Napalm

Napalm é um líquido gelatinoso altamente inflamável cuja composição original é de sais de alumínio obtidos a partir da reação com os ácidos naftênico e palmítico, além de gasolina. Foi criado durante a Segunda Guerra Mundial pelo professor de Harvard Louis Fiesier. É basicamente utilizado para fins bélicos e foi amplamente utilizado em conflitos armados do século XX, com destaque para Guerra do Vietnã.

O napalm pode causar diversos efeitos adversos, dentre eles queimaduras severas, já que suas chamas chegam aos 800 °C. Ao longo dos anos, sua formulação já recebeu diversas adaptações, sendo a mais famosa o “napalm B”, que consiste em uma mistura de poliestireno, benzeno e gasolina. Apesar de ter sido proibido de ser utilizado em alvos civis e vegetações pela ONU, ainda são comuns denúncias de países que utilizam variações de napalm em conflitos.

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Resumo sobre o napalm

• O napalm é um líquido gelatinoso e altamente inflamável que é composto por uma mistura de sais de alumínio formados a partir dos ácidos naftênico e palmítico, além de gasolina.
• Foi criado pelo professor Louis Fieser durante a Segunda Guerra Mundial.
• É utilizado para fins bélicos, principalmente em lança-chamas e bombas incendiárias.
• Já foi empregado em diversos conflitos ao longo do século XX, em especial a Guerra do Vietnã.
• O napalm pode causar queimaduras severas e suas chamas atingem temperaturas na ordem dos 800 °C.
• Seu uso foi proibido contra alvos civis e vegetações pela ONU, embora variações mais modernas ainda sejam utilizadas.
• Atualmente, outras formulações de napalm já foram criadas, como uma que utiliza poliestireno, gasolina e benzeno.

O que é napalm?

O napalm é um líquido gelatinoso, altamente inflamável, de utilização bélica e composto por uma mistura de substâncias químicas. O seu nome é derivado dos seus dois primeiros agentes espessantes: o ácido naftênico e o ácido palmítico, utilizados, em conjunto com sais ou hidróxidos de alumínio, para formar sais de alumínio. Essa mistura é então adicionada à gasolina, formando um gel.

O napalm é uma invenção norte-americana, creditada ao professor Louis Fieser, da Universidade de Harvard, durante a Segunda Guerra Mundial e, desde então, sua composição e fabricação vêm sofrendo refinamentos. Atualmente, o exército americano vem preferindo outra formulação de napalm, conhecida como “napalm B”, desenvolvida pela companhia química Dow, que consiste em uma mistura de 50% de poliestireno com 25% de gasolina e 25% de benzeno, sob a justificativa de que tal formulação apresenta maior “adesão” ao produto.

Para que serve o napalm?

Desenvolvido no contexto da Segunda Guerra Mundial, o napalm foi desenvolvido para ser utilizado como combustível em armas incendiárias, como em lança-chamas e bombas lançadas por aeronaves, em minas terrestres ou, até mesmo, nos famosos “coquetéis Molotov”. Seu grande poder incendiário fez dele uma arma muito presente em diversos conflitos do século XX, como a Segunda Guerra, a Guerra das Coreias e a Guerra do Vietnã.

Existem, entretanto, linhas de pesquisa que buscam uma alternativa para o napalm, aproveitando-o como um combustível não direcionado para fins bélicos. Essa é uma demanda que surge pela grande quantidade de napalm alojada em bases militares, onde acabam sendo considerados resíduos perigosos.

Contudo, seu uso energético acaba possuindo barreiras, como a solubilidade e compatibilidade em uma matriz de combustível, métodos que garantam sua completa combustão, alta concentração de benzeno, baixo ponto de ignição (por conta presença da gasolina), além dos riscos associados ao transporte e manuseio.

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Como é feito o napalm?

A primeira formulação de napalm consistia na formação do chamado “sabão de alumínio”, em referência à mistura de sais de alumínio obtidos da reação com os ácidos palmítico e naftênico, na presença de hidróxido de sódio:

4 NaOH + 2 RCOONa + Al₂(SO₄)₃ → 3 Na₂SO₄ + 2 (RCOO)(OH)₂Al

2 NaOH + 4 RCOONa + Al₂(SO4)₃ → 3 Na₂SO₄ + 2 (RCOO)₂(OH)Al

O produto obtido, que lembra um sabão em pó de baixa qualidade, é misturado à gasolina, para formação de um gel, que será o napalm. A temperatura tem forte relação com o tempo para gelificação, pois uma temperatura abaixo dos 10 °C pode fazer com que a gelificação demore muito, enquanto acima dos 35 °C pode ser muito rápido para permitir a formação de uma mistura homogênea.

Composição do napalm

O napalm criado inicialmente é uma mistura de sais de alumínio, obtidos com os ácidos palmítico e naftênico. Contudo, na sua composição, espera-se a presença de ácidos graxos, impurezas inorgânicas, tais como sulfato de sódio, e umidade. Já o “napalm B”, uma formulação alternativa para o napalm, consiste em uma mistura de 50% de poliestireno, 25% de gasolina e 25% de benzeno.

Como agente de ignição do napalm, é comumente utilizado fósforo branco, uma forma alotrópica elementar do fósforo que não ocorre na natureza, cuja exposição ao ar atmosférico faz com que ele entre em ignição espontaneamente.

O uso do napalm é proibido?

Segundo o Protocolo III da “Convenção sobre proibições e restrições ao uso de certas armas convencionais que podem ser consideradas excessivamente prejudiciais ou que provoquem efeitos indiscriminados” da Organização das Nações Unidas, cuja última alteração data de 21 de dezembro de 2001, as armas incendiárias não devem ser utilizadas, em nenhuma circunstância, sobre alvos civis, florestas, plantações ou outras coberturas vegetais, além de instalações militares que possam conter civis.

