IDH do Brasil
O desenvolvimento do Brasil pode ser medido segundo um importante indicador: o IDH. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede e avalia o desenvolvimento de um país segundo os seus aspectos sociais e econômicos, como qualidade de vida, renda e escolarização. Esse indicador permite que os países sejam comparados, sendo, portanto, um parâmetro global de desenvolvimento social.
O IDH do Brasil é atualmente 0,759 e considerado alto. Esse medidor classifica os países pelas seguintes categorias: muito alto desenvolvimento humano; alto desenvolvimento humano; médio desenvolvimento humano; e baixo desenvolvimento humano. Quanto mais próximo de 1, melhor e mais alto é o IDH, ao passo que, quanto mais próximo de 0, pior e mais baixo é esse índice.
Leia também: O que é Índice de Desenvolvimento Humano?
Como é calculado o IDH do Brasil?
O IDH brasileiro é medido todos os anos e divulgado nacional e globalmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, órgão esse que faz parte da Organização das Nações Unidas. Para avaliar o nosso IDH, leva-se em conta três importantes critérios de desenvolvimento:
1º - Educação: São observados os níveis de conhecimento dos brasileiros. São medidos os graus de instrução, as taxas de alfabetização e as taxas de escolaridade (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Superior) que apresentam a média de anos escolares de um adulto. Avalia-se também questões como evasão escolar, taxas de repetência e demais aspectos que podem influenciar o setor da educação bem como a eficiência das políticas educacionais.
2º - Saúde: São observados aspectos relacionados à qualidade de vida da população brasileira. Um do mais importantes desses é a expectativa de vida ao nascer, que representa a média de anos de vida de um cidadão no país. Essa esperança de vida está relacionada à eficiência do setor da saúde no país, que deve garantir o acesso a medicamentos e vacinas, aos tratamentos de saúde públicos, entre outros serviços.
3º - Renda: Utiliza-se como parâmetro a qualidade de vida no que tange aos aspectos econômicos, como o PIB per capita (soma de todos os bens e serviços produzidos ao longo de um ano dividida pelo total de habitantes). Esse critério indica o “padrão de vida” do brasileiro não levando em consideração a desigualdade da distribuição de renda.
Saiba também: O que é taxa de natalidade e mortalidade?
→ Cálculo
O cálculo do IDH do Brasil representa uma média alcançada por meio dos três critérios explicados anteriormente: educação, renda e saúde. Todavia, para que o alcance desse resultado seja possível, é necessário que outros cálculos sejam feitos antes para chegar-se a uma média de cada critério. Basicamente, cada um desses cálculos é feito como se só o critério em questão fosse o resultado do IDH. Como o indicador leva em consideração três aspectos, é necessário chegar-se a uma média entre eles. Veja um exemplo:
A média da educação, no que tange à expectativa de vida, é resultante do seguinte cálculo:
Primeiro, estima-se um valor máximo para a expectativa de vida. Suponhamos que esse seja 80 anos. Depois, estima-se um valor mínimo. Suponhamos que esse seja 20. É preciso então saber qual a real expectativa de vida do brasileiro: aproximadamente 75 anos. Calcula-se então a primeira média:
75-20 dividido por 80-20: 0,916
Para os demais critérios, o mesmo processo é realizado, chegando a uma média para o grau de instrução como também para a qualidade de vida, segundo a renda do brasileiro. Calculadas as três médias, é possível então calcular a que resulta no IDH do Brasil.
IDH do Brasil no ranking mundial
O Brasil atualmente encontra-se na 79º posição no ranking do IDH mundial (uma lista com mais de 180 países), como divulgado pelo PNUD, em 2018. Há três anos, o país está nessa posição, encontrando-se, portanto, estagnado quanto ao desenvolvimento humano.
Houve uma melhora de 0,001 com relação ao ano de 2017. Essa melhora é constatada especialmente na saúde. A expectativa de vida ao nascer do brasileiro alcançou 75,7 anos. No que diz respeito à renda nacional bruta, o valor chegou a US$ 13.755, apresentando queda quando comparado aos anos anteriores. No que tange à educação, o país não apresentou melhora nem piora. A expectativa de escolaridade do brasileiro é de 15,4 anos, enquanto a média de estudo para um adulto a partir de 25 anos é de 7,8 anos.
Quando o PNUD considera o índice de desigualdade no país, medido pelo coeficiente de Gini (instrumento de medição criado por Conrado Gini, matemático italiano, que calcula o grau de concentração de renda), segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o IDH do Brasil caiu 17 posições no ranking mundial, apresentando um índice de 0,578.
A maior desigualdade do pais é encontrada na distribuição de renda, seguida pela desigualdade na educação e, por último, na expectativa de vida. Essa queda faz do Brasil um dos países mais desiguais da América e o nono mais desigual do mundo, segundo o PNUD.
