Pangeia
A Pangeia é o supercontinente que existiu no planeta Terra entre 280 e 200 milhões de anos, entre as eras Paleozoica e Mesozoica. Esse supercontinente era banhado por um único oceano, denominado Pantalassa. A formação da Pangeia pode ser explicada por meio das teorias da deriva continental e das placas tectônicas, que também nos ajudam a compreender a fragmentação desse supercontinente. Com a separação da Pangeia, dois outros continentes surgiram: Laurásia e Gondwana.
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Resumo sobre a Pangeia
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Pangeia era o supercontinente que existiu entre 280 e 200 milhões de anos no passado geológico, sendo composto por todas as terras emersas do planeta Terra.
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A Pangeia representava 30% da área da superfície terrestre. Esse supercontinente era banhado por um único oceano, denominado Pantalassa.
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O supercontinente se formou devido ao movimento das placas tectônicas, que condicionou a aproximação e união das massas continentais até então existentes.
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A separação da Pangeia aconteceu pelo mesmo mecanismo, e começou há 230 milhões de anos, durante a Era Mesozoica. Com isso, originou-se dois continentes: Laurásia e Gondwana.
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Antes da Pangeia, no Pré-Cambriano, existiu outro supercontinente: Gondwana. Esse supercontinente não era único, e a superfície terrestre tinha outros continentes menores.
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Duas teorias explicam a formação e a separação da Pangeia: a teoria da deriva continental e a teoria das placas tectônicas.
O que é Pangeia?
Pangeia é o nome dado ao supercontinente que se formou na superfície terrestre durante a Era Paleozoica, há 280 milhões de anos no passado geológico. O termo Pangeia é originário do grego, e significa “todas as terras” (pan = todas; gea = terra).
O supercontinente Pangeia era composto por praticamente todas as terras emersas do planeta Terra no período, e representava aproximadamente 30% da sua área. Na parcela norte da Pangeia, ficavam as terras correspondentes à América do Norte e à Eurásia (Europa e Ásia), enquanto as demais regiões que conhecemos atualmente, com a Índia, formavam a parcela sul dessa enorme massa continental.
A Pangeia permaneceu como o único continente do planeta Terra até o Período Triássico da Era Mesozoica, quando a sua fragmentação foi concluída. A partir de então, as terras emersas passaram por um novo processo de movimentação e divisão que reconfigurou a superfície terrestre.
Mapa da Pangeia
Causas da Pangeia
A Pangeia terminou o seu processo de formação durante a Era Paleozoica, mais precisamente entre 280 e 230 milhões de anos, intervalo esse que abrangeu os períodos Carbonífero e Permiano. A união das terras emersas e, portanto, a causa da Pangeia são explicadas por duas diferentes teorias: a da tectônica de placas e a da deriva continental. Isso significa que o movimento das placas tectônicas sobre o manto terrestre condicionou o reordenamento das terras emersas do planeta Terra, dando origem à Pangeia.
Separação da Pangeia
A separação da Pangeia é explicada com base no mesmo mecanismo que ocasionou a sua formação: a movimentação das placas tectônicas. Desta vez, o que aconteceu foi o afastamento das placas tectônicas sobre as quais as massas continentais menores estavam apoiadas, o que causou a sua fragmentação. Esse processo começou há 230 milhões de anos, no Período Triássico da Era Mesozoica. Assim, temos que a Pangeia se fragmentou em dois continentes:
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Laurásia: compreendia todas as terras emersas que se situavam ao norte do Equador terrestre, como a América do Norte e a Eurásia. Somente com a rotação de placas menores é que o subcontinente indiano se juntou à Ásia.
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Gondwana: compreendia todas as terras emersas que se situavam ao sul do Equador terrestre durante o período da Pangeia. A América do Sul e a África se encontram nesse bloco. Alguns milhões de anos mais tarde, como é sabido, aconteceu a sua separação.
O interior do planeta Terra, entretanto, está em constante movimento. Por essa razão, os supercontinentes Laurásia e Gondwana também passaram por um processo de fragmentação e de separação, o que deu origem ao oceano Atlântico e à dorsal Mesoatlântica. Tal movimento aconteceu entre o Período Jurássico da Era Mesozoica e a Era Cenozoica, a atual era geológica. Confira no diagrama a seguir como aconteceu a separação da Pangeia:
Pangeia x Gondwana
A Pangeia não foi o primeiro supercontinente a existir sobre a superfície terrestre. Durante o Período Cambriano da Era Paleozoica, entre 542 e 488 milhões de anos atrás, existia uma enorme massa de terra emersa denominada Gondwana. Devido a sua idade, é possível que esse supercontinente tenha começado a se formar no Pré-Cambriano.
Diferentemente da Pangeia, Gondwana não era um supercontinente solitário: havia outras oito regiões de terras continentais sobre o planeta Terra, embora apresentassem dimensões menores do que a de Gondwana. Essas áreas menores estavam situadas predominantemente no Hemisfério Sul. Em um outro momento do tempo geocronológico, existiu outro supercontinente Gondwana, mas dessa vez, ele surgiu da fragmentação da Pangeia que começou no início da Era Mesozoica, há 251 milhões de anos.
