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Países que possuem armas nucleares

Nove países possuem armas nucleares atualmente: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel.
Desfile de arsenal nuclear da Rússia, um dos países que possuem armas nucleares.
Um desfile na Rússia exibe parte do arsenal do país, que é a maior potência nuclear do mundo.[1]

Os países que possuem armas nucleares atualmente são nove: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, que são reconhecidos pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), e Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel, que mantêm arsenais fora do tratado. O Brasil, por sua vez, não possui armas nucleares e é signatário do TNP e do Tratado de Tlatelolco, que estabelece uma zona livre de armamentos nucleares na América Latina e Caribe.

Entre as potências nucleares, a Rússia se destaca como a maior em quantidade de ogivas, seguida pelos Estados Unidos, e juntas elas influenciam significativamente a política de segurança global. Atualmente, existem cerca de 13.000 armas nucleares no mundo, número bem menor do que durante a Guerra Fria, embora a ameaça associada a elas permaneça relevante. Essas armas são dispositivos de destruição em massa que utilizam reações nucleares para liberar imensa energia, causando destruição e impactos de radiação de longo prazo.

Leia também: História da bomba atômica — como surgiu, quem criou, contexto e motivos da invenção

Resumo sobre países que possuem armas nucleares

  • Os países que possuem armas nucleares são Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel.
  • Os cinco primeiros são reconhecidos pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, enquanto os demais detêm arsenais de forma não oficial.
  • O Brasil não possui armas nucleares.
  • A maior potência nuclear do mundo é a Rússia, seguida pelos Estados Unidos.
  • Existem atualmente cerca de 13.000 armas nucleares no mundo, distribuídas entre esses nove países.
  • Houve uma redução significativa do número de armas nucleares desde a Guerra Fria, mas o risco de proliferação e o impacto dessas armas ainda são preocupações internacionais.
  • Armas nucleares são dispositivos de destruição massiva que utilizam reações de fissão ou fusão nuclear.
  • Essas armas liberam uma quantidade extrema de energia, causando impacto devastador imediato, além de sérias consequências de radiação a longo prazo.

Quais são os países que têm armas nucleares?

Atualmente, nove países possuem oficialmente armas nucleares. Entre eles, estão os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU:

  • Estados Unidos;
  • Rússia;
  • China;
  • França;
  • Reino Unido.

Esses países são reconhecidos como potências nucleares pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1968. Além deles, outros quatro países também possuem arsenal nuclear, mas não fazem parte desse tratado. São eles:

  • Índia;
  • Paquistão;
  • Coreia do Norte;
  • Israel.

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Os Estados Unidos foram o primeiro país a desenvolver e usar armas nucleares, com os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki em 1945. A União Soviética, hoje representada pela Rússia, seguiu com seu primeiro teste em 1949, desencadeando a corrida nuclear durante a Guerra Fria.

França, Reino Unido e China também desenvolveram armas nucleares na década de 1960, consolidando-se como potências nucleares. Índia e Paquistão, que mantêm uma relação histórica de tensões e disputas territoriais, desenvolveram arsenais nucleares de forma independente e realizaram testes nucleares na década de 1990.

A Coreia do Norte, apesar de ter assinado o TNP inicialmente, retirou-se em 2003 e declarou seu status nuclear após testes em 2006. Israel, por sua vez, nunca confirmou oficialmente seu arsenal, mas é amplamente aceito que possua armas nucleares, sendo um caso de “ambiguidade nuclear”.

Esses países possuem arsenais de diferentes tamanhos e capacidades, mas compartilham a possibilidade de utilizá-los como forma de dissuasão, tanto em conflitos diretos quanto na manutenção da estabilidade em contextos regionais. A posse de armas nucleares, portanto, confere a esses países uma posição estratégica no cenário geopolítico global, influenciando políticas de segurança e negociações internacionais.

Veja também: Tudo sobre a corrida armamentista na Guerra Fria

O Brasil tem armas nucleares?