→ Veja o IDH do Brasil nos últimos anos
Ano de referência |
IDH |
2010 |
0,699 |
2011 |
0,718 |
2012 |
0,742 |
2013 |
0,744 |
2014 |
0,754 |
2015 |
0,757 |
2016 |
0,758 |
2017 |
0,758 |
2018 |
0,759 |
Saiba mais: Saiba o que é explosão demográfica no Brasil
→ IDH das cidades
Além do IDH global, existe também o chamado Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, criado pelo PNUD Brasil, em conjunto com o Ipea e a Fundação João Pinheiro. Os mesmos critérios adotados para medição do IDH foram adotados para o IDHM.
As informações utilizadas são obtidas pelos censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os 5.565 municípios brasileiros foram avaliados segundo a expectativa de vida, a educação e a renda, e, obviamente, em conformidade com a realidade do país.
O IDHM, assim como o IDH, varia de 0 a 1. Quanto mais próximo o resultado de 1, melhor o desenvolvimento humano do município, quanto mais próximo de 0, pior.
A classificação desse indicador dá-se da seguinte forma:
- Muito baixo: 0 a 04,99
- Baixo: 0,500 a 0,599
- Médio: 0,600 a 0,699
- Alto: 0,700 a 0,799
- Muito alto: 0,800 a 1
Configura a situação de alguns municípios brasileiros quanto ao seu IDHM|1|:
Muito alto desenvolvimento |
São Caetano do Sul (SP) - 0,862 |
Águas de São Pedro (SP) - 0,854 |
Florianópolis (SC) - 0,847 |
Balneário Camboriú (SC) - 0,845 |
Vitória (ES) - 0,845 |
Alto desenvolvimento |
Rio de Janeiro (SP) - 0,799 |
Goiânia (GO) - 0,799 |
Marília (SP) - 0,798 |
Guarantinguetá (SP) - 0,798 |
Sorocaba (SP) - 0,798 |
Médio desenvolvimento |
Cambuquira (MG) - 0,699 |
Novo Alegre (TO) - 0,699 |
Irineópolis (SC) - 0,699 |
Lavras do Sul (RS) - 0,699 |
Marzagão (GO) - 0,699 |
Baixo desenvolvimento |
Antonina do Norte (CE) - 0,599 |
Bandeira (MG) - 0,599 |
Barro (CE) - 0,599 |
Iraquara (BA) - 0,599 |
Itapé (BA) - 0,599 |
Muito baixo desenvolvimento |
Assunção do Piauí (PI) - 0,499 |
Cocal dos Alves (PI) - 0,498 |
Pauini (AM) - 0,496 |
Satubinha (MA) - 0,493 |
Olivença (AL) - 0,493 |
Veja que há certa “tendência” no ranking do IDHM do Brasil. Os municípios que apresentam os melhores IDHMs concentram-se especialmente nas regiões Sudeste e Sul do país. Já os municípios com os piores índices encontram-se especialmente nas regiões Nordeste e Norte. Isso se deve principalmente ao desenvolvimento de cada região.
O Sudeste e o Sul brasileiros são regiões que atraem milhares de brasileiros devido à grande oferta de emprego. Essas regiões estão tomadas por polos industriais, comércios e também pelo desenvolvimento da agropecuária, um dos principais setores da economia brasileira.
Já as regiões Norte e Nordeste são menos desenvolvidas. Muitos estados ainda têm suas economias baseadas principalmente na agricultura de subsistência e no extrativismo mineral e vegetal. São influenciadas por fatores geográficos e climáticos que, por vezes, dificultam seu desenvolvimento econômico com relação às demais regiões brasileiras.
Saiba também: Agricultura no Brasil atual
IDH mundial
O IDH mundial refere-se a uma lista em que os países são comparados quanto ao seu índice de desenvolvimento humano. O ranking global auxilia a Organização das Nações Unidas a interferir naqueles territórios que apresentam maiores problemáticas sociais. Veja o ranking de 2018 com os melhores e piores IDHs do mundo:
Alto desenvolvimento humano |
Baixo desenvolvimento humano |
Noruega - 0,953 |
Níger - 0,354 |
Suíça - 0,944 |
República Centro Africana - 0,367 |
Austrália - 0,939 |
Sudão do Sul - 0,388 |
Irlanda - 0,938 |
Chade - 0,404 |
Alemanha - 0,936 |
Burundi - 0,417 |
Islândia - 0,935 |
Serra Leoa - 0,419 |
Suécia - 0,933 |
Burkina Faso 0,423 |
Singapura - 0,932 |
Mali - 0,417 |
Holanda - 0,931 |
Libéria - 0,435 |
Dinamarca - 0,929 |
Moçambique - 0,437 |
Leia mais: O que são e quais são os países desenvolvidos
Nota:
|1| Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Para acessar, clique aqui.