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História em quadrinhos

As histórias em quadrinhos (HQs) são amplamente conhecidas, principalmente pelos clássicos de heróis e vilões. No entanto, o gênero não se restringe a essa possibilidade, e, na realidade, é utilizado como recurso narrativo para diversas histórias, que podem ser ficcionais ou representativas de fatos históricos. Caracterizam-se pela predominância da linguagem visual como recurso comunicativo, no qual as cenas individuais são postas em sequência para construir-se um movimento narrativo.

Nascidas e expandidas pelo surgimento da imprensa e do jornal, as histórias em quadrinhos conquistaram sua autonomia e ampliaram seu alcance, adentrando, inclusive, o cinema. As diversidades estéticas e temáticas solidificaram a força do gênero. Popularmente, os quadrinhos mais conhecidos são norte-americanos e ficcionais, entretanto, há obras representando fatos históricos ou propondo releituras de textos anteriores, entre outras possibilidades.

Leia também: Fábula – gênero textual que utiliza seres inanimados como personagens

Nas HQs o tipo, a cor e o tamanho do papel também podem influenciar na história.
Nas HQs o tipo, a cor e o tamanho do papel também podem influenciar na história.

O que é história em quadrinhos?

História em quadrinhos (HQ) é um texto de linguagem mista, no qual predomina o uso da linguagem visual como recurso narrativo. Além disso, esse gênero define-se por sua estrutura em pequenos quadros — que, por vezes, são de mesmo tamanho e ordem, e, em outros casos, de diferentes tamanhos ou abertos —, nos quais as imagens e possíveis falas expressam-se em uma relação de tempo-espaço no texto.

Comumente é conhecida ou como gênero lúdico, voltado principalmente ao público infantil, ou como as famosas histórias de super-heróis, que, pelo grande sucesso que tiveram e ainda têm no grande público, confundem-se com o gênero. Entretanto, existem diversos temas, estéticas, linguagens e universos trabalhados por histórias de quadrinhos e que nem sempre são reconhecidos, como as adaptações de textos literários, os quadrinhos de cunho mais filosófico etc.

Existem diversos tipos de quadrinhos, com estéticas e histórias próprias, como os de terror, romance, ficção científica, os que fazem releituras de outros textos, os de gênero crime/policial, infantil, juvenil, os filosóficos, históricos etc. Qualquer escritor pode utilizar-se do quadrinho como recurso de expressão, basta encontrar a estética e os personagens mais adequados para os efeitos que se deseja criar.

Os quadrinhos, por sua predominância textual na imagem, retratam os movimentos e o passar do tempo por meio da sequencialidade de imagens que representam momentos estáticos, mas que, vistos em relação aos outros quadrinhos, contam uma história. Existem muitas HQs que só utilizam a linguagem visual e exploram as aproximações e os distanciamentos, as perspectivas, os exageros, as cores e outros elementos, para representar ou expressar comportamentos, que são compreendidos pelo leitor.

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Qual a origem da história em quadrinhos?

Alguns estudiosos atribuem o surgimento das histórias em quadrinhos às práticas de pinturas rupestres, nas quais o uso da imagem era primordial não só para representar pensamentos mas também para contar histórias. Entretanto, existem enormes diferenças entre as pinturas rupestres e as HQs, tanto em seu contexto cultural e material quanto na estrutura e organização da história.

Os quadrinhos como os conhecemos hoje nasceram com o uso e expansão da imprensa, pois, pelos jornais, as primeiras tirinhas foram publicadas e consumidas pelos leitores. Esse fato garantiu ao gênero uma inserção no consumo cultural, mas, por outro lado, limitava suas publicações, pois os autores dependiam do jornal.

Por volta da década de 1930, as tirinhas já publicadas em jornais passaram a ser republicadas em revistas independentes. Como o jornal geralmente era descartado após a leitura, essas revistas cumpriam a função de manter as tirinhas à disposição do público.