O Brasil não possui armas nucleares e é um dos países que firmou compromisso com a não proliferação nuclear ao assinar e ratificar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) em 1998. Além disso, o Brasil é membro do Tratado de Tlatelolco, estabelecido em 1967, que criou uma zona livre de armas nucleares na América Latina e no Caribe. Esse tratado representa um marco importante para a região, uma vez que proíbe a fabricação, aquisição e posse de armas nucleares por parte de qualquer país da América Latina e Caribe.

Historicamente, o Brasil investiu em tecnologia nuclear e tem um programa nuclear ativo, desenvolvido principalmente para fins pacíficos, como a geração de energia elétrica e pesquisa científica. A Marinha do Brasil, por exemplo, desenvolve um programa de submarino nuclear que utiliza tecnologia de propulsão nuclear sem envolvimento de armamento atômico.

Esse projeto visa aumentar a capacidade de defesa marítima e fortalecer a posição estratégica do país na defesa de seus interesses, particularmente nas vastas áreas oceânicas da Amazônia Azul.

Durante o regime militar (1964-1985), o Brasil chegou a iniciar um projeto nuclear secreto, denominado Programa Nuclear Paralelo, que visava dominar o ciclo completo de enriquecimento de urânio. No entanto, com a redemocratização e a assinatura do Acordo Quadripartite entre Brasil, Argentina, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc), o país renunciou oficialmente à possibilidade de desenvolver armas nucleares.

Assim, o Brasil se comprometeu com a política de uso exclusivamente pacífico da energia nuclear, sendo um defensor ativo da desnuclearização em fóruns internacionais.

Qual a maior potência nuclear do mundo?

A maior potência nuclear do mundo em termos de quantidade de ogivas é a Rússia, seguida de perto pelos Estados Unidos. Desde o auge da Guerra Fria, quando ambos os países possuíam milhares de armas nucleares, Rússia e Estados Unidos têm reduzido gradualmente seus arsenais, mas continuam detendo a maior parte das armas nucleares globais. A Rússia é estimada atualmente com cerca de 6.000 ogivas, enquanto os Estados Unidos possuem aproximadamente 5.500.

A supremacia nuclear da Rússia e dos Estados Unidos não se deve apenas à quantidade de armas, mas também à sofisticação e à variedade de seus arsenais. Ambos os países possuem ogivas estratégicas de longo alcance, capazes de atingir qualquer lugar do globo, além de ogivas táticas e veículos de entrega avançados, como mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), mísseis lançados de submarinos (SLBMs) e bombardeiros estratégicos. Os dois países também investem constantemente em modernizações, buscando garantir que seus arsenais estejam atualizados em termos de tecnologia e capacidade de resposta.

O poder militar nuclear que esses dois países detêm faz com que ocupem uma posição de influência significativa na política de segurança global, uma vez que as capacidades nucleares influenciam as decisões em conflitos e alianças internacionais. Em fóruns de negociação e tratados de desarmamento, como o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New START), Rússia e Estados Unidos desempenham papéis cruciais na definição dos rumos da estabilidade nuclear no mundo.

Gráfico com estoque dos Estados Unidos e da Rússia, países que possuem armas nucleares.
Número de armas nucleares dos Estados Unidos e da Rússia entre 1945 e 2014.

Quantas armas nucleares existem?

Atualmente, estima-se que existam cerca de 13.000 armas nucleares em todo o mundo, distribuídas entre os nove países que possuem esses armamentos. Durante a Guerra Fria, esse número chegou a ser muito maior, ultrapassando 60.000 ogivas, mas reduziu-se drasticamente nas décadas seguintes, graças a tratados de controle e desarmamento nuclear, como o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START) e o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), bem como o próprio TNP.

Embora os arsenais de armas nucleares tenham diminuído significativamente, o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias de armamento e a modernização de ogivas existentes mantêm o tema da proliferação nuclear como um dos principais desafios à segurança global.

