animais noturnos encontrados, geralmente, vivendo sozinhos ou então aos pares. Algumas espécies são ótimas escaladoras e passam grande parte da sua vida nas árvores. A presença de cauda preênsil é observada em algumas espécies.
Leia também: Capivara — mamífero herbívoro que se destaca como o maior roedor do mundo
Perigos aos porcos-espinhos
Assim como várias espécies em nosso planeta, os porcos-espinhos são ameaçados pela ação do homem. Muitas espécies sofrem com a perda de habitat e também com o comércio de animais silvestres. No que diz respeito à caça, o sudeste da Ásia merece atenção. Nessa região, os porcos-espinhos estão sendo caçados a fim de se obter massas de materiais vegetais não digeridos que ficam acumuladas em suas vísceras, os chamados bezoares.
Essas massas são vendidas de diferentes formas, como crua ou em pó, e alguns acreditam que possuem propriedades medicinais. Vale salientar, no entanto, que essas propriedades não apresentam evidências científicas. Além do comércio dos bezoares, os porcos-espinhos são considerados iguarias em muitas regiões, o que leva a uma grande caça deles para a obtenção da sua carne.
Reprodução dos porcos-espinhos
Como salientado ao longo do texto, existem mais de 20 espécies distintas de porco-espinho, e cada uma tem sua particularidade quando o assunto é reprodução. Na espécie Erethizon dorsatum, por exemplo, as fêmeas sinalizam que estão prontas para o acasalamento por meio de marcação de urina, vocalizações e secreções vaginais. Essas ações atraem os machos, que competem entre si de modo a se determinar um indivíduo dominante, o qual cruzará com diferentes fêmeas receptivas.
Vale destacar que, em Erethizon dorsatum bem como em outras espécies de porco-espinho, observa-se um ritual de cortejo curioso. Os machos urinam nas fêmeas até que elas se demonstrem receptivas. O acasalamento entre indivíduos de Erethizon dorsatum ocorre por um longo período, até que, por ação enzimática no sêmen, forma-se um tampão vaginal, que impede a cópula com outros machos. Nessa espécie, a gestação dura cerca de 210 dias, e a fêmea dá à luz apenas um filhote.