Bicho-geográfico
Bicho-geográfico ou larva migrans cutânea é uma doença desencadeada por nematódeos pertencentes ao gênero Ancylostoma. A doença é adquirida quando o ser humano entra em contato direto com o solo contaminado pelas larvas do parasita. A larva, ao penetrar a pele, leva ao desenvolvimento de lesões com coceira. As lesões provocadas pela larva são sinuosas e formam uma espécie de mapa, motivo pelo qual a doença ficou conhecida como bicho-geográfico.
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Resumo sobre bicho-geográfico
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Bicho-geográfico ou larva migrans é uma doença que surge em decorrência do contato da pele com larvas de nematódeos do gênero Ancylostoma.
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A doença provoca lesões tortuosas e que causam coceira.
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As lesões tortuosas surgem pois a larva não é capaz de alcançar camadas mais profundas da pele, movimentando-se no tecido subcutâneo.
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O tratamento pode envolver medicamentos de uso tópico ou oral.
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Para evitar a doença, é importante evitar contato direto com solo o qual sabe-se que é frequentado por cães e gatos.
O que é bicho-geográfico?
O bicho-geográfico, conhecido também como larva migrans cutânea, é uma doença causada por um nematódeo pertencente ao gênero Ancylostoma, sendo os agentes mais frequentes Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum. A doença acontece em várias partes do mundo, ocorrendo, principalmente, nas regiões de climas subtropicais e tropicais.
Esses nematódeos são encontrados vivendo no intestino dos cães e gatos, os quais eliminam os ovos do nematoide pelas fezes. No solo, os ovos darão origem a larvas que, em condições ideais, podem permanecer viáveis por vários dias.
Como contraímos bicho-geográfico?
Os seres humanos se contaminam com o agente causador do bicho-geográfico por meio do contato direto com solo contaminado por fezes de animais infectados. Cães e gatos podem apresentar o nematódeo em seu intestino e, ao liberarem suas fezes, acabam contaminando o solo. Essa contaminação é comum, por exemplo, em solos de praças e parques públicos que são frequentemente visitados por animais domésticos.
Ao entrar em contato com solo contaminado pelas fezes dos animais parasitados, as larvas penetram na pele, desencadeando a doença. As larvas podem penetrar na nossa pele por meio da produção de hialuronidase ou por meio de fissuras, folículos cutâneos ou glândulas sudoríparas.
Após a penetração, as larvas ficam confinadas à epiderme e derme superficial. Em seres humanos, as larvas não completam seu ciclo de vida e morrem após semanas ou meses. Devido a isso, a doença é considerada autolimitada. A Sociedade Brasileira de Dermatologia destaca, no entanto, que a melhora da doença é incerta, embora seja possível, por isso não recomenda-se que o paciente espere que ela aconteça.
As regiões mais atingidas pela doença são as mãos e os pés, uma vez que são as áreas que mais apresentam contato com o solo. A doença pode acometer pessoas de qualquer idade, entretanto ocorre com mais frequência em crianças, pelo fato de elas frequentemente brincarem em locais que podem estar contaminados.
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Sintomas do bicho-geográfico
Após penetrar na epiderme, a larva do nematódeo do gênero Ancylostoma movimenta-se pelo tecido subcutâneo, formando túneis de coloração avermelhada muito pruriginosos (que provocam muita coceira). Esses túneis vão formando desenhos na pele que lembram um mapa, sendo esse o motivo pelo qual a doença é conhecida como bicho-geográfico. Por provocar coceira intensa, podem surgir infecções bacterianas secundárias em consequência do ato de coçar, sendo essas infecções uma importante complicação da doença.
Diagnóstico do bicho-geográfico
As lesões provocadas pelo bicho-geográfico são bastante fáceis de reconhecer, sendo o diagnóstico iminentemente clínico. O médico, durante a consulta, geralmente avalia o padrão das lesões e questiona o paciente a respeito dos locais frequentados por ele e se as lesões apresentam ou não coceira. Com base nessas informações, ele será capaz de identificar a doença, sendo raramente justificado o uso de exames complementares para diagnóstico.
Tratamento do bicho-geográfico
Geralmente, o bicho-geográfico é tratado com administração de anti-helmíntico de uso tópico, ou seja, com o medicamento sendo aplicado diretamente na pele. Em casos de lesões numerosas, recomenda-se a utilização de medicamentos via oral. Em pacientes com infecções secundárias associadas, antibióticos podem ser recomendados. Vale salientar que apenas um profissional habilitado poderá indicar a melhor terapia em cada caso.
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Como evitar o bicho-geográfico?
Como salientado anteriormente, contraímos bicho-geográfico ao termos contato com solo contaminado. Para evitar esse problema, portanto, podemos adotar algumas medidas simples, tais como:
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evitar transitar descalço em locais onde há a presença de cães e gatos;
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vermifugar animais domésticos;
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sempre recolher as fezes do animal de estimação.