Objeto indireto
O objeto indireto é um termo integrante da oração e exerce a função de complemento de um verbo transitivo. Ele é ligado ao verbo de modo indireto (com preposição). Além da forma tradicional de objeto indireto, existe também o objeto indireto pleonástico (de caráter enfático). Já o objeto direto é unido ao verbo de maneira direta, ou seja, sem a presença de uma preposição.
Leia também: Verbos transitivos diretos — verbos que não são seguidos de preposição
Resumo sobre objeto indireto
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O objeto indireto exerce a função de complemento de um verbo transitivo indireto ou de um verbo transitivo direto e indireto.
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Ele está ligado ao verbo de forma indireta, ou seja, por meio de uma preposição.
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Além do objeto indireto tradicional, existe o objeto indireto pleonástico.
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O objeto direto também exerce a função de complemento de um verbo transitivo; mas está unido a ele de forma direta, isto é, sem uma preposição.
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O complemento nominal completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio.
O que é o objeto indireto?
O objeto indireto é o complemento de um verbo transitivo. Ele é unido a tal verbo de maneira indireta, isto é, com uma preposição. Desse modo, completa o sentido de verbos transitivos indiretos e também de verbos transitivos diretos e indiretos.
Observe este exemplo:
Edilson ainda não perdoou ao seu irmão.
No enunciado, o objeto indireto do verbo “perdoou” é “ao seu irmão”. Note que, para ligar o verbo ao seu complemento, é necessária a presença da preposição “a” (a + o = ao). Portanto, no exemplo, “perdoar” é um verbo transitivo indireto, pois exige um objeto indireto como complemento.
Como se identifica um objeto indireto?
O primeiro passo para se identificar o objeto indireto de uma oração é localizando o verbo.
Exemplo 1:
Paguei o aluguel ao dono do imóvel.
Agora, devemos colocar QUEM ou QUÊ depois do verbo, mas fazendo uma pergunta:
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Pergunta: Paguei a QUEM?
Se na resposta estiver presente a preposição, é porque o objeto é indireto:
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Resposta: Ao dono do imóvel.
Vamos analisar outra frase.
Exemplo 2:
O juiz desobedeceu à lei.
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Pergunta: Desobedeceu a QUÊ?
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Resposta: À lei.
Lembre-se de que a preposição “a” + o artigo feminino “a” = “à”.
Veja também estes enunciados:
Neiva esquecia-se de tudo no dia seguinte.
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Pergunta: Esquecia-se de QUÊ?
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Resposta: De tudo.
Meu amigo concordou com ela.
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Pergunta: Concordou com QUEM?
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Resposta: Com ela.
Veja também: Como identificar o predicado verbal?
Quais são os tipos de objeto indireto?
Além do objeto indireto tradicional, que vimos acima, há também o objeto indireto pleonástico, o qual consiste na repetição enfática do objeto indireto em uma mesma oração:
Ao chefe não lhe entreguei o relatório.
Observe que há dois objetos indiretos com o mesmo sentido: “ao chefe” e “lhe” (a ele, ou seja, ao chefe). Assim, “ao chefe” é um objeto indireto pleonástico, pois é usado para destacar o significado do objeto indireto “lhe”.
Objeto indireto x objeto direto
O objeto indireto e o objeto direto atuam como complemento do verbo transitivo. O indireto, como já dissemos, apresenta uma preposição:
Finalmente, assisti ao show da Madonna!
Já o objeto direto é unido ao verbo de forma direta, ou seja, sem o uso de preposição:
Analisei cada questão detalhadamente.
Viu a luz no fim do túnel.
Entendemos a sua atitude.
→ Videoaula sobre objeto direto e objeto indireto
Objeto indireto x complemento nominal
O objeto indireto exerce a função de complemento do verbo:
Sempre se lembraria daquele olhar.
Já o complemento nominal é o complemento de um substantivo, adjetivo ou advérbio:
Mantive a lembrança do último beijo.
Nívea ficou indiferente a tudo.
Votou contrariamente à proposta de inclusão.
Saiba mais: O que é um verbo intransitivo?
Exercícios resolvidos sobre objeto indireto
Questão 1 (UFJF)
Releia o trecho|1|:
“Ela passava a mão em mim, me convidava para sair e queria ir para minha casa. Um dia até mordeu as minhas costas”, conta Barroso, que, no ano passado, enfrentou, durante dois meses, as cantadas de sua chefe na empresa de telefonia celular na qual trabalhava, em Brasília. “As pessoas riam de mim o tempo todo”, lembra. Ao se sentir rejeitada, a mulher, por volta dos 50 anos, passou a persegui-lo. Chegou a criar situações para que ele fosse demitido, como lhe atribuir faltas, mesmo diante de um atestado médico.
Sobre a construção “como lhe atribuir faltas”, pode-se afirmar que:
A) está correta, pois o pronome lhe se refere a Barroso, e o verbo atribuir foi empregado como transitivo indireto.
B) está incorreta, pois o pronome lhe se refere a sua chefe, e o verbo atribuir foi empregado como bitransitivo.
C) está correta, pois o pronome lhe se refere a Barroso, e o verbo atribuir foi empregado como bitransitivo.
D) está incorreta, pois o pronome lhe se refere a Barroso, e o verbo atribuir foi empregado como intransitivo.
E) está correta, pois o pronome lhe se refere a sua chefe, e o verbo atribuir foi empregado como transitivo direto.
Resolução:
Alternativa C
O verbo “atribuir”, nesse caso, é bitransitivo (transitivo direto e indireto), sendo que o “lhe” é objeto indireto e se refere a Barroso, já “faltas” é objeto direto.
Questão 2
Analise as orações abaixo e assinale a alternativa que apresenta um objeto indireto.
A) O assassino sufocou sua vítima e foi preso em seguida.
B) Mirtes jamais te pediria isso se não fosse necessário.
C) Todas aquelas tristes crianças vendiam bala no sinal.
D) Gladston, esquente o arroz que está no fogão.
E) Adenilde o amava com assustadora paixão.
Resolução:
Alternativa B
Nas frases, temos estes objetos diretos: “sua vítima”, “bala”, “o arroz” e “o”. Assim, o único objeto indireto pode ser apontado na oração “Mirtes jamais te pediria isso se não fosse necessário”, em que o pronome “te” é objeto indireto do verbo “pediria”.
Nota
|1|Trecho extraído do texto O assédio sexual feminino. Disponível em: https://istoe.com.br/103744_O+ASSEDIO+SEXUAL+FEMININO/. Acesso em: 31 jul. 2018.
Fontes
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 49. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 15. ed. São Paulo: Scipione, 1999.
SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática: teoria e prática. 26. ed. São Paulo: Atual Editora, 2001.
SANTOS, Márcia Angélica dos. Aprenda análise sintática. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.