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Pangeia e Pantalassa
Sendo uma única massa continental, a Pangeia era banhada por um único oceano, denominado Pantalassa. O nome Pantalassa também tem origem no grego antigo, e significa “todos os mares” (pan = todo; thalassa = oceano ou mar). As águas desse oceano representavam 70% da superfície do planeta Terra, e eram formadas por apenas um mar: o mar de Tethys. Esse mar banhava a Eurásia, no Hemisfério Leste.
Origem da Pangeia
A origem da Pangeia é explicada com base em duas diferentes teorias: a teoria da deriva continental e a teoria das placas tectônicas, sendo uma consequência da outra.
- Teoria da deriva continental: essa foi a primeira teoria que descreveu a origem da Pangeia e dos continentes que formam a superfície terrestre no presente. Desenvolvida por Alfred Wegener em 1912, a deriva continental explica que, antes dos continentes assumirem sua atual forma, existia uma única massa, a Pangeia, que começou a se fragmentar há 230 milhões de anos.
Com a sua fragmentação, os continentes menores foram gradualmente se movimentando e se afastando uns dos outros, chegando até a sua posição atual. A teoria explica que a Pangeia era banhada por um único oceano, Pantalassa, e, quando a sua separação aconteceu, novas massas oceânicas surgiram. Wegener encontrou evidências para sua teoria, como fósseis e também o desenho das costas da América do Sul e da África, que se encaixam perfeitamente.
Apesar de já explicar a maneira como a Pangeia se separou e a configuração da superfície terrestre, a teoria da deriva continental não explicita qual era o mecanismo que condicionou o movimento de imensas parcelas de terra emersa na crosta terrestre. Por conta disso, foi bastante questionada no meio acadêmico. A comprovação da teoria de Wegener aconteceu somente na década de 1960, com a teoria das placas tectônicas. Para saber mais sobre a deriva continental, clique aqui.
- Teoria das placas tectônicas: foi resultado do aperfeiçoamento da teoria da deriva continental.
A partir da década de 1960, estudos aprofundados sobre a crosta terrestre e a formação da dorsal Mesoatlântica levaram Harry Hess a concluir que a superfície terrestre era composta por imensos blocos rochosos que se movimentavam sobre o magma. Esse movimento seria ocasionado pelas correntes de convecção do magma, o que permitiu o reordenamento da superfície terrestre, com a formação e fragmentação da Pangeia seguida da atual posição dos continentes.
Estabeleceu-se, por isso, a teoria das placas tectônicas, que explicou a deriva continental e, principalmente, o mecanismo que levou à movimentação dos continentes.
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Exercícios sobre Pangeia
Questão 1
(IFPR) No início do século XX, um jovem meteorologista alemão, Alfred Wegener, levantou uma hipótese que hoje se confirma, qual seja: há 200 milhões de anos, os continentes formavam uma só massa, a Pangeia, que em grego quer dizer “toda a terra”, rodeada por um oceano contínuo chamado de “Pantalassa”. Com a intensificação das pesquisas, também se pode afirmar que, além dos continentes, toda a litosfera se movimenta, pois se encontra seccionada em placas, conhecidas como “placas tectônicas”, que flutuam e deslizam sobre a astenosfera, carregando massas continentais e oceânicas. Muitas teorias foram elaboradas para tentar explicar tais movimentos e, recentemente, descobriu-se que a explicação está relacionada:
a) ao vulcanismo que movimenta o magma.
b) ao princípio da isostasia (ísos = igual em força + stásis = parada).
c) ao princípio formador de montanhas conhecido por orogênese.
d) aos terremotos e vulcanismos, em razão de sua força na alteração das paisagens.
e) ao movimento das correntes de convecção que ocorrem no interior do planeta.
Resolução: Alternativa E
Os movimentos das placas tectônicas que causaram a deriva continental são o resultado das correntes de convecção do magma, localizado no interior do planeta Terra.
Questão 2
(Udesc) A Teoria da Deriva dos Continentes foi enunciada pelo cientista alemão Alfred Lothar Wegener, em 1912. Segundo este autor, a Terra teria sido formada inicialmente por um único e enorme supercontinente que foi se fragmentando e se deslocando continuamente desde o período Mesozoico, como se fosse uma espécie de nata flutuando sobre um magma semilíquido e passeando em diferentes direções.
Assinale a alternativa que contém o nome com o qual foi batizado este supercontinente inicial.
a) Gaia.
b) Placas Tectônicas.
c) Folhelhos de Wegener.
d) Riftis.
e) Pangeia.
Resolução: Alternativa E
O supercontinente da teoria da deriva continental era a Pangeia, que se formou há quase 300 milhões de anos e reuniu todas as terras emersas do planeta Terra.
Fontes
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Os fundamentos da Geografia da Natureza. In: ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed., 3 reimp. (Didática: 3). P. 13-67.
TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas Rich; TOLEDO, M. Cristina Mota de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia da Editora Nacional, 2009. 2ª edição. 623P.
YOUTH AND EDUCATION IN SCIENCE (YES). Paleozoic. United States Geological Survey (USGS), [s.d.]. Disponível em: https://www.usgs.gov/youth-and-education-in-science/paleozoic.