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Arte egípcia

A arte egípcia é uma arte milenar desenvolvida pelos antigos egípcios que registra importantes acontecimentos e mitologia.
A Esfinge de Gizé e a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, exempos da arte egípcia.
A Esfinge de Gizé e a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito.

A arte egípcia é uma arte milenar que está ligada principalmente à religião, visto que a maioria de suas esculturas, pinturas e obras arquitetônicas apresenta temas religiosos. Apesar dessa forte presença religiosa, o Egito Antigo passou por diversas transformações políticas e sociais e foi influenciado por diversos povos em vários aspectos, inclusive na arte.

A arquitetura egípcia é caracterizada pelas dimensões grandiosas e simplicidade nas formas, representando um sentimento de eternidade. Já as esculturas egípcias são marcadas, em sua maioria, pela ausência de expressões faciais. Na pintura, os egípcios tratavam as cores como a essência do objeto representado, porque para eles era através das cores que se atribuía vida e individualidade ao objeto.

Veja também: Como era a arte na Pré-História?

Resumo sobre a arte egípcia

  • A arte egípcia é percebida principalmente nas construções, nas esculturas e nas pinturas feitas no Egito Antigo.
  • A arquitetura egípcia apresentava um sentimento de eternidade e tinha como uma de suas principais características as dimensões grandiosas.
  • As pirâmides são as principais representações da arquitetura egípcia.
  • Boa parte das esculturas egípcias é representada por figuras faraônicas e divindades sempre em formas frontais e sem qualquer expressão facial.
  • As esfinges são esculturas com corpo de leão e com cabeça humana semelhante ao rosto do faraó.
  • A pintura egípcia era caracterizada pelo uso de seis cores essenciais: vermelho, azul, amarelo, verde, branco e o preto.
  • Como os artistas seguiam estritamente as determinações do governante, não é possível saber a autoria das pinturas.
  • A lei da frontalidade da arte egípcia diz respeito à padronização em que os personagens são apresentados com a cabeça, os braços e pernas de perfil, e os olhos, os ombros e os troncos de frente.
  • Ao longo da história, a arte egípcia sofreu diversas modificações, tendo como base o contexto em que ela foi produzida.

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Principais características da arte egípcia

A arte egípcia é uma arte milenar que pode ser percebida principalmente nas obras arquitetônicas, nas esculturas e nas pinturas feitas no Egito Antigo. A seguir, veja as principais características da arte egípcia.

→ Arquitetura egípcia

Templo construído no Egito Antigo, um exemplo da arte egípcia no contexto da arquitetura.
Templo construído no Egito Antigo.

A arquitetura egípcia tem como principais características as dimensões grandiosas, a simplicidade nas formas, o aspecto maciço e pesado, uma predominância das superfícies sobre os vazios e a policromia, isto é, a arte de utilizar quatro cores ou mais em um mesmo trabalho. A arquitetura em si apresentava um sentimento de eternidade.

◦ Pirâmides egípcias

Famosas pirâmides de Gizé, um dos mais significativos exemplos da arte egípcia no contexto da arquitetura.
As famosas Pirâmides de Gizé, no Egito.

As pirâmides egípcias são as obras arquitetônicas mais famosas do Egito Antigo. Elas eram construídas para ser os túmulos dos faraós. A base do triângulo representava o faraó velado, e a ponta representava a sua ligação com deus. Os egípcios acreditavam que o túmulo era uma fortaleza da eternidade e que deveria ser ricamente ornamentado com tesouros, artefatos e objetos pessoais. Cada pirâmide possui o nome do faraó que foi ali sepultado, e as mais conhecidas são Queóps, Quéfren e Miquerinos.

→ Escultura egípcia

Colossos de Mêmnon, um exemplo da arte egípcia no contexto da escultura.
Colossos de Mêmnon, no Egito.

A maioria das esculturas egípcias é representada por figuras faraônicas e divindades sempre em formas frontais e sem qualquer expressão facial. Há uma padronização presente nessas esculturas — a figura do faraó de pé, o pé esquerdo um pouco mais à frente, e, estando ele sentado, as pernas estão cruzadas ou a mão esquerda apoiada na coxa.

◦ Esfinges egípcias

Esfinge de Gizé, um dos mais significativos exemplos da arte egípcia no contexto da escultura.
A famosa Esfinge de Gizé, no Egito.

As enfinges são esculturas com corpo de leão, que representa a força, e com cabeça humana semelhante ao rosto do faraó, que representa a sabedoria. Elas eram vistas como guardiãs que afastavam os maus espíritos, e suas construções eram próximas aos templos. A mais conhecida esfinge é a Esfinge de Gizé.

→ Pintura egípcia

Pintura mostrando Nefertari fazendo uma oferenda à deusa egípcia Ísis, um exemplo da arte egípcia.
Pintura mostrando Nefertari fazendo uma oferenda à deusa egípcia Ísis.

Na pintura, os egípcios tratavam a cor como a essência do objeto representado, pois através dela se atribuía vida e individualidade ao objeto.

A paleta egípcia incluía seis cores essenciais, sendo elas vermelho, azul, amarelo, verde, branco e o preto. Tais cores eram obtidas através de compostos minerais que retinham as suas características fundamentais, razão pela qual as pinturas egípcias sobreviveram ao tempo. Veja a seguir o que essas cores representavam:

  • Vermelho: representava as coisas mais maléficas da civilização e também as zonas desérticas de Seth, deus do caos e da destruição. A cor também assumia conotações benéficas quando associada ao uso funerário devido a questões da eternidade.
  • Azul: representava o céu, a magia da vida e o renascimento.
  • Amarelo: era associado ao ouro e ao Sol, representando os deuses.
  • Verde: representava a natureza, o crescimento e a ressurreição, indicando a vida após a morte.
  • Branco: representava a pureza e a verdade.
  • Preto: representava a morte ou a noite e às vezes também representava a fertilidade e a regeneração.

