Incêndios florestais

Os incêndios florestais são causados por variáveis naturais e antrópicas. Esses eventos são responsáveis por grande destruição da vegetação nativa e da biodiversidade local.
Os incêndios florestais possuem alto poder de destruição.

 Os incêndios florestais são os incêndios em larga escala que atingem áreas florestais. Esses eventos são causados por variáveis naturais e antrópicas, e são potencializados por elementos do clima e da vegetação. Normalmente, têm como pano de fundo a ação humana, como nos casos de queimadas ilegais. Em razão da dimensão e da altura, os incêndios florestais são classificados em três grandes tipos: incêndios subterrâneos, incêndios superficiais e incêndios de copa.

Em razão das mudanças climáticas, os incêndios florestais têm aumentado ao redor do mundo. No Brasil, essas ocorrências estão comumente associadas a atividades econômicas como a agropecuária. Os incêndios florestais causam consequências danosas ao meio ambiente e à sociedade humana. Esses eventos podem ser minimizados com base em ações de evitação e controle de focos de incêndios.

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Resumo sobre incêndios florestais

  • Os incêndios florestais são eventos resultantes da ação de queimadas realizadas em larga escala, atingindo vastas extensões geográficas, em ambientes florestais.

  • Esses eventos são causados por aspectos naturais, mudanças climáticas e principalmente pela ação humana no meio.

  • São três os grandes tipos de incêndios florestais: incêndios subterrâneos, incêndios superficiais e incêndios de copa.

  • Os incêndios ao redor do mundo são favorecidos em regiões geográficas com presença de clima e vegetação bastante secos.

  • A ocorrência de incêndios no território brasileiro está intimamente ligada a atividades humanas e econômicas.

  • Eles causam grandes prejuízos em termos de fauna, flora, biodiversidade e ainda em estruturas domésticas e comerciais.

  • Os incêndios florestais possuem medidas de prevenção bastante simples, como evitar utilizar fogo em atividades primárias.

  • Enquanto os incêndios florestais dizem respeito aos incêndios em larga escala ocorridos em áreas florestais, as queimadas dizem respeito aos pequenos incêndios.

  • As queimadas em larga escala em ambientes florestais podem levar aos incêndios florestais.

Quais são as causas dos incêndios florestais?

Os incêndios florestais são fenômenos causados por variáveis naturais e antrópicas. Esses fenômenos são favorecidos pela presença de tipos climáticos e vegetacionais bastante secos, como pela ocorrência de baixa umidade do ar e pela presença de vegetação com alto índice de combustão. Os incêndios florestais também são causados por outros fenômenos naturais, como os raios, e são potencializados por condicionantes atmosféricos, como o vento.

A vegetação seca favorece a ocorrência de incêndios florestais.

Já em relação a variáveis antrópicas, ressaltam-se as causas oriundas da ação de incendiários, da realização de queimadas e da limpeza de áreas rurais e terrenos agrícolas por meio do fogo. Ademais, nas últimas décadas, verifica-se que os incêndios florestais têm sido potencializados pela ação humana no espaço natural, que resulta no processo de mudança climática global. Nesse contexto, destaca-se que diferentes localidades do planeta vivenciam uma elevação das médias termais, uma diminuição da umidade do ar, uma pressão em relação aos recursos naturais, entre outros condicionantes, que são potencializadores dos incêndios florestais em larga escala.

Quais são os tipos de incêndios florestais?

A caracterização dos incêndios florestais é dada em razão da área, da altura e da localização do fogo. Nesse sentido, há três tipos de incêndios florestais:

  • Incêndios florestais subterrâneos: esse tipo de incêndio é concentrado na porção mais superficial do solo. Ele é muito comum em regiões com vegetação rasteira com grande presença de matéria orgânica. Os incêndios subterrâneos provocam prejuízos principalmente para as características do subsolo e para a fertilidade do solo.

  • Incêndios florestais superficiais: esse tipo de incêndio é localizado na vegetação de porte baixo e médio de uma cobertura vegetal, logo atinge espécies de plantas de até cerca de 2 metros de altura. Esse tipo de incêndio florestal é o mais comum, possui uma propagação muito rápida e pode desencadear outros tipos de incêndio.

  • Incêndios florestais de copa: esse tipo de incêndio é formado na porção mais elevada da vegetação, ou seja, atinge áreas superiores a 2 metros de altura, como as copas das árvores. Esse tipo de incêndio é favorecido especialmente pela ação dos ventos. Os incêndios de copa possuem alto poder de destruição e são bastante difíceis de ser controlados.

Leia também: Quais são os tipos de vegetação do Brasil?

Incêndios florestais no mundo

Os incêndios florestais são bastante comuns ao redor do mundo. Esses eventos são recorrentes em regiões geográficas com presença de clima e vegetação bastante secos. Nesse contexto, destacam-se as áreas de clima mediterrâneo e as localidades com presença de vegetação de maquis, garrigues e coníferas.

