OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma organização composta por países-membros e conta com a participação de parceiros estratégicos como o Brasil. Essa organização dedica-se ao desenvolvimento econômico, por meio de reuniões em que são discutidas políticas públicas e econômicas que possam orientar as nações.
Os membros apoiam a democracia representativa, bem como as regras de economia de mercado. Muitos estudiosos acreditam que participar dessa organização representa credibilidade no cenário mundial, representando confiança, especialmente, no setor financeiro.
OCDE é a sigla para “Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico”. Essa organização era conhecida como “Clube dos Ricos”. Essa denominação foi dada em virtude das características dos países-membros: nações com elevado desenvolvimento, apresentando PIB per capita (produto interno bruto por habitante) elevado, assim como indicadores sociais, que revelam boa qualidade de vida.
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História
A organização foi criada no período da Segunda Guerra Mundial. Os países da Europa encontravam-se destruídos, chegando à conclusão de que precisavam tomar atitudes que evitassem os erros cometidos durante a Primeira Guerra Mundial. E para que isso fosse possível, os governantes de algumas nações passaram a incentivar a cooperação entre si e reforçaram a necessidade de reconstrução dos países que foram derrotados na guerra.
Buscando a paz, criou-se, no ano de 1948, a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OECE). Essa organização recebia financiamento dos Estados Unidos, que pretendia colaborar para a reconstrução do continente assolado pela guerra. Ao ver o sucesso obtido com a organização, os Estados Unidos e o Canadá alinharam-se às nações que pertenciam à OECE. Em 1961, surgiu, então, a OCDE, cuja sede localiza-se em Paris, na França.
Objetivos
O principal objetivo da OCDE, por meio de seus membros, é promover padrões internacionais para resolver possíveis problemas ou situações no setor econômico, financeiro, comercial, social e, até mesmo, ambiental. Esses padrões internacionais correspondem às políticas públicas capazes de promover o bem-estar social e econômico para a população não só de seus territórios, mas do mundo todo.
Essas políticas públicas são discutidas em reuniões promovidas pela organização. A troca de experiências possibilita comparar e analisar as diferentes atuações dos governos, para que, assim, possam colaborar um com os outros de maneira positiva, criando, então, possibilidades viáveis à gestão de políticas nas diversas áreas de atuação do governo a fim de solucionar problemas.
As discussões pautam-se na busca pela compreensão das motivações que levam às mudanças econômicas, sociais e ambientais. As comparações realizadas possibilitam, então, a análise da produtividade, dos investimentos e dos fluxos globais de comércio, fazendo com que seja possível comparar dados que auxiliem prever tendências sociais e econômicas futuras.
Como a OCDE atua?
A atuação da OCDE é feita com base em informações coletadas e armazenadas em sua base de dados. Essas informações são utilizadas para direcionar os governos dos países membros a fim de que eles promovam o desenvolvimento econômico. Esse desenvolvimento deve estar alinhado com a sustentabilidade e sempre buscando a estabilidade financeira.
A organização, dessa forma, observa fatores que influenciam o campo social como os impostos cobrados, a seguridade social, o tempo de lazer, o sistema educacional e previdenciário, entre outros. Ao comparar esses fatores, é possível, assim, propor políticas capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.
Dessa forma, a OCDE busca um crescimento econômico duradouro, a oportunidade de emprego, a melhoria da expectativa de vida, o combate à pobreza, a estabilidade financeira e também o possível desenvolvimento de economias dos países em desenvolvimento. De acordo com a OCDE, as etapas para o trabalho desenvolvido são:
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Coleta de dados
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Análises
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Discussões
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Decisões
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Implementações
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Vigilância multilateral
→ E como é feito esse trabalho?
1) O secretariado coleta os dados mais relevantes e necessários para as discussões e análises.
2) Os comitês discutem as informações coletadas.
3) O conselho decide sobre as possíveis soluções e orientações políticas, buscando a aplicação dos governos.
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→ Estrutura organizacional da OCDE (segundo o Ministério da Economia)
Secretariados técnicos |
Agências |
Centro de Pesquisas |
Trinta comitês especializados em assuntos da economia internacional e políticas públicas |
Cerca de 200 órgãos e 240 instrumentos legais |
Quais são os países que fazem parte da OCDE?
A sede da OCDE localiza-se na França, um de seus países-membros. *
A organização é composta por países que representam cerca de 80% do comércio mundial e investimentos. Atualmente, é composta por 36 membros e 5 parceiros estratégicos que cooperam entre si em busca de soluções e políticas públicas eficazes para implementar em seus governos.
Os países-membros são:
Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia. |
Os parceiros estratégicos são:
África do Sul, Brasil, China, Índia e Indonésia |
Qual a relação entre o Brasil e OCDE?
O Brasil iniciou sua parceria com a OCDE na década de 1990, quando ingressou no Comitê de Aço, passando a participar das reuniões no ano de 1996. Em 2012, o país recebeu o convite para participar do Programa de Engajamento Ampliado, fortalecendo ainda mais a relação que se estabelecia entre a OCDE e o Brasil.
No ano de 2015, ambos assinaram um acordo de cooperação, permitindo o aprofundamento da relação bilateral que se estabeleceu, o que fortaleceu ainda mais a participação do Brasil na organização.
Atualmente, o Brasil tem representatividade em 17 órgãos e participa de dois projetos promovidos pela OCDE. Essa participação efetiva na organização fez com que o país, em 2017, apresentasse seu pedido de adesão, durante a Reunião Ministerial do Conselho.
Tornar-se um membro efetivo é uma das prioridades do governo, que acredita que, ao adentrar na organização, o país ganhará mais credibilidade e fortalecerá suas relações com outras grandes economias. O Brasil também aderiu a 37 instrumentos jurídicos da OCDE, assim como solicitou a adesão a 76 instrumentos da organização.
OCDE e a educação
A OCDE também atua no setor educacional. Seu principal órgão é o Comitê de Políticas Educacionais (Education Policy Committe). O órgão foi criado no ano de 2007 a fim de coordenar as ações que permeiam a educação, contribuindo para que os países consigam promover políticas públicas que garantam uma educação de qualidade.
Para que isso seja possível, o comitê fornece dados e análises dos processos educacionais para que os países sejam amparados e consigam atingir o aperfeiçoamento dos processos educativos e alcancem bons resultados de aprendizagem.
A principal fonte de informações sobre a estrutura, financiamento e desempenho dos sistemas educacionais tanto dos países-membros quanto dos parceiros é o “Education at a Glance: OECD Indicators”|1|.
A OCDE no Brasil faz parceria com o MEC. A promoção de políticas públicas que visam a melhorar a qualidade da educação no país é o principal objetivo dessa relação. A fim de auxiliar na análise do sistema educacional, criou-se em 1997 o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). O programa representa um exame aplicado a cada três anos que avalia leitura, matemática e ciência. O Brasil ingressou no PISA no ano de 2000, quando foi aplicado o primeiro exame.
*Créditos de imagem: 360b / Shutterstock
** Créditos de imagem: HUANG Zheng / Shutterstock
Notas
|1| Education at a Glance 2015 – OECD. Para acessar, clique aqui.