Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer foi um dos principais arquitetos do século XX. Suas obras, caracterizadas por linhas e curvas, estão presentes em várias cidades do Brasil e no mundo. Ao lado de Lúcio Costa, Niemeyer trabalhou com o presidente Juscelino Kubitschek no projeto de Brasília, a nova capital federal inaugurada em 1960.

Apesar do seu posicionamento político ser pelo comunismo, ideologia contrária à religiosidade, Niemeyer não se negou a trabalhar em projetos de templos religiosos. A Catedral e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, são exemplos dessa nova forma de fazer-se arquitetura. Niemeyer viveu 105 anos, e sua contribuição para a arquitetura moderna até hoje se faz presente.

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Biografia de Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer nasceu em 15 de dezembro de 1907, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Em 1929, ele se matriculou na Escola de Belas Artes, na antiga capital federal. Foi nessa escola que Niemeyer conheceu Lúcio Costa. Nas primeiras décadas do século XX, a Europa viva a efervescência da arquitetura moderna, e as novidades vindas do Velho Continente foram abraçadas por Niemeyer e Costa. Le Corbusier, grande referência da arquitetura daquele período, influenciou os dois ao apresentar novas técnicas e materiais para fazer-se planos arquitetônicos.

O Brasil também passava por esse momento de modernização e atualização das novidades europeias. Em 1930, a revolução que colocou Getúlio Vargas no poder trouxe muitas mudanças para o país. No ano seguinte, Vargas criou o Ministério da Educação e Saúde. Em 1936, a sede do novo ministério começou a ser construída no Centro do Rio de Janeiro. O ministro Gustavo Capanema cercou-se de assessores intelectuais, como Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade. Para a construção da sede, Capanema chamou Lúcio Costa para fazer o projeto do prédio. A equipe de arquitetos responsáveis era composta por Costa e Niemeyer e, ainda, contava com a supervisão de Le Corbusier. O edifício sede do Ministério da Educação foi um dos primeiros prédios públicos com arquitetura modernista no Brasil.

Em 1940, o Brasil vivia a ditadura do Estado Novo. Não havia mais eleições diretas, e os governadores eram escolhidos por Getúlio Vargas. Juscelino Kubitschek foi nomeado prefeito de Belo Horizonte e decidiu investir no Conjunto Arquitetônico da Pampulha, área nobre da capital mineira.

Assim, o prefeito chamou Niemeyer para fazer o projeto. Em 1943, a Pampulha era inaugurada. Os traços de Niemeyer para a Igreja de São Francisco de Assis, o Iate Clube e o Cassino tornaram-se Patrimônio Cultural da Humanidade, em 2016. Esse foi o início da parceria com Niemeyer, que se repetiria em Brasília.

Oscar Niemeyer foi o arquiteto que projetou os prédios públicos de Brasília.

Depois de ser prefeito e governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da república, em 1955, prometendo desenvolver o Brasil: “50 anos em 5”. O novo presidente era um entusiasta do modernismo, e Pampulha era seu maior exemplo. Durante a campanha, ele prometeu cumprir o dispositivo constitucional que dizia que a nova capital federal deveria ser construída no Planalto Central.

Brasília começaria a ser construída do zero, mas com um toque de modernidade. Para isso, Kubitschek chamou novamente Niemeyer para fazer o projeto dos prédios públicos enquanto Lúcio Costa fez o plano urbanístico da cidade. Tal qual Pampulha, o Plano Piloto de Brasília é um Patrimônio Cultural da Humanidade.

Niemeyer manteve sua amizade com Juscelino Kubitschek até a morte do ex-presidente, em 1976. Logo após a cassação dos seus direitos políticos, ele morou em uma fazenda, próximo de Luziânia (GO), o local mais perto de Brasília a que pôde chegar. Niemeyer fez o projeto da casa sede da fazenda e esse foi o único projeto feito para a zona rural. Em 1981, Niemeyer assinou o projeto do Memorial JK, em Brasília, museu que guarda a memória do ex-presidente.

Em 1957, Vinicius de Moraes escreveu a peça teatral “Orfeu da Conceição” e convidou Niemeyer para fazer os desenhos do cenário e o folheto de divulgação da apresentação, que aconteceu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Isso demonstra a disposição do arquiteto para participar de produções artísticas, ou seja, indo além das construções públicas.

Durante a ditadura civil-militar, iniciada em 1964, Niemeyer não teve a mesma liberdade de antes para trabalhar. Sua posição política alinhada com o comunismo fê-lo inimigo do governo militar. A revista Módulo, que Niemeyer dirigia, foi fechada, e seu escritório, no Rio de Janeiro, saqueado. Sob o clima de tensão política, o arquiteto viajou para a Europa, onde seu trabalho era mais valorizado do que em seu próprio país. Na França, Niemeyer projetou a sede do Partido Comunista Francês, e o Centro Cultural de Le Havre, na Itália.

