Adjunto adnominal
O adjunto adnominal é um termo acessório da oração, que qualifica ou especifica um nome, geralmente um substantivo. O adjunto adnominal pode ser formado por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes e numerais. Há diferenças específicas entre o adjunto adnominal, o adjunto adverbial, o complemento nominal e os predicativos.
Saiba mais: Sintaxe — o estudo da disposição dos termos constituintes das orações
Resumo sobre adjunto adnominal
- O adjunto adnominal é um termo acessório da oração, ou seja, não é um termo essencial para o entendimento dela.
- Exerce função de adjetivo no enunciado, modificando e qualificando especificamente os substantivos dele.
- Pode ser formado por:
- adjetivos;
- locuções adjetivas;
- numerais;
- pronomes;
- artigos.
- Difere-se do predicativo do sujeito e do predicativo do objeto, que são termos integrantes da oração, ou seja, são essenciais para o seu entendimento completo.
- Difere-se do adjunto adverbial, que modifica e qualifica os adjetivos, os verbos e os advérbios do enunciado.
- Difere-se do complemento nominal, que completa o sentido de:
- substantivos;
- adjetivos;
- advérbios.
Videoaula sobre adjunto adnominal
O que é adjunto adnominal?
O adjunto adnominal é um dos termos acessórios da oração, ou seja, não é essencial para o seu entendimento completo. Sem o adjunto adnominal, é possível entender de forma básica uma oração, por meio dos elementos essenciais nela contidos. Porém, o adjunto adnominal qualifica e especifica substantivos no enunciado em que se encontra. Veja:
“A filha caçula é muito esperta!”
Nessa oração, há dois adjuntos adnominais: “a” (artigo) e “caçula” (adjetivo), ambos modificando e qualificando o substantivo “filha”, que é o núcleo do sujeito, isto é, sua parte mais importante.
Como se identifica o adjunto adnominal?
Apesar de ser um termo acessório, o adjunto adnominal tem a importante função de qualificar nomes, especificamente os substantivos, ou seja, aparece junto (adjunto) aos nomes (adnominal) para atribuir-lhes características. Porém, esses termos podem ser retirados do enunciado sem afetar demais o seu significado, isto é, não são o núcleo da oração. Observe:
“Este dia ensolarado está perfeito para ir à praia!”
Nesse exemplo, a palavra “ensolarado” (adjetivo) poderia ser retirada do enunciado, sem afetar muito o seu entendimento. Ela apenas qualifica que o dia está ensolarado, mas o que é relevante no enunciado é que o “dia” (núcleo do sujeito) está perfeito para ir à praia.
Mesmo a palavra “este”, que é um pronome, não é essencial para o entendimento, visto que o núcleo do sujeito é apenas “dia”. Como a palavra “este” especifica o dia de que se fala, mas não é dotada de sentido completo isoladamente, ela também é um adjunto adnominal.
O adjunto adnominal também aparece no objeto da oração, como ocorre neste caso:
“Nós temos importantes objetivos a cumprir.”
Aqui, o objeto é “importantes objetivos a cumprir”, e o adjetivo “importantes” é um adjunto adnominal modificando o núcleo do objeto: “objetivos”.
Veja também: Quais são as posições do sujeito na oração?
Quais classes gramaticais podem ser adjunto adnominal?
A nomenclatura “adjunto adnominal” é uma classificação sintática e refere-se a termos que exercem principalmente função de adjetivos no enunciado. Muitas classes gramaticais podem exercer essa função dependendo do contexto na análise sintática.
→ Adjetivos e locuções adjetivas
Adjetivos e locuções adjetivas têm, por excelência, a função de modificar substantivos.
“A sábia idosa sempre dava conselhos excelentes.” (adjetivos)
“As bonecas de marfim duraram muito!” (locução adjetiva)
“Os três rapazes alegres chegaram. Eles são meus primos.” (adjetivo)
→ Artigos definidos e indefinidos
Na análise sintática, os artigos também cumprem a função de especificar substantivos.
“Umas amigas chegaram de viagem.” (artigo indefinido)
“O ônibus já passou?” (artigo definido)
“Os três rapazes alegres chegaram. Eles são meus primos.” (artigo definido)
→ Numerais adjetivos
Os numerais também modificam e especificam substantivos, sendo, portanto, chamados de adjetivos.
“A primeira colocada estava bem cansada.”
“Um terço dos respondentes não sabe como economizar.”
“Os três rapazes alegres chegaram. Eles são meus primos.”
→ Pronomes adjetivos
Os pronomes também modificam e especificam substantivos, sendo, portanto chamados de adjetivos.
“Aquelas árvores precisam ser podadas.”
