Megacidades
O termo megacidade foi uma expressão criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para referir-se a toda e qualquer área urbana contínua formada por mais de 10 milhões de habitantes. Em muitas cidades e grandes metrópoles, o contingente populacional é tão elevado que chega a ser superior ao de muitos países, o que explica a necessidade de utilização desse conceito.
Em muitos casos, a constituição das megacidades não acontece somente em um município, mas em vários, formando áreas interligadas em um processo chamado de conurbação — quando as áreas urbanas de municípios diferentes encontram-se. Esse processo é muito comum no Brasil e também é responsável pela formação das regiões metropolitanas.
A maior megacidade brasileira é a cidade de São Paulo, que reúne em sua região metropolitana uma população superior aos 20 milhões de habitantes, o que a torna a maior do país. Além dela, temos o Rio de Janeiro inserido nessa categoria, além de algumas outras cidades com potencial para isso, como Belo Horizonte e Porto Alegre.
No mundo, a maior megacidade é Tóquio, que também é considerada como metacidade, pois possui uma população superior a 30 milhões de habitantes. A área urbana dessa cidade extrapola boa parte dos seus limites municipais, estendendo-se para várias áreas de entorno. No caso do Japão, essa intensa aglomeração explica-se pela elevada densidade demográfica que o país possui e pelo número limitado de locais habitáveis, pois o relevo geologicamente jovem faz com que o país abrigue um grande número de montanhas, vulcões e áreas de grande declividade.
A cidade de Tóquio já se caracteriza como metacidade
Depois de Tóquio, a maior parte das megacidades do planeta encontra-se em países subdesenvolvidos e emergentes (12 entre as 21 existentes). O segundo lugar pertence a Déli, na Índia; o terceiro pertence a São Paulo e o quarto posto é de Mumbai, também na Índia, seguida pela Cidade do México. Todas essas cidades encontram-se em países que experimentaram urbanizações recentes, elevadas e aceleradas, além de haver concentração de boa parte da população em áreas específicas de seus respectivos territórios.
A dinâmica em que a urbanização e a formação das megacidades dos países pobres ocorreu foi responsável pela deflagração de uma série de problemas sociais, uma vez que o crescimento dessas cidades aconteceu de forma muito mais intensa e acelerada do que suas estruturas permitiram suportar. Somam-se a isso a grande dependência econômica e os problemas de gestão pública, que contribuíram para o crescimento das favelas e áreas periféricas, além do não atendimento de necessidades da população, como o saneamento básico e outras.
A expansão das favelas, invasões e áreas periféricas é um problema comum em várias megacidades
Portanto, além de controlar o seu crescimento acentuado, as megacidades – sobretudo dos países economicamente dependentes – possuem inúmeros desafios, tais como desenvolver infraestruturas básicas, garantir uma melhoria de vida aos moradores de baixa renda, entre outros. Outra necessidade é a busca por medidas de crescimento sustentável, uma vez que as megacidades, em geral, são centros urbanos com elevados índices de poluição do ar, das águas e dos recursos naturais em geral.