Com o avanço do processo de abertura política, Niemeyer voltou para o Brasil e participou do governo Leonel Brizola, no Rio de Janeiro. A convite do antropólogo Darcy Ribeiro, Niemeyer projetou o Sambódromo da Marquês de Sapucaí e os prédios das escolas integrais. As décadas de 1980 e 1990 foram promissoras para o arquiteto, pois assinou vários projetos em diversas cidades brasileiras. Ele assinou os seguintes projetos:

  • Memorial da América Latina, em São Paulo (1989)

  • Panteão da Pátria, em Brasília (1985)

  • Edifício da Manchete, no Rio de Janeiro (1980)

  • Museu de Arte Contemporânea, em Niterói (RJ) (1996)

Em 2007, Niemeyer comemorou seu centenário de nascimento lúcido e ativo. Recebeu inúmeras homenagens pela sua obra arquitetônica no Brasil e no mundo.

Prêmios e homenagens

Oscar Niemeyer viveu 105 anos e pôde, em vida, receber as devidas homenagens pela sua contribuição para a arquitetura moderna no Brasil e no mundo. Além de prêmios, Niemeyer recebeu vários títulos de Doutor Honoris Causa das principais universidades brasileiras e do exterior. A seguir, alguns prêmios recebidos por ele:

  • Membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos (1963)

  • Membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras e do Instituto Nacional de Artes e Letras (1964)

  • Prémio Príncipe das Astúrias das Artes - Espanha (1989)

  • Título de Doutor Honoris Causa da Universidade de São Paulo (1995)

  • Título de Doutor Honoris Causa da Universidade Técnica de Lisboa (2009)

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Posição política de Oscar Niemeyer

Durante os seus 105 anos de vida, Oscar Niemeyer manteve-se firme na defesa do comunismo. Apesar do materialismo dialético, Niemeyer não recusou projetos para igrejas. A Catedral de Brasília, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e outros templos religiosos têm a sua assinatura. Mesmo após a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, em 1991, o arquiteto não desistiu de sua ideologia.

Estilo da obra de Oscar Niemeyer

Niemeyer foi influenciado por Le Corbusier, que abriu a arquitetura para a novidade e o que havia de moderno no início do século XX. Seu estilo de obra é caracterizado por formas arredondas e curvas. Em seus projetos, o concreto armado é bem evidente. Os prédios públicos de Brasília, na Praça dos Três Poderes, são os principais exemplos de suas obras.

Obras de Oscar Niemeyer

  • Palácio do Planalto

Palácio do Planalto, em Brasília. [1]
  • Complexo da Pampulha

 Complexo da Pampulha, em Belo Horizonte. [2]
  • Sede da Organização das Nações Unidas (ONU)

Sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

Frases de Oscar Niemeyer

  • “De um traço nasce a arquitetura...”

  • “Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito.”

  • “Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando à determinada intenção.”

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Resumo sobre Oscar Niemeyer

  • Oscar Niemeyer foi um dos maiores arquitetos de todos os tempos, com projetos espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

  • Sua arquitetura é caracterizada pelo concreto armado e o uso de curvas e formas arredondadas.

  • Niemeyer abraçou a modernidade na arquitetura desde a sua formação, na década de 1930.

  • Morreu com 105 anos, lúcido, recebendo ainda em vida todas as homenagens e premiações.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – Oscar Niemeyer foi um dos principais arquitetos do Brasil. Ele assinou projetos que, até hoje, impressionam pela novidade e beleza. As principais características de sua arquitetura são:

A) linhas planas, sem nenhuma curva ou contorno.

B) linhas curvas, formas arredondadas e concreto armado.

C) cores frias, sem nenhuma receptividade.

D) ausência de formas arredondadas e linhas obtusas.

Resolução

Alternativa B. Niemeyer foi influenciado por Le Corbusier, e, desde sua formação, na Escola Nacional de Belas Artes, adotou a arquitetura moderna em seus projetos. Ele usava as curvas e as formas arredondadas para fazer seus projetos.

Questão 2 - Assinale a alternativa correta que aponta a primeira construção feita no Brasil que teve a participação de Oscar Niemeyer em seu projeto arquitetônico, na década de 1930:

A) Palácio do Catete

B) Palácio Gustavo Capanema

C) Palácio do Itamaraty

D) Palácio do Planalto

Resolução

Alternativa B. O Palácio Gustavo Capanema foi construído, na década de 1930, para ser a sede do Ministério da Educação e Saúde. Oscar Niemeyer e Lúcio Costa participaram da elaboração do projeto arquitetônico do edifício, que teve a supervisão de Le Corbusier.

Créditos das imagens

[1] Diego Grandi / Shutterstock

[2] Luis War / Shutterstock  

Publicado por Carlos César Higa
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