Foi em 1939 que a primeira revista de história em quadrinhos foi publicada, nos Estados Unidos, apresentando o herói Superman. Esse personagem ainda não possuía a forma e as características de hoje, entretanto já era visto como um símbolo do bem, além de símbolo dos valores norte-americanos, pois representava um homem “super” em duas faces: tanto o personagem Clark Kent quanto o Superman eram bem-vistos socialmente.

Com o sucesso das primeiras revistas em quadrinhos, o mercado para esse gênero cresce e novas histórias são criadas e publicadas, novos estilos consolidam-se, além de temas e representações políticos que passaram a ser debatidos nelas. O sucesso dessas revistas alcançou também o mercado cinematográfico, e diversas histórias passaram a ter a sua versão em filme.

Veja também: Crônica narrativa – gênero que conta histórias cotidianas por meio do olhar criativo do cronista

História em quadrinhos no mundo

No cenário mundial, pode-se apontar diversos quadrinhos que receberam destaque e visibilidade, os mais conhecidos pelo grande público são os norte-americanos. Entretanto, também possuem prestígio internacional produções:

  • brasileiras, como O menino maluquinho (1980);

  • italianas, como Tex ou Tex Willer (1948);

  • belgas, como As aventuras de Tintim (1929).

Já nas produções norte-americanas, além das mais conhecidas e que apresentam os heróis consagrados do cinema, como Batman e Superman, existem também outras HQs que obtiveram sucesso mundial:

  • X-man

  • Watchmen

  • Sandman

  • Homem-Aranha

  • V de Vingança

História em quadrinhos no Brasil

No Brasil, as produções mais conhecidas são a Turma da Mônica, do cartunista Maurício de Sousa, e O menino maluquinho, de Ziraldo. Essas são produções de quadrinhos voltadas principalmente ao público infantil.

Na produção de Ziraldo, a estrutura está mais focada nas tirinhas que abordam breves histórias do menino sapeca. Na produção de Maurício de Sousa, há uma coleção de gibis com histórias mais longas, além de possuírem subtítulos para cada personagem, ou seja, além do gibi tradicional, focado na Mônica, há também edições que contam a realidade de outras personagens.

Mais atualmente, pode-se referir ainda à HQ Daytripper, criada pelos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, e que chegou a receber o Prêmio Eisner, em 2011. Essa premiação é considerada, dentro do universo dos quadrinhos, como um Óscar, desse modo, evidenciando-se a relevância e a qualidade das HQs brasileiras contemporâneas.

Tipos de história em quadrinhos

Como mencionado, as histórias em quadrinhos podem adaptar-se aos mais diversos gêneros narrativos. Desse modo, pode-se encontrar diversos tipos delas, cada um com estrutura, estética e intenções específicas.

Além do gênero infantil e dos famosos super-heróis, existem HQs que fazem releituras de textos já existentes em outros formatos, como obras de Machado de Assis que foram adaptadas. Além disso, existem histórias únicas, publicadas em um único livro ou revista, ou histórias contínuas, que vão sendo publicadas e atualizadas em novas edições.

É possível também encontrar quadrinhos de terror, crime e suspense, os quais, muitas vezes, apresentam vilões e heróis, mas nem sempre com poderes. Fatos históricos também podem ser recontados por meio dos quadrinhos, além dos próprios invadirem outros textos, como o cinema, que já apresenta obras adaptadas à estética das HQs, incluindo-se nelas balões, onomatopeias e outros elementos.

Características da história em quadrinhos

De modo geral, os quadrinhos possuem uma estrutura de predominância visual e narrativa, na qual as imagens cumprem o papel de narrar os fatos em determinada relação de tempo-espaço. As imagens também costumam vir separadas por margens, que explicitam a divisão dos quadrinhos, facilitando a identificação de cada cena.

No uso da língua escrita, é comum que os quadrinhos apresentem curtas introduções acima ou abaixo deles e que as falas das personagens sejam inseridas em balões, também é recorrente o uso de onomatopeias para expressar os sons.

Publicado por Talliandre Matos

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