Pronome relativo

Pronome relativo é um pronome usado para se referir a um substantivo já mencionado na frase. Desse modo, ele exerce a mesma função sintática desse substantivo retomado. Os pronomes relativos invariáveis são “que”, “quem” e “onde”. Já os variáveis em gênero e número são “o qual”, “cujo” e “quanto”.

Leia também: Como saber qual é a função sintática de um substantivo na oração?

Resumo sobre pronome relativo

• O pronome relativo é usado para retomar um substantivo na frase.

• Os pronomes relativos são: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quanta, quantas, que, quem, onde.

• O pronome relativo exerce a mesma função sintática do termo a que se refere.

• Usados em orações subordinadas adjetivas, os pronomes relativos podem exercer as seguintes funções:

  • sujeito;

  • objeto direto;

  • objeto indireto;

  • complemento nominal;

  • predicativo do sujeito;

  • agente da passiva;

  • adjunto adverbial;

  • adjunto nominal.

Videoaula sobre pronome relativo

O que é pronome relativo?

O pronome relativo é um tipo de pronome que faz a retomada de um substantivo no enunciado. Portanto, ele está sintatica e semanticamente relacionado a esse substantivo.

Por exemplo:

Avistei o Monte Fuji, que fica no Japão.

Nesse enunciado, o pronome relativo “que” retoma o substantivo próprio “Monte Fuji”. Assim, “que” faz referência ao “Monte Fuji”.

Lista de pronomes relativos

Os pronomes relativos são:

• o qual;

• os quais;

• a qual;

• as quais;

• cujo;

• cujos;

• cuja;

• cujas;

• quanto;

• quantos;

• quanta;

• quantas;

• que;

• quem;

• onde.

Veja também: Este, esse ou aquele — quando usar esses pronomes?

Como saber se um pronome é relativo?

Existe um número limitado de pronomes relativos, os quais listamos acima. Alguns deles podem assumir a função de pronome interrogativo, como “quanto” (e suas variações), “quem” e “que”. Portanto, para saber se um pronome é relativo, é preciso identificar o substantivo ao qual ele se refere.

A seguir, dois exemplos com o uso do pronome “quem”:

Quem pegou meu chocolate?

Só pode ser sua filha quem pegou meu chocolate.

No primeiro exemplo, “quem” é pronome interrogativo e não mantém relação com outro termo do enunciado. Já no segundo exemplo, “quem” é pronome relativo, pois faz referência a outro termo do enunciado, ou seja, o substantivo “filha”.

Frases com pronomes relativos

Os livros de que lhe falei chegaram ontem.

O aluno a quem mostrei a pintura não quer ser artista.

A fazenda para onde nos mudamos é imensa.

Os pacientes dos quais cuidamos estão indo embora para casa.

O médico cuja filha morreu desistiu do emprego.

Vi o quadro o qual está exposto no Louvre.

Anastácia, quem nunca fofoca, contou tudo sobre nossa nova colega de trabalho.

Descobri um inseto cuja picada é fatal.

A escola onde estudo é conhecida pela eficiência.

Isso é tudo quanto almejo.

O país que visitei é um exemplo de igualdade social.

Os prêmios que ganhamos são motivo de orgulho.

Há algo especial nas civilizações que valorizam a ciência.

Contou-lhe o segredo, o qual a família queria esconder.

Conheci dois grandes atores, os quais concordaram em participar do meu filme.

É aquela a mulher cujo carro foi roubado.

Agradeço a todos quantos me apoiaram.

Gostava de olhar as árvores cujas folhas caíram no inverno.

Era ela quem ignorava meus conselhos.

Compramos todas as frutas das quais gostamos.

Função sintática do pronome relativo

O pronome relativo é um conectivo, pois é um elemento de ligação entre as orações. Geralmente, inicia oração subordinada adjetiva. E sua função sintática é a mesma do substantivo ao qual se refere:

• Função de sujeito

Ela, que me convenceu, desistiu de participar da passeata.

• Função de objeto direto

É tudo quanto lhe peço.

• Função de objeto indireto

O espetáculo ao qual assisti foi inesquecível.

• Função de complemento nominal

Leio os poetas de quem sou contemporâneo.

• Função de predicativo do sujeito

O ingênuo que fui não existe mais.

• Função de agente da passiva

A amiga por quem fui adorada morreu ontem.

• Função de adjunto adverbial

A casa onde moro foi pintada.

• Função de adjunto adnominal

A autora cuja obra foi ignorada será um dia valorizada.

Saiba mais: Qual a diferença entre pronomes possessivos e pronomes demonstrativos?

Exercícios resolvidos sobre pronomes relativos

Questão 1 (Unimontes)

O medo faz você consumir mais do que o desejo de ser feliz

(Samy Dana)

Você já deve ter ouvido por aí a expressão “família de comercial de margarina”. A designação resume bem o estereótipo que a propaganda cria: uma família perfeita; um cachorro de raça ao lado da mesa, todos felizes com um dia ensolarado e uma casa bonita. Cena que retrata uma felicidade nem sempre condizente com a realidade.

