Incêndios na Europa
Os incêndios na Europa são fenômenos derivados da ocorrência de eventos climáticos extremos no continente. Atualmente, tem-se registrado recordes de temperaturas na região do Mediterrâneo. Ademais, os períodos de estiagem ao longo do verão europeu tornaram-se maiores nos últimos tempos. Desse modo, os incêndios registrados na Europa têm uma clara relação com as condições naturais locais.
As mudanças climáticas, por exemplo, influenciam nesse cenário, uma vez que produzem cada vez mais fenômenos extremos, em especial, atrelados ao registro de altas temperaturas. Os incêndios na Europa produzem inúmeras consequências, como o grande volume de prejuízos materiais e financeiros. A degradação do meio ambiente também é uma consequência negativa desses eventos. O maior incêndio em termos de vítimas registrado na Europa ocorreu na Grécia, em 2018, quando mais de cem pessoas perderam suas vidas.
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Resumo sobre os incêndios na Europa
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O clima quente e seco típico do verão na região mediterrânica europeia favorece a ocorrência de grandes incêndios florestais.
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A intensificação das queimadas está atrelada ao aumento das temperaturas registradas na Europa, principalmente nos últimos anos.
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São exemplos de consequências causadas pelos incêndios na Europa a perda da qualidade do ar, a degradação ambiental e o aumento de problemas respiratórios.
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Os incêndios na Europa também produzem grandes prejuízos financeiros, como no ramo do turismo, importante atividade econômica sul-europeia.
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Os dados do Painel Intergovernamental de Mudança de Clima indicam que as ondas de calor tornaram-se um evento comum na Europa.
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O registro de temperaturas extremas, em conjunto com as características físicas do clima e da vegetação mediterrânica, contribui para a ocorrência de incêndios de grande porte.
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As mudanças climáticas globais são mais um elemento que colabora na intensificação dos incêndios florestais na Europa.
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Em 2018, a Grécia registrou um grande incêndio florestal, considerado o maior do século no continente europeu.
Principais causas dos incêndios da Europa
Os incêndios florestais são fenômenos recorrentes na Europa, em especial, na porção sul do território europeu, região marcada pelo clima e vegetação do tipo mediterrânico. O clima quente e seco dessa região favorece a ocorrência de grandes incêndios florestais, em especial no verão, estação marcada pelas altas temperaturas e pelos fortes ventos. A presença de uma cobertura vegetal muito seca, como os maquis e os garrigues, também é um elemento que favorece o espalhamento das chamas. Esses incêndios muitas vezes possuem causas naturais, como a ocorrência de raios.
Eles promovem a renovação das florestas mediterrâneas e são parte importante da dinâmica biológica desse ecossistema. No mais, são provocados ainda pelas ações humanas, por meio da atuação de incendiários, além da realização de atividades como a construção de fogueiras e a limpeza de terrenos agrícolas.
No entanto, ao longo dos anos, a intensidade e a recorrência dos incêndios florestais na Europa têm chamado a atenção da comunidade científica internacional. O registro de eventos climáticos extremos na Europa mediterrânea indica que, para além das causas naturais citadas, há um forte componente relacionado às mudanças ambientais globais. Nos últimos anos, as temperaturas extremas têm se tornado comuns no continente europeu.
O mês de julho de 2021, por exemplo, é apontado pelos dados oficiais como um dos mais quentes já registrados pelas agências meteorológicas europeias. Esse cenário, com o longo período de estiagem e a presença de vegetações de fácil combustão, contribui diretamente para o desencadeamento dos incêndios florestais. Desse modo, há uma vinculação direta entre o registro de altas temperaturas e a recorrência das queimadas e a sua intensificação ao longo dos últimos anos na Europa.
O que os incêndios na Europa causam?
Os incêndios florestais provocam um conjunto de consequências para o meio natural e para a sociedade. No geral, esses fenômenos estão relacionados à perda da qualidade ambiental local, aos graves danos ao meio ambiente e aos inúmeros prejuízos econômicos. A exacerbação de incêndios florestais na Europa contribui diretamente para o aumento da preocupação da população local com os prejuízos ambientais, financeiros e humanos derivados da ocorrência desses eventos.
Essa preocupação também é motivo de sensibilização mundial, mediante o agravamento de incêndios florestais no mundo todo, em razão de elementos disparadores, como as mudanças climáticas, que contribuem diretamente para a intensificação da ocorrência de queimadas. As principais consequências dos incêndios na Europa envolvem:
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A perda da biodiversidade local, com destaque para as espécies vegetais a animais que habitam a porção mediterrânica do continente;
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A diminuição da cobertura vegetal, com destaque para a destruição de parques e reservas florestais, que auxiliam na preservação do meio ambiente;
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O agravamento dos níveis de poluição atmosférica, desencadeado pelo grande volume de poluentes emitidos pelas queimadas;
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O aumento dos problemas de saúde da população, em especial, relacionados ao sistema respiratório;
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O expressivo número de mortos e feridos, atingidos pelas chamas e fumaças provocadas pelos incêndios;
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O elevado prejuízo material, como a queima de residências, equipamentos de transporte e instalações de uso público;
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O elevado prejuízo financeiro, em especial atrelado ao volume de perdas materiais e aos custos de reconstrução das áreas atingidas;
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A queda da atividade turística, um dos principais setores econômicos dos países do sul da Europa, como Portugal e Grécia.