As armas são divididas entre estratégicas, projetadas para atingir longas distâncias e causar destruição em grande escala, e táticas, que têm menor poder destrutivo e são utilizadas para objetivos específicos em cenários de guerra.

Estima-se que apenas uma fração do total de armas nucleares esteja operacionalmente pronta para uso imediato, enquanto o restante está armazenado. No entanto, a presença de milhares de ogivas prontas para o uso coloca o mundo em um estado constante de alerta e apreensão, especialmente considerando o poder destrutivo dessas armas e os riscos associados a falhas ou acidentes. O equilíbrio nuclear entre as potências continua sendo um elemento crucial na política internacional, moldando tanto as estratégias militares quanto os esforços diplomáticos de desarmamento.

Saiba mais: Tsar Bomb — a arma mais poderosa já feita na história da humanidade

O que são armas nucleares?

Armas nucleares são dispositivos de destruição massiva que liberam uma quantidade extraordinária de energia através de reações nucleares, sejam de fissão (divisão de núcleos atômicos pesados) ou fusão (união de núcleos leves). As armas nucleares são classificadas em dois tipos principais:

  • bombas de fissão, como a usada em Hiroshima (bomba atômica);
  • bombas de fusão, ou bombas de hidrogênio, que utilizam reações de fusão nuclear para liberar energia em escala ainda maior.

As bombas de fusão são consideravelmente mais poderosas e requerem uma reação inicial de fissão para ativar o processo de fusão.

→ Efeitos das armas nucleares

A energia liberada por uma explosão nuclear é imensa e ocorre em forma de calor, radiação e uma onda de choque de alta intensidade. A explosão gera temperaturas de milhões de graus Celsius, causando incêndios e destruição em larga escala em segundos. A radiação nuclear também representa uma ameaça significativa, com efeitos a longo prazo sobre a saúde humana e o meio ambiente, incluindo o aumento de casos de câncer, mutações genéticas e contaminação do solo e da água.

Além dos danos diretos, as armas nucleares têm impactos psicológicos e políticos profundos. O conceito de dissuasão nuclear, desenvolvido durante a Guerra Fria, baseia-se na ideia de que a posse dessas armas impede ataques, uma vez que uma resposta nuclear seria catastrófica para ambas as partes envolvidas.

Foto de Hiroshima destruída pela bomba atômica em texto sobre países que possuem armas nucleares.
Destruição em Hiroshima, após a explosão da bomba atômica, em 1945.[2]

Esse conceito deu origem à doutrina da “destruição mútua assegurada” (MAD), segundo a qual o uso de armas nucleares por uma potência contra outra resultaria em uma resposta que levaria à destruição de ambas.

As armas nucleares são vistas como símbolos de poder e status no cenário internacional, mas também são fonte de controvérsias e preocupações. A proliferação nuclear levanta questões sobre a estabilidade global e os riscos associados a essas armas, levando a um esforço contínuo por parte da comunidade internacional para promover tratados e acordos de desarmamento e controle, buscando prevenir a disseminação de tais tecnologias e reduzir a dependência de armas de destruição em massa. Para saber mais sobre armas nucleares, clique aqui.

Créditos das imagens

[1] Mikhail Starodubov / Shutterstock

[2] CG photographer / Shutterstock

Fontes

DUARTE, Sérgio de Queiroz. Um mundo livre de armas nucleares: aspiração e realidade. Revista de Informação Legislativa: RIL, Brasília, DF, v. 57, n. 225, p. 11-21, jan./mar. 2020. Disponível em: http://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/57/225/ril_v57_n225_p11

LAFER, Celso. As novas dimensões do desarmamento: os regimes de controle das armas de destruição em massa e as perspectivas para a eliminação das armas nucleares. Disponível em: https://www.iea.usp.br/artigos.

SILVA, Antonio Ruy de Almeida. A proliferação das armas nucleares. Revista da Escola de Guerra Naval, Rio de Janeiro, n. 20, p. 20-34, 2021.

Publicado por Tiago Soares Campos

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