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Esfinge

Esfinge é um ser mitológico que tem corpo de leão e rosto humano, feminino ou masculino. Diferentes povos acreditavam na existência desse ser.
A Grande Esfinge de Gizé foi construída por volta de 2500 a.C., período da quarta dinastia.
A Grande Esfinge de Gizé foi construída por volta de 2500 a.C., período da quarta dinastia.

A esfinge é um ser mitológico presente na cultura de diferentes povos da Antiguidade. As esfinges que receberam maior destaque foram as dos gregos e egípcios. Esse ser era caracterizado com o corpo de leão, rosto com feições humanas e, no caso grego, asas.

Leia mais: Deuses gregos — tinham poderes sobrenaturais e interferiam na história grega

Resumo sobre a esfinge

  • A esfinge é um ser mitológico que tem corpo de leão e rosto com feições humanas.
  • Seu rosto pode ser feminino ou masculino, e, no último caso, trata-se de uma androsfinge.
  • Surgiu no Egito Antigo, e sua maior representação é a Grande Esfinge de Gizé.
  • Na cultura grega, ficou conhecida por sua aparição no mito de Édipo.
  • Esteve presente na cultura de povos como assírios, persas, cuxitas, entre outros.

O que é uma esfinge?

A esfinge é um ser mitológico representado na mitologia de diversos povos da Antiguidade. A forma da esfinge que se popularizou foi a grega, que a apresenta com um rosto feminino. Esse ser ainda esteve presente na cultura dos egípcios, cuxitas, micênicos, cretenses, persas, assírios etc.

Nessas civilizações, a esfinge poderia ser representada de formas distintas, mas, em geral, ela tinha o corpo de leão e um rosto humano. Em alguns locais, o rosto era masculino e em outros, era feminino; além disso, ela poderia não ter um rosto humano e ter outros atributos, como asas.

Os gregos popularizaram não apenas a forma como conheciam a esfinge mas também o nome dela. Esfinge é, portanto, uma palavra grega, e os historiadores acreditam que ela se estabeleceu pela influência de shesep-ankh — uma palavra falada pelos egípcios antigos para se referirem a esculturas feitas no local onde a pedra ficava originalmente.

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Esfinge no Egito Antigo

Apesar de a esfinge grega ter se popularizado mais na cultura ocidental, a origem desse ser mitológico é atribuída ao Egito Antigo. Isso porque as primeiras esfinges de que temos conhecimento são originárias desse local. No Egito, a esfinge era representada com o corpo de leão e um rosto masculino (o rosto de um faraó), assim, era uma androsfinge.

Os historiadores acreditam que a esfinge era vista no Egito como uma espécie de guardião espiritual do local onde era construída. Sua representação mais conhecida é a Grande Esfinge de Gizé, que fica no mesmo complexo onde foram construídas as Pirâmides de Gizé. Acredita-se que ela tenha sido construída por volta de 2500 a.C.

Os historiadores afirmam que sua construção aconteceu durante o reinado de Quéfren, faraó do Egito de 2558 a.C. a 2532 a.C, período correspondente à quarta dinastia egípcia. Outros historiadores sugerem que sua construção aconteceu durante o reinado de Jedefré (2566-2558 a.C.), e outros apontam que a esfinge é mais antiga que isso, mas essas duas últimas hipóteses não têm muito respaldo.

Durante o Novo Império, a esfinge passou a ser associada a Hórus, deus dos céus na religiosidade egípcia. Isso fez com que ela fosse chamada de Horemakhet, que significa “Hórus no horizonte”. Um culto para esse deus surgiu onde se encontrava a esfinge, e um templo foi construído tamanha popularidade do culto a Hórus.

Os historiadores acreditam que o templo para Hórus nas proximidades da esfinge foi construído por ordem de Amenófis II (1425-1400 a.C.). O filho desse faraó, Tutémes IV, seguiu honrando a esfinge ao promover uma obra de restauração da Grande Esfinge de Gizé.

Essa obra foi iniciada porque, supostamente, Tutémes IV teria sonhado com a esfinge pedindo-lhe para tirar a areia que começava a encobrir suas patas. A Grande Esfinge de Gizé é uma obra de grandes proporções, e suas dimensões revelam a sua grandiosidade. Essa construção tem 73 metros de comprimento e 20 metros de altura.

Leia mais: Deuses do Egito — agiam pelo bem do ser humano e pela preservação da harmonia no Universo

Esfinge na Grécia Antiga

Ilustração antiga do mito de Édipo, com Édipo e a esfinge
Na mitologia grega, a esfinge teve o seu enigma desvendado por Édipo, e por isso se jogou do topo de um penhasco.

Os gregos popularizaram a esfinge por meio dos seus mitos e também de representações desse ser mitológico. Primeiramente, a presença da esfinge na Grécia já remontava ao período Pré-Homérico, quando micênicos e cretenses estavam no auge de suas civilizações.

Em ambas culturas, arqueólogos descobriram artefatos com a representação da esfinge. Entre eles estavam pequenos objetos de ouro, marfim e cerâmica, além de afrescos. Posteriormente, a esfinge seria personagem da mitologia grega e descrita como um ser com corpo de leão, asas e um rosto feminino.

A esfinge grega era um monstro que trazia morte e destruição por onde passava e era filho de outro monstro, Quimera. A interpretação mais conhecida da esfinge grega está no mito de Édipo. Nele, a esfinge chega a Tebas e causa a destruição da cidade, além de devorar os habitantes.

Nesse mito, a esfinge devorava todas as pessoas que não conseguiam decifrar seu enigma. O rei da cidade, Creonte, estava desesperado com a situação e acabou oferecendo o trono da cidade para quem conseguisse resolvê-lo. Édipo conseguiu esse feito e a esfinge, envergonhada, jogou-se de um penhasco.

Édipo virou rei da cidade e casou-se com a rainha, Jocasta, que descobriria ser sua própria mãe. O mito termina com Édipo cegando os próprios olhos ao descobrir que havia se casado com sua mãe. Jocasta, esposa e mãe de Édipo, cometeu suicídio ao descobrir a verdade.

A influência dessa história na cultura grega fez com que a esfinge e Édipo fossem retratados em artigos como vasos de cerâmica. Os historiadores acreditam que essas representações pertenciam ao século VI a.C. De toda forma, existiam representações da esfinge já no século VII a.C.

Os gregos fabricavam estatuetas de esfinges, muito usadas como oferendas em templos religiosos. Escavações arqueológicas descobriram uma série de pequenas esculturas depositadas no topo de colunas de templos gregos. Além disso, existiam esfinges em estelas funerárias e até em fontes de água.

  • Videoaula sobre legado cultural grego

Esfinge em outros povos

Como mencionado, a esfinge (ou androsfinge) não se resume à cultura de gregos e egípcios, pois foi encontrada em diferentes culturas e locais. Os historiadores descobriram esfinges na Índia, na Pérsia, em Elam, nas terras da civilização hitita, na Mesopotâmia, entre outros locais. Em alguns deles, acredita-se que a esfinge tenha chegado por influência da arte helenística.

Para os persas, por exemplo, as esfinges serviam como proteção contra maus espíritos e eram construídas em portais de grandes cidades, como Susa e Persépolis. Na Mesopotâmia havia uma divindade conhecida como Lamassu, representada de forma bastante similar à forma tradicional de uma esfinge.

  • Videoaula sobre a Mesopotâmia

Publicado por Daniel Neves Silva

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