Clostridium botulinum
Clostridium botulinum é uma bactéria do tipo bacilo, gram-positiva, que se desenvolve em meio sem oxigênio e apresenta capacidade de produzir esporos. Trata-se de uma bactéria patogênica responsável por produzir uma toxina poderosa que provoca uma doença grave, porém não contagiosa, conhecida como botulismo.
O botulismo causa a morte principalmente por insuficiência respiratória devido à paralisia dos músculos respiratórios. O tratamento deve ser feito em unidade de terapia intensiva. Apesar de causar doença grave, a toxina botulínica é usada para fins estéticos e terapêuticos.
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Resumo sobre Clostridium botulinum
- Clostridium botulinum é um bacilo, gram-positivo, produtor de esporos e que se desenvolve em meio sem oxigênio.
- Clostridium botulinum produz a chamada toxina botulínica.
- A toxina botulínica é responsável por provocar botulismo, uma doença grave que pode ser fatal.
- A toxina botulínica pode ser usada no tratamento de problemas como o bruxismo e o estrabismo.
- A toxina botulínica pode ser usada também para reduzir linhas de expressão.
O que é Clostridium botulinum?
Clostridium botulinum é uma bactéria do tipo bacilo, gram-positiva, que se desenvolve em meio sem oxigênio (anaeróbio) e apresenta capacidade de produzir esporos. Os esporos dessa bactéria são bastante resistentes, sendo capazes de tolerar, por horas, temperaturas de 100 ºC e viver por mais de 30 anos em meio líquido.
Clostridium botulinum destaca-se ainda por produzir uma neurotoxina poderosa que provoca paralisia muscular. Uma única grama da toxina é capaz de matar 30 milhões de camundongos, não sendo conhecida a dose letal para o ser humano, apesar de já existirem resultados referentes a outros primatas. É importante destacar que atualmente se reconhece oito grupos distintos de toxinas botulínicas, as quais são designadas pelas letras A, B, C1, C2, D, E, F e G.
Contaminação por Clostridium botulinum e botulismo
O botulismo é uma doença grave causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. A toxina é responsável por provocar quatro tipos reconhecidos de botulismo:
- Botulismo alimentar: o indivíduo adquire a doença ao ingerir a toxina da bactéria presente no alimento. De acordo com o Ministério da Saúde, os alimentos mais comumente envolvidos com o botulismo alimentar são: “conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura — “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos; e, raramente, em alimentos enlatados industrializados”.
- Botulismo por ferimentos: como o nome sugere, é causado pela contaminação de lesões com a bactéria Clostridium botulinum. Algumas das lesões que podem servir como porta de entrada para a bactéria são úlceras crônicas com tecido necrótico, ferimentos em áreas profundas mal vascularizadas e até mesmo agulhas usadas por usuários de drogas.
- Botulismo intestinal: o indivíduo ingere os esporos presentes nos alimentos contaminados e, no intestino, o agente se fixa, se multiplica e produz a toxina, a qual será absorvida nesse local.
- Botulismo infantil: na realidade esse tipo é uma forma de ocorrência intestinal e caracteriza-se por acometer com maior frequência crianças com idade entre 3 e 26 semanas. Nesses casos, a principal causa do desenvolvimento da doença é o consumo de mel de abelha logo no início de seu desenvolvimento.
→ Riscos e tratamento do botulismo
O botulismo pode levar o indivíduo à morte. Isso acontece devido ao fato de que a toxina botulínica provoca paralisia flácida, a qual pode desencadear paralisia dos músculos respiratórios e, consequentemente, a morte. A fim de se minimizar o risco de morte, o tratamento do botulismo deve ser realizado em terapia intensiva.
O tratamento da doença é baseado em medidas gerais de suporte, uso de soro antibotulínico e administração de antibióticos específicos. Vale destacar que o soro é fornecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde.
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Toxina botulínica para fins estéticos e medicinais
A toxina botulínica, apesar de ser uma neurotoxina poderosa, é utilizada em pequenas quantidades para fins estéticos. Devido a sua capacidade de provocar a paralisia, a toxina é usada em músculos específicos para paralisá-lo e deixar o tecido relaxado. Desse modo, a toxina é usada para reduzir linhas de expressão, rugas profundas e garantir o reposicionamento das sobrancelhas.
Vale destacar que a toxina botulínica não é usada apenas para fins estéticos. Uma utilização importante dela é na redução de transpiração excessiva, sendo aplicadas injeções da toxina diretamente no local afetado, tais como as palmas das mãos e axilas. Nesse caso, a toxina promove a paralisação das glândulas sudoríparas e, consequentemente, reduz a transpiração exagerada. Outras utilizações ocorrem no tratamento do bruxismo, do estrabismo e do blefarospasmo.