O artista não tinha autonomia para pintar, pois seguia estritamente as determinações do governante. Portanto, não é possível identificá-lo, visto que não há registro de “assinatura” nas pinturas. As pinturas nos túmulos eram centradas exclusivamente na pessoa do faraó ali enterrado e nas ações realizadas quando ainda era vivo.

Veja também: Principais características da arquitetura e da escultura grega

O que é a lei da frontalidade da arte egípcia?

Murais do Egito Antigo representando deuses e faraós como representação da lei da frontalidade da arte egípcia.
Murais do Egito Antigo representando deuses e faraós.

A lei da frontalidade da arte egípcia é relacionada à padronização da postura dos personagens nas pinturas. Nelas, os personagens são sempre apresentados com a cabeça, os braços e pernas de perfil, mas com os olhos, os ombros e os troncos de frente, criando a combinação de uma visão frontal e lateral.

Qual a história da arte egípcia?

O Egito Antigo é uma civilização milenar que passou por diversas transformações políticas e sociais, e que influenciou e foi influenciada por diversos povos, como os hicsos, os hititas e até mesmo os gregos e os romanos. Portanto, apesar de a sua arte estar ligada inteiramente à religião, ela sofreu diversas modificações tendo como base o contexto em que foi produzida.

  • Período Pré-Dinástico (6000 a.C. – 3150 a.C.): período que apresenta os primeiros povos que se ajuntaram nas margens do rio Nilo, quando estava iniciando a civilização que conhecemos como Egito Antigo. Nesse período, as pinturas se manifestaram em rochas, vasos e cerâmicas.
  • Período Dinástico (3150 a.C. – 2613 a.C.): período que apresenta um crescimento territorial, econômico e militar do Egito Antigo. Foi nesse período que as primeiras pirâmides e a Esfinge de Gizé foram construídas. Uma das mais famosas obras relacionadas ao Período Dinástico é a Paleta de Namer, uma placa de siltito que apresenta imagens da unificação dos dois reinos egípcios — Alto e Baixo Egito.
  • Primeiro Período Intermediário (2181 a.C. – 2040 a.C.): período que apresenta um conflito de poder entre os nobres, ocasionando o enfraquecimento da centralização política no Egito Antigo. Nesse período, a arte egípcia esteve próxima à autonomia, enfatizando o realismo e a população em geral.
  • Segundo Período Intermediário (1782 a.C. – 1570 a.C.): período em que a invasão de povos estrangeiros, como os hicsos e os hititas, influenciaram a arte egípcia, principalmente as técnicas de metalurgia. Foi nesse período que a famosa máscara funerária de Tutancâmon, faraó que governou entre os anos 1336 e 1327 a.C., foi produzida.

Saiba também: Como era a escrita egípcia?

Curiosidades sobre a arte egípcia

  • Nas esculturas egípcias, o pé esquerdo sempre está à frente do direito, pois a cultura egípcia considerava que o lado esquerdo do corpo humano era o lado da vida, porque nele está localizado o coração.
  • Existem certas lendas sobre o nariz quebrado da Esfinge de Gizé. Algumas teorias apontam que foram as tropas de Napoleão Bonaparte que quebraram o nariz da esfinge durante a invasão do Egito em 1798.  Mas outras teorias apontam que os próprios egípcios, entre os séculos XVI e XVII, cortaram o nariz da esfinge como forma de, simbolicamente, tirar a honra da pessoa ali representada.
  • A Pirâmide de Quéops foi construída com mais de 2,3 milhões de blocos de pedras. Cada pedra pesava cerca de 25 a 80 toneladas. Elas foram extraídas em Gizé ou transportadas de barco de locais distantes.
  • A religião era o suporte de interpretação do universo, das justificativas políticas e sociais, portanto era a religião que orientava toda a produção artística do povo egípcio.

Fontes

ARCHTRENDS PORTOBELLO. Arquitetura egípcia: beleza e mistério que atravessam milênios. Archtrends Portobello, 2020. Disponível em: https://blog.archtrends.com/arquitetura-egipcia/.

BONILHA, Caroline. Arquitetura Egípcia. Colégio Gonzaga, 2011. Disponível em: https://www.gonzaga.com.br/z1files/pub/130651226531228_Arte-Egipcia-Arquitetura.pdf.

BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. 26. ed. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2022. Disponível em: https://filosofianreapucarana.pbworks.com/f/O+LIVRO+DE+OURO+DA+MITOLOGIA.pdf.

FERNANDES, Sílvia. A Pintura Egípcia: A Mensagem do Eterno Momento Presente. Repositório Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, n. 12, Lisboa, Edições Colibri, p. 429-435, 1998. Disponível em: https://run.unl.pt/bitstream/10362/7479/1/RFCSH12_429_435.pdf.

SOARES, Ana Cecilia. História da Arte. Sobral: Inta - Prodipe, 2017. Disponível em: https://md.uninta.edu.br/geral/historia-da-arte/Hist%C3%B3ria_da_Arte.pdf.

Publicado por Marcell de Oliveira Ardissao

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