Miragens no Alasca
A palavra miragem vem do termo francês se mirer, que pode ser traduzido para “ver-se” (no espelho). As miragens são fenômenos ópticos causados por desvios gerados na trajetória de propagação dos raios de luz de um objeto, o que proporciona a criação de imagens desse objeto.
Geralmente, quando retratadas em filmes ou séries, as miragens acontecem em desertos ou lugares muito quentes. Em lugares onde a temperatura é muito elevada, ocorre o fenômeno da miragem inferior, em que há a formação da imagem de um objeto em uma posição inferior à posição real.
A imagem acima retrata a ocorrência de uma miragem inferior, que acontece em lugares quentes. Quanto mais próximo ao solo, maiores serão as temperaturas das camadas de ar e, consequentemente, menor será a densidade do ar.
A diminuição da densidade provoca uma consequente diminuição no índice de refração do ar, assim, a luz proveniente do objeto sofrerá sucessivas refrações, sempre de um índice de refração maior para um menor. Em um dado momento, os ângulos de incidência dos raios de luz entre as camadas de ar tornam-se maiores que os ângulos críticos, o que proporciona a reflexão total da luz. Desse modo, os raios de luz fazem uma curva ascendente, surgindo, então, uma imagem do objeto em uma posição inferior à posição real.
Na imagem acima, pode-se perceber a ocorrência da miragem inferior, pois há uma imagem do veículo gerada em uma posição inferior à posição real.
Miragens no Alasca
As miragens superiores são produzidas em um processo inverso da ocorrência das miragens inferiores. Em lugares muitos frios, como o Alasca, as camadas de ar próximas ao solo apresentam temperaturas mais baixas quando comparadas com as camadas de ar imediatamente superiores.
Desse modo, a luz sofre sucessivas refrações ao deslocar-se para posições cada vez mais superiores, onde as temperaturas são maiores, o que proporciona um menor índice de refração. As imagens geradas por esse raro fenômeno são formadas acima da posição real do objeto e, por isso, provocaram muitas lendas a respeito de possíveis navios fantasmas voadores.
A posição em que o Sol e os demais astros são vistos no céu também não é real. A luz proveniente desses corpos celestes sofre sucessivas refrações ao passar das camadas de atmosfera menos densas para as mais densas, próximas ao chão. Assim, a posição do astro observado sempre é superior à sua posição real. Esse fenômeno óptico é similar ao da miragem superior que ocorre em lugares frios e explica por que, mesmo após se pôr, o Sol ainda pode ser visto.