Pitágoras
Pitágoras nasceu na ilha grega de Samos em 570 a.C. e faleceu por volta de 496 a.C. O pensador grego, além de filósofo e exímio matemático e astrônomo, deixou significativas contribuições para a Música ao descobrir relações matemáticas entre os sons emitidos por cordas tensionadas que deram origem a uma nova escala tonal grega. Foi na Magna Grécia, região onde hoje está o território italiano, que o pensador antigo fundou a sua escola e passou boa parte de sua vida.
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Biografia
A distância histórica que separa Pitágoras da atualidade, junto à ação do tempo que destruiu registros históricos, faz com que não se saiba tantos detalhes de sua vida. No entanto, dentro os pré-socráticos, ele foi um dos nomes mais comentados nas obras de Aristóteles, Diógenes Laércio, Xenófanes e Heródoto, o que dá um pouco mais de riqueza ao nosso conhecimento sobre o pensador.
Pitágoras nasceu em Samos, por volta de 570 a.C. Em sua trajetória intelectual, é provável que, em viagens, Pitágoras conheceu Anaximandro de Mileto, o discípulo de Tales de Mileto (o primeiro filósofo), e como os pioneiros, investiu o seu tempo na tentativa de descobrir a possível origem racional de todo o Universo. Os estudos de Tales de Geometria, Astronomia e Música fizeram-no fundir os seus conhecimentos em uma doutrina filosófica pregada por uma seita, a seita pitagórica.
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Na Matemática, o pensador antigo descobriu que havia uma relação específica entre os lados de um triângulo retângulo: o quadrado da hipotenusa seria igual à soma dos quadrados dos catetos.
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Na Música, Pitágoras estabeleceu cálculos baseados na divisão simétrica de cordas para entender as relações existentes entre tons e semitons. Isso possibilitou a descoberta de novas escalas musicais.
Importância de Pitágoras para a Filosofia
Os filósofos pré-socráticos queriam entender qual era a origem de todo o Universo e de toda a natureza, em contraposição às teorias cosmogônicas apresentadas pelas mitologias antigas. O nome desse exercício de olhar para o Universo e tentar entendê-lo é cosmologia.
Para entender as filosofias pré-socráticas e didaticamente organizá-las, os historiadores dividiram todo o período em escolas filosóficas, de acordo com o que pensavam os seus membros. Uma das escolas filosóficas foi a Escola Itálica, na qual se encaixa Pitágoras.
Para Pitágoras, o Universo é um todo organizado e numericamente compreendido. Os números estão na origem de tudo, desde a configuração espacial das coisas até a sua composição. Os números naturais são toda a origem e logicamente existentes e infinitos.
Segundo Aristóteles, Pitágoras teria criado a palavra filósofo juntando os radicais philos (amigo, amante) e sophia (sabedoria).
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Seita pitagórica
Pitágoras fundou uma seita baseada numa doutrina rígida de estudos para a purificação da alma. Os pitagóricos acreditavam na reencarnação, e estabeleciam que era necessário viver a vida material para atingir a purificação e o aperfeiçoamento da alma. A vida corpórea era um meio de adquirir conhecimento para atingir os estágios maiores de desenvolvimento.
Hipaso de Metaponto
Sabe-se que a seita de Pitágoras era fechada e fundamentada em uma teoria bastante rígida. Diz-se que um de seus seguidores, o matemático Hipaso de Metaponto, teria descoberto a existência dos números irracionais. Acontece que esses números não condiziam com a visão cosmológica dos pitagóricos.
O caso de Hipaso permanece um mistério não resolvido até os nossos dias. O pensador era um dos seguidores da seita pitagórica. Em seus estudos de Matemática, o místico descobriu uma nova relação numérica com base no estudo de Geometria. Tratava-se dos números irracionais. Acontece que a teoria dos números irracionais chocava-se com a teoria cosmológica pitagórica, e o que realmente aconteceu com o filósofo é um mistério.
Algumas especulações falam que Hipaso teria sido expulso da seita e cometido um suicídio como maneira de punir-se. Outras especulações afirmam que houve uma provável execução do pensador por outros membros da seita. Outras dizem que os pitagóricos expulsaram-no e fizeram um funeral simbólico, representando a sua morte na seita. Contudo, não se sabe ao certo qual foi o fim de Hipaso e qual o grau de envolvimento de Pitágoras e dos pitagóricos com o caso.
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Pitágoras e a Música
A Música era, para Pitágoras, um elemento natural. Assim como todos os elementos naturais, a Música seria composta por números e relações numéricas. Pitágoras revolucionou a Música antiga ao desvendar novas possibilidades musicais com base na descoberta de novas escalas tonais possíveis.
O pensador criou um novo instrumento musical, o monocordo. Através da divisão exata de espaços nesse instrumento, ele conseguiu alcançar diferentes notas musicais e, com isso, criou uma escala dividida de maneira completamente diferente da que era utilizada até então.
A criação do monocordo e a descoberta de uma nova escala musical possibilitaram o desenvolvimento, mais de um milênio depois, da chamada escala musical temperada, dividida em tons, semitons e oitavas (que é utilizada até hoje) e da criação de instrumentos de cordas mais complexos, como o piano e o violino.
Pitágoras, Platão, Aristóteles e outros pensadores
A influência do pensamento pitagórico é tão notável que o pensador deixou ecos de sua Filosofia no trabalho de muitos outros antigos, como Aristóteles e Platão, além de matemáticos modernos.
Platão retoma a ideia de alma imortal e reencarnação de Pitágoras. Aristóteles utiliza o pensamento pitagórico em relação ao entendimento natural e ao olhar para a natureza para reafirmar elementos de sua Física. A Matemática e a cosmologia pitagórica, baseadas na codificação numérica do mundo, influenciaram matemáticos, cientistas naturais e filósofos posteriores, como Giordano Bruno, Galileu Galilei, Johanes Kepler, Isaac Newton e Leibniz.