Nebulosas
Nebulosas são grandes nuvens encontradas no espaço interestelar formadas, majoritariamente, de poeira cósmica e gases, como hélio e hidrogênio. Algumas nebulosas surgem a partir da explosão de estrelas massivas e que se encontram no ciclo final de suas vidas. Essa explosão, conhecida como supernova, lança a matéria da estrela para todas as direções, dando origem a uma ou mais nebulosas, que podem apresentar diferentes formatos e extensões, podendo medir desde o tamanho do Sol até algumas centenas de anos-luz.
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Como as nebulosas são formadas?
As nebulosas podem ser formadas durante o evento final do ciclo de vida das estrelas — as supernovas, entretanto, uma nebulosa também pode surgir pela mera aglutinação de átomos pela ação da gravidade.
O espaço interestelar não é tão vazio quanto parece, de fato, sua densidade é de cerca de 1 átomo por centímetro cúbico (na Terra, a densidade de átomos é da ordem de 1019 átomos por cm³). Apesar de estarem extremamente “diluídos” no espaço, esses átomos de hidrogênio e hélio eventualmente podem atrair-se pela ação da força gravitacional.
Em certo ponto, um núcleo formado por essas partículas começa a ter temperaturas e pressões suficientes para realizar fusões entre átomos, que, por sua vez, levam à emissão de ondas eletromagnéticas capazes de excitar a massa de gás ao seu redor, que passa a emitir radiação eletromagnética em comprimentos de ondas visíveis.
Quais são os tipos de nebulosas?
Existem diferentes tipos de nebulosas, com diferentes tamanhos e características. Os principais tipos de nebulosas são:
- nebulosas de emissão,
- nebulosas de reflexão,
- nebulosas escuras,
- nebulosas planetárias.
A seguir, vamos conferir um pouco mais sobre as características de cada um desses tipos de nebulosas.
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Nebulosas de emissão
Nebulosas de emissão são grandes massas de gases excitados devido a altas temperaturas. Geralmente, apresentam núcleos quentes que emitem radiação ultravioleta, responsável por excitar as porções mais frias de gás que, quando resfriado, emite luz visível. As nebulosas de emissão são compostas basicamente por hidrogênio, por isso, apresentam uma coloração avermelhada, característica desse gás. São as nebulosas mais visíveis do céu noturno.
Na figura a seguir, vemos um exemplo de nebulosa de emissão, a Nebulosa Omega ou Nebulosa do Cisne, que fica entre 5 e 6 mil anos-luz de distância da Terra e apresenta um diâmetro médio de 15 anos-luz. Em seu interior, há um aglomerado estelar de 35 estrelas.
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Nebulosas escuras
As nebulosas escuras ou opacas são bastante visíveis até mesmo da Terra. Esse tipo de nebulosa produz regiões escuras que apresentam bastante contraste com o brilho das estrelas da Via Láctea.
As nebulosas escuras são chamadas de nuvens moleculares, uma vez que, diferentemente dos outros tipos de nebulosas, em seu interior há grandes quantidades de gases moleculares, tais como as moléculas H2 e He2. Esses gases fazem com que a opacidade dessas nebulosas bloqueie a luz de outras estrelas e nebulosas vizinhas.
Uma das mais famosas nebulosas escuras é a Nebulosa Cabeça de Cavalo, localizada a 1500 anos-luz da Terra e que faz parte da constelação de Órion. Seu nome tem origem em seu formato característico que lembra a silhueta de um equino.
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Nebulosas de reflexão
As nebulosas de reflexão, também conhecidas como nebulosas difusas, não são quentes o suficiente para provocar a ionização do gás que as compõe, por isso, só são visíveis ao refletir a luz incidente sobre elas.
É comum que as nebulosas de reflexão formem-se nas proximidades de nebulosas de emissão. Nessas nebulosas, é comum encontrarmos traços de elementos mais pesados, como o carbono e até mesmo o ferro.
A nebulosa de coloração azulada mostrada na figura é conhecida como Nebulosa Maia ou Plêiades. No interior dessa nebulosa de reflexão, há 35 estrelas espalhadas ao longo de 35 anos-luz.
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Nebulosas planetárias
As nebulosas planetárias são nebulosas de emissão cujo formato confundia alguns dos primeiros astrônomos que utilizavam instrumentos de observação rudimentares. Esse tipo de nebulosa tem origem na ejeção de massa das estrelas gigantes vermelhas de massas intermediárias. Essas estrelas não são massivas o suficiente para produzir supernovas, por isso, no final de suas vidas, passam a fundir o elemento hélio em seu núcleo, dando origem aos átomos de carbono e oxigênio.
O núcleo dessas estrelas passa a ficar cada vez mais comprimido e quente. Isso faz com que ele emita uma grande quantidade de radiação, e a estrela passa a ejetar uma grande parte de sua massa na forma de ventos estelares, dando origem à forma inicial da nebulosa planetária.
A visibilidade das nebulosas planetárias é garantida a partir do momento em que o núcleo da estrela esquenta a ponto de emitir a radiação ultravioleta. Esse tipo de nebulosa tem grande importância para o enriquecimento galático: sua ocorrência produz átomos mais pesados, essenciais para a formação de minerais e outras moléculas.
As nebulosas planetárias, como a Nebulosa do Anel, mostrada na figura anterior, são bastante reduzidas em comparação aos demais tipos de nebulosas, além disso, são bastante simétricas e emitem pouca luz.