“Vender felicidade” é uma das estratégias da publicidade, mas outros fatores são importantes e decisivos em nosso impulso para consumir. O medo é um dos mais comuns.

[...]

Na indústria farmacêutica, de cosméticos e saúde, essa técnica fica mais evidente. Isso explica, por exemplo, o motivo dos tais sucos Detox terem se transformado em febre nacional, mesmo sem prova científica de efeitos benéficos. Se o comercial de sabonete for feito focando na quantidade de bactérias às quais estamos expostos, é possível que você fique mais propenso a comprar um antibacteriano do que um sabonete comum, ainda que os médicos considerem isso desnecessário e até prejudicial.

Cosméticos e tratamentos estéticos inflam os lucros a cada ano, alimentados pelo medo que as pessoas têm de envelhecer.

Os medos gerados pelos comerciais ficam incutidos em nosso subconsciente. Quando for às compras, alimente o hábito de se questionar com mais frequência. Analise se você realmente precisa daquilo ou se é apenas a persuasão da ansiedade e do medo que está levando ao consumo.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 25 ago. 2015.

Pronomes relativos são altamente produtivos em um texto, propiciando o encadeamento das relações que se estabelecem entre os sintagmas.

Sob o ponto de vista desse encadeamento coesivo, são pronomes e recuperam o termo imediatamente antecedente os que se encontram sublinhados nas alternativas, EXCETO

A) “[...] é possível que você fique mais propenso a comprar um antibacteriano [...]”.

B) “A designação resume bem o estereótipo que a propaganda cria [...]”.

C) “Cena que retrata uma felicidade nem sempre condizente com a realidade.”

D) “Cosméticos e tratamentos [...] alimentados pelo medo que as pessoas têm de envelhecer.”

Resolução:

Alternativa A.

Em “[...] é possível que você fique mais propenso a comprar um antibacteriano [...]”, “que” não retoma ou recupera um termo imediatamente antecedente. Portanto, não é pronome relativo, mas sim uma conjunção.

Questão 2 (Unimontes)

O caminho da sustentabilidade

Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente. Por isso, seja no governo, seja fora dele, muitos tomam iniciativas para mitigar os desastres. Os governantes passam leis com fé ingênua nos seus efeitos. Almas generosas e bem-intencionadas pregam a defesa do meio ambiente. Economistas só pensam em prêmios e punições financeiras. Olhando os resultados, é um no cravo e outro na ferradura. O pobre caboclo, perdido na Floresta Amazônica, está longe da lei que impediria suas aventuras com a motosserra. E, se estivesse ao alcance de pregações, não veria razões para segui-las. O mal-educado que joga lixo na rua sabe que não será punido, pois, se alguém viu, não vai denunciar. Não há altruísmo que convença os prefeitos a não jogar esgotos in natura nos rios, pois o tratamento é caro, não dá votos e os malefícios só prejudicam o município rio abaixo. Não funcionam as leis que carecem de poder para obrigar o seu cumprimento. Quem confia na impunidade não presta atenção. Em muitos casos, a lei proíbe fazer, mas é frágil para obrigar a fazer. Pouco serve para mandar fazer o bem ou ajudar o próximo. Pregar a conservação do meio ambiente, quando pesa no bolso fazê-lo? Ou dá trabalho? Sermões entram por um ouvido e saem pelo outro.

Temos três ferramentas: a lei, os incentivos econômicos e os valores. Individualmente, funcionam em alguns casos e falham em outros. [...]. Se aparece um extrativismo lucrativo e que não prejudica o meio ambiente, criam-se boas razões para deixar guardada a motosserra. É ingênuo querer que as pessoas comprem um carro elétrico, mais caro e menos prático. É esperar demais do fervor ecológico. Mas, se há menos impostos para ligar o carro na tomada e não na bomba de gasolina, aí é diferente. De fato, foi o que aconteceu com o etanol.

[...]

CASTRO, Cláudio de Moura. O caminho da sustentabilidade. Revista Veja, p. 24. 19 de setembro de 2012.

Assinale a única alternativa em que o pronome relativo NÃO se refere ao nome destacado.

A) “Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente”.

B) “O pobre caboclo [...] está longe da lei que impediria suas aventuras com a motosserra.”

C) “Se aparece um extrativismo lucrativo e que não prejudica o meio ambiente...”

D) “Não há altruísmo que convença os prefeitos a não jogar esgotos in natura nos rios...”

Resolução:

Alternativa A.

Em “Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente”, o pronome relativo “que” se refere a “estragos” e não a “cidadão’.

Fontes

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 49. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 15. ed. São Paulo: Scipione, 1999.

SACCONI, Luiz Antonio. Novíssima gramática ilustrada. 24. ed. São Paulo: Nova Geração, 2011.

SANTOS, Márcia Angélica dos. Aprenda análise sintática. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.