“Temos algum compromisso hoje?”
“Os três rapazes alegres chegaram. Eles são meus primos.”
Qual a diferença entre adjunto adnominal e predicativo?
O adjunto adnominal difere-se dos predicativos (do sujeito e do objeto) por conta da importância de cada um no entendimento do enunciado.
O adjunto adnominal é um termo acessório da oração, então não é essencial no entendimento dela. No entanto, o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto são termos integrantes da oração, ou seja, sem eles, ela perde um significado essencial. Note a diferença:
- Adjunto adnominal: “Esse prédio imenso é antigo.”
- Predicativo: “Esse prédio imenso é antigo.”
Nessa sentença, a diferença entre o adjunto adnominal e o predicativo do sujeito é que o adjunto não é essencial na estrutura da oração, enquanto o predicativo do sujeito, sim.
Qual a diferença entre adjunto adnominal e adjunto adverbial?
O adjunto adnominal modifica substantivos, enquanto o adjunto adverbial modifica principalmente verbos, adjetivos e advérbios. Observe:
- Adjunto adnominal: “Essa atleta corre muito!”
- Adjunto adverbial: “Essa atleta corre muito!”
Note que enquanto “essa” caracteriza “atleta”, que é um substantivo, “muito” apresenta uma circunstância para “corre”, que é um verbo. Para saber mais, acesse: Adjunto adverbial e adjunto adnominal – como diferenciá-los?
Quais as diferenças entre adjunto adnominal e complemento nominal?
A principal diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal é que o adjunto adnominal modifica ou qualifica um substantivo, sendo um termo acessório a ele, enquanto o complemento nominal complementa o sentido de substantivos ou de adjetivos e advérbios, sendo um termo integrante da oração. Note os exemplos e observe como a remoção no segundo caso prejudicaria o sentido:
- Adjunto adnominal: “O vestibulando atrasado se prejudicou.”
- Complemento nominal: “O atraso do vestibulando o prejudicou.”
Além disso, o complemento nominal é ligado com uma preposição ao termo que complementa, o que nem sempre ocorre com o adjunto adnominal (com exceção de casos em que o adjunto adnominal é formado por locução adjetiva). Porém, o complemento nominal não indica posse. Veja:
- Adjunto adnominal: “O caderno da professora já foi completamente usado.”
- Complemento nominal: “A imaginação da criança é ilimitada.”
Lista de frases com adjunto adnominal
- Nós somos os três mosqueteiros!
- A bela da tarde é muito famosa.
- Vocês querem um suco de acerola?
- Os aventureiros corajosos atingiram sua ambiciosa meta.
- Precisamos de estratégias melhores!
Exercícios resolvidos sobre adjunto adnominal
Questão 1
(Funcab) Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
Um peixe
Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d’água?…
Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto — ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.
— E agora? — disse para o peixe. — Quê que eu faço com você?…
Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.
— Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?…
O peixe, quieto num canto, parecia escutar.
Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia — a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda?
— Dane-se — disse, e foi.
Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes nos bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d’água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso.
Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.
Toda manhã — ia pensando, de volta para casa — ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário.
A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento.
— Que peixada bonita você pegou…
— Você viu?
— Uma beleza... Tem até uma trairinha.
— Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.
— Traíra é duro de morrer, hem?
— Duro de morrer?…
Ele parou.
— Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d’água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando.
— E aí?
— Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando?
— Por nada.
— Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei.
Ele foi caminhando para dentro.
— Vou ficar aqui mais um pouco — disse a empregada. — depois vou arrumar os peixes, viu?
— Sei.
Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.
(VILELA, Luiz. 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36–38.)
A alternativa em que o termo destacado tem a função de adjunto adnominal, e não a de predicativo do sujeito é:
A) “(...) ela estava muito mais VIVA (...)”
B) “(...) um peixe SOZINHO num tanque era algo muito solitário. (...)”
C) “(...) a mãe era BOA para dar ideias. (...)”
D) “(...) Mas ele estava SOZINHO. (...)”
E) “(...) Só então notou como estava CANSADO.”
Resolução:
Alternativa B
O termo “sozinho” classifica o substantivo “peixe”, exercendo função sintática de adjunto adnominal.
Questão 2
(Funcab — adaptado)
A expressão grifada em: “Watson estava numa sala ao lado” exerce a função sintática de:
A) adjunto adnominal.
B) objeto direto.
C) predicativo.
D) complemento nominal.
E) adjunto adverbial.
Resolução:
Alternativa E
A expressão “numa sala ao lado” complementa o verbo “estava”, exercendo, portanto, função de advérbio. Assim, assume função de adjunto adverbial.