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As mudanças climáticas e a piora nos incêndios na Europa
Os incêndios florestais são fenômenos naturais comuns na porção sul do continente europeu. No entanto, esses eventos têm sido intensificados pelas mudanças climáticas registradas ao longo dos últimos anos. Nesse contexto, destacam-se o aumento exacerbado das temperaturas e o registro de longos períodos de estiagem.
Conforme os relatórios emitidos pelo Painel Intergovernamental de Mudança de Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), as ondas de calor tornaram-se um evento comum na Europa, em especial no verão, estação que concentra grande parte dos incêndios florestais no continente. A medição de temperaturas acima de 40 ºC tornou-se frequente no verão em vários países europeus, como na Espanha e na Itália.
Portanto, há uma relação direta entre as condições naturais adversas e extremas advindas das mudanças climáticas com a intensificação da ocorrência de queimadas no solo europeu. Assim, a tendência é que haja cada vez mais o registro de eventos extremos ligados às altas temperaturas e, por consequência, o aumento do volume de incêndios florestais.
Esse cenário mantém-se preocupante para os próximos anos, mesmo com a concretização de vários acordos ambientais em nível regional e global, como o Acordo Verde Europeu e o Acordo Climático de Paris. Esses acordos ainda são tímidos e não produzem resultados imediatos na atenuação das mudanças ambientais globais.
Sendo assim, há a necessidade de promoção de maiores discussões sobre a relação entre os frequentes e intensos incêndios florestais na Europa com as mudanças climáticas. Ademais, torna-se necessário o delineamento de metas e estratégias para minimizar o impacto ambiental, econômico e social promovido por esses incêndios.
Nesse contexto, cresce a importância da próxima grande reunião de discussão sobre as questões ambientais globais. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2026 será realizada em Glasgow (Escócia) e é o maior evento destinado às discussões sobre as mudanças climáticas e suas consequências em todo o mundo.
Quais foram os piores incêndios na Europa e suas consequências?
Nas últimas duas décadas, a Europa tem registrado um grande volume de incêndios de grandes proporções. Esses eventos provocaram um grande volume de perdas humanas, materiais e ambientais. O quadro abaixo apresenta os piores incêndios registrados na Europa no último século:
Grécia (2018) |
A região da Ática, na Grécia, foi duramente atingida por grandes incêndios florestais em 2018. O epicentro do incêndio foi a cidade turística de Mati. Estima-se que mais de cem pessoas perderam suas vidas e muitas outras ficaram feridas. O volume de desabrigados também foi considerado muito elevado. O turismo foi o setor econômico mais atingido, em razão da queima de estruturas como hotéis e pousadas, além de diminuição do número de turistas em uma das zonas balneares mais importantes do litoral grego. O incêndio de 2018 na Grécia é considerado o mais mortal do século XXI na Europa. Em nível mundial, ele está em segundo lugar, logo atrás das queimadas registradas na Austrália (Oceania) em 2009. |
Portugal (2017) |
Os povoados localizados na porção central do território português foram atingidos por grandes incêndios florestais em 2017. A vila de Pedrógão Grande foi a mais danificada pelo referido incêndio. Houve inúmeros prejuízos materiais e humanos. Há o registro de 64 pessoas mortas e mais de 250 feridas. Em Portugal, também foram registrados grandes incêndios com números elevados de vítimas nos anos de 2003 e 2005 |
Rússia (2015) |
O ano de 2015 ficou marcado como um dos mais quentes e secos da porção siberiana do território russo. Foram registrados grandes incêndios florestais na região de Jakasia, localizada no sul da Sibéria. Houve um grande volume de perdas materiais, em especial, de moradias. Conforme dados oficiais, 34 pessoas morreram em decorrência desse incêndio. Em 2010, a Rússia já havia sofrido com grandes incêndios florestais em razão da ocorrência de altas temperaturas. |
Grécia (2007) |
A Grécia é um dos países europeus mais atingidos pelos incêndios florestais. Em 2003, um grande incêndio na região de Peloponeso, na porção sul do território grego, e na ilha de Eubea, próximo a Atenas, resultou em 77 vítimas fatais. Houve, ainda, grandes perdas materiais e financeiras para a população e o governo grego. Esse evento foi o segundo pior incêndio registrado neste século na Grécia. |
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