Em nível mundial, ressalta-se que são regiões geográficas muito suscetíveis aos incêndios florestais em razão das suas características naturais:

  • costa oeste da porção sul da América do Sul, com destaque para o litoral do Chile;

  • costa oeste do território dos Estados Unidos, especialmente no estado da Califórnia;

  • porção sul da Europa em países como Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Turquia;

  • porção norte da África do Norte, especialmente no litoral de países como a Argélia;

  • a maior parte da Austrália, como nos estados locais de Nova Gales do Sul e Vitória.

Além disso, ressalta-se que nas últimas décadas a ocorrência de incêndios tem aumentado de forma significativa em diversas partes do mundo em razão de mudanças climáticas e naturais no espaço global, como o aumento das médias de temperatura e dos períodos de seca.

Maior incêndio florestal já registrado no mundo

O maior incêndio florestal já registrado no mundo no presente século ocorreu na Austrália em 2009. Esse evento foi iniciado em reservas florestais do estado de Vitória e se alastrou para zonas urbanas locais. O número total de mortos nesse incêndio foi de 193 pessoas. Esse evento foi favorecido, além das características naturais típicas do território australiano, pelas altas temperaturas registradas localmente e pelos longos períodos de seca que atingiram o país.

Incêndios florestais no Brasil

O Brasil registra inúmeros incêndios florestais ao longo dos anos, inclusive de grande porte, especialmente em reservas e parques naturais de cobertura vegetal. A ocorrência de incêndios no Brasil está intimamente ligada a atividades humanas e econômicas. Esses eventos são mais comuns nas estações mais secas do ano no país, especialmente no final do inverno, quando a vegetação mais seca de biomas como o Cerrado favorece a ocorrência de incêndios.

O país registra anualmente um grande volume de incêndios em áreas rurais e urbanas, que são tradicionalmente gerados pela ação humana, como por meio da limpeza de terrenos e da queima de resíduos. Verifica-se ainda um grande volume de incêndios atrelados a atividades primárias. A estratégia de realização de queimadas é muito utilizada para o desmate de vegetação para, posteriormente, formar áreas de pastos e plantações.

Leia também: Fogo no Cerrado — por que incêndios florestais são tão recorrentes nesse bioma?

Quais são as consequências dos incêndios florestais?

As consequências dos incêndios florestais envolvem prejuízos ao espaço natural, fauna, flora e sociedades humanas. São consequências importantes da ocorrência de incêndios em nível mundial:

  • destruição da cobertura vegetal nativa;

  • emissão de poluentes atmosféricos;

  • perda da biodiversidade;

  • ocorrência de vítimas humanas;

  • perda de residências e outras estruturas;

  • incidência de problemas de saúde na população.

Quais são as ações para prevenir incêndios florestais?

Os incêndios florestais possuem medidas de prevenção bastante simples que passam, especialmente, por evitar fazer fogueiras e queimadas, que são importantes condicionantes para o início desses eventos. Nesse sentido, deve-se evitar:

  • limpar terrenos com uso do fogo;

  • jogar cigarros acessos e outros objetos incendiários em terrenos;

  • queimar restos de lixo e outros resíduos;

  • construir fogueiras e outras formas de formação de fogo.

Além dessas, são medidas que permitem diminuir a potencialização de incêndios:

  • construção de aceiros;

  • conservação da vegetação;

  • monitoramento de florestas;

  • construção de estruturas de emergência de sinalização de incêndios;

  • treinamento da população para o combate aos incêndios;

  • promoção de campanhas de conscientização para evitar esses eventos.

Incêndios florestais x queimadas

  • Incêndio florestal: é um termo que remete aos focos de fogo que saem do controle, ou seja, aos incêndios em larga escala que atingem vastas extensões de cobertura vegetal em áreas florestais.

  • Queimada: é um termo usado cotidianamente para indicar a realização de pequenos incêndios, normalmente relacionados ao espaço rural e prática da agricultura (técnica tradicional de limpeza de terrenos), e às áreas urbanas. Para saber mais, clique aqui.

Fontes

AGENCE FRANCE PRESSE. Relembre os incêndios florestais mais mortais do século em todo o mundo. O Globo, 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/relembre-os-incendios-florestais-mais-mortais-do-seculo-em-todo-mundo-22919149.

BBC. Incêndios florestais pelo mundo são os maiores 'em escala e em emissões de CO2' em 18 anos. BBC, 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-54202546.

BORUNDA, A. Os incêndios históricos da Europa têm sido causados pelas mudanças climáticas? National Geographic Brasil, 2018. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2018/08/incendios-historicos-europa-mudancas-climaticas-fogo-grecia-atenas-mortes.

BRAUN, S. Europa em chamas: quatro motivos por quê. DW, 2021. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/europa-em-chamas-quatro-motivos-por-qu%C3%AA/a-58785444.

SCHUMACHER, M. V.; DICK, G. Incêndios florestais. 3º ed. Santa Maria: UFSM - CCR -Departamento de Ciência Florestais, 2018, 153 p. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/832/2020/12/CADERNO-DIDATICO_INCENDIOS-FLORESTAIS.pdf.  

Publicado por Mateus Campos
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