Entretanto, apesar do uso do napalm tradicional ter cessado, variações “modernas” foram desenvolvidas, permitindo que países possam afirmar que não fizeram uso do napalm. Instruções para fabricação caseira de napalm também podem ser encontradas na internet, permitindo que ele seja utilizado para usos de rotina, como destruição de colônias de insetos ou tocos de árvores e, até mesmo, utilização nefasta.

Qual o poder de destruição do napalm?

Ao queimar, o napalm pode fazer a temperatura atingir valores próximos dos 800 °C. As queimaduras intensas são marcantes, sendo de segundo ou terceiro grau. As roupas podem ser totalmente destruídas pela ação das chamas. Os severos danos à pele podem levar à falência sistemática de múltiplos órgãos, ocasionando morte.

Sua consistência de gel resulta em um produto de fácil adesão às superfícies, aumentando a letalidade e a capacidade de destruição. A alta viscosidade permite que o líquido em ignição possa ser mantido em um fluxo direcionável quando disperso sob alta pressão, o que permite a sua utilização em armas de lança-chamas.

Ao entrar em ignição, o napalm rapidamente consome o oxigênio presente ao redor, podendo causar asfixia. O monóxido de carbono, altamente tóxico, é um subproduto comum da queima do napalm.

Uso do napalm na Guerra do Vietnã

Entre os conflitos em que o napalm foi utilizado, a Guerra do Vietnã é, sem dúvida alguma, um dos exemplos mais lembrados. A primeira utilização de napalm americano foi reportada em 27 de fevereiro de 1962, quando dois pilotos do Vietnã do Sul, treinados por americanos, atacaram o palácio presidencial do aliado norte-americano Ngo Dihn Diem, em Saigon, em uma tentativa de golpe.

Inicialmente as autoridades americanas tentaram esconder ou negar o fato, mas logo em seguida não foi mais possível esconder a utilização. O aumento do engajamento dos Estados Unidos no conflito fez com que o uso ficasse mais frequente. A primeira utilização da arma incendiária pelo exército estadunidense ocorreu em 9 de fevereiro de 1963, contra um vilarejo no então Vietnã do Sul.

Com a evolução do conflito, o uso de napalm ficou mais comum. Em março de 1965, o então presidente americano, Lyndon Johnson, expandiu a utilização de napalm para incluir alvos do Vietnã do Norte. No ano seguinte, a arma incendiária já era parte integral dos esforços dos EUA no Vietnã. Para se ter uma noção, 2181 toneladas de napalm foram usadas em 1963, 1777 toneladas em 1964, saltando-se para 17659 toneladas em 1965 e 54670 toneladas em 1966.

Nos primeiros seis meses de 1967, quando as taxas de utilização chegaram a cerca de incríveis 25 mil toneladas por mês, os gastos mensais com napalm chegaram a quase 3 milhões de dólares. O uso de napalm no Vietnã facilmente superou, e em muito, a somatória da utilização dessa arma na Segunda Guerra Mundial e na Guerra das Coreias. Em abril de 1972, os Estados Unidos utilizaram a maior quantidade de napalm vista na história da humanidade para conter um ataque massivo das forças norte-vietnamitas.

→ “Garota napalm”

Sem dúvida alguma, o episódio mais marcante da utilização de napalm pelas forças armadas norte-americanas ocorreu em 8 de junho de 1972, no vilarejo de Trang Bang, no Vietnã do Sul, a cerca de 48 quilômetros de Saigon. Havia ali um conflito que já perdurava três dias entre os Viet Congs e o exército do Vietnã do Norte, que haviam ocupado a cidade, e o exército do Vietnã do Sul.

Pela tarde, a região sofreu bombardeios de bombas de fósforo branco contendo napalm, fazendo com que civis corressem desesperadamente pelas suas vidas. Uma dessas pessoas era Phan Thi Kim Phúc, uma garota de 9 anos, que foi fotografada correndo já sem suas roupas, que haviam sido totalmente queimadas, pelo fotógrafo Huyhn Cong “Nick” Ut, da Associated Press (AP).

Phúc teve queimaduras de terceiro grau ou superior em cerca de 30% a 35% de sua pele, atingindo predominantemente suas costas. A vietnamita ficou conhecida como “Garota Napalm” e realizou seu último tratamento de pele em 2022, 50 anos após o incidente. A fotografia rodou o planeta, trazendo grande atenção para o conflito, fazendo com que Nick Ut recebesse o Prêmio Pullitzer daquele ano.

Como é sabido, em 1973 os Estados Unidos retiraram suas tropas do Vietnã e, em 30 de abril de 1975, as forças norte-vietnamitas conseguiram unificar todo o país com a rendição das tropas sul-vietnamitas após a tomada da cidade de Saigon.

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Curiosidades sobre o napalm

• O nome “napalm” é uma combinação de dois reagentes empregados na sua fabricação: o ácido naftênico e o ácido palmítico.
• O napalm foi criado pelo cientista americano Louis Fieser, da Universidade de Harvard, durante a Segunda Guerra Mundial.
• O napalm vem constantemente sendo aperfeiçoado e modificado, algo que também é feito para que países digam que não o utilizam.
• O napalm foi usado em diversos conflitos ao longo do século XX, porém com grande destaque para a Guerra do Vietnã, onde as quantidades empregadas atingiram níveis históricos.

Créditos da imagem

^[1] Cuba Puchajda/ Shutterstock

Fontes

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