George W. Bush
George W. Bush foi eleito presidente dos Estados Unidos, pelo Partido Republicano, no final de 2000, e se tornou o 46º presidente a morar na Casa Branca. Ele foi reeleito em 2004 e encerrou seu mandato no final de 2008. Bush é filho de George H. Bush, 41º presidente norte-americano.
Sua presidência foi marcada pelos ataques terroristas em Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001, dando início à “Guerra ao Terror”, ou seja, a busca pelos culpados do maior atentado sofrido pelos Estados Unidos e o combate aos seus inimigos no Oriente Médio. Pouco antes de deixar o poder, Bush enfrentou uma grave crise econômica no ramo imobiliário.
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Resumo sobre George W. Bush
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George W. Bush nasceu em 6 de julho de 1946, na cidade de New Haven, no estado de Connecticut. Ele é filho de George H. Bush, 41º presidente dos Estados Unidos, e casado com Laura Welch, com quem tem duas filhas gêmeas (Bárbara e Jenna).
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Ele se formou na Universidade de Yale e na Escola de Negócios de Harvard. Em meados dos anos 1970, começou a trabalhar na área petrolífera.
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Em 1977, Bush se candidatou à Câmara dos Representantes, mas foi derrotado. Porém, em 1994, ele se elegeu governador da Flórida pelo Partido Republicano.
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No ano 2000, os republicanos o nomearam candidato à presidência dos Estados Unidos. Ele derrotou o candidato democrata Al Gore, em uma eleição cujo resultado foi proclamado pela Suprema Corte.
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George W. Bush governou os Estados Unidos de 2001 a 2008, enfrentando os ataques terroristas de 11 de setembro e iniciando a “Guerra ao Terror” contra seus inimigos no Oriente Médio.
Primeiros anos e juventude de George W. Bush
George Walker Bush nasceu em 6 de julho de 1946, na cidade de New Haven, no estado de Connecticut. Ele é o filho mais velho de George Herbert Walker Bush e Bárbara Bush. A família se mudou para o Texas, morando em Midland e Houston. Seu pai foi vice-presidente de Ronald Reagan, entre 1981 e 1988, e presidente dos Estados Unidos, entre 1989 e 1993. Seu avô paterno, Prescott Bush, foi senador por Connecticut.
Sua formação acadêmica começou em 1964, quando estudou na Universidade de Yale, graduando-se quatro anos depois como bacharel em Artes. Em 1973, Bush estudou na Escola de Negócios de Harvard e, em 1975, fez mestrado em Administração de Empresas.
Bush integrou a Guarda Aérea do Texas entre 1964 e 1973. Seus críticos afirmam que Bush foi tratado favoravelmente na guarda devido à influência do seu pai, que, na época, era membro da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.
Vida adulta de George W. Bush
Em 1977, George W. Bush começou a trabalhar na Arbusto Energy, uma empresa de exploração de petróleo. Porém, a empresa não deu certo por conta da queda do preço do petróleo no mercado, e Bush a vendeu para outras empresas. Quando começou o combate contra o Iraque, em 2003, esse passado ligado à exploração do petróleo foi utilizado pelos seus adversários para acusá-lo de invadir o território iraquiano no intuito de privilegiar empresas amigas do ramo petrolífero.
No mesmo ano, Bush se casou com Laura Welch, com quem tem duas filhas gêmeas, Bárbara e Jenna. Em sua vida pessoal, George W. Bush enfrentou problemas com o alcoolismo. Em 1976, ele foi preso após ser flagrado dirigindo embriagado. Bush ressalta que superou o vício em bebida alcoólica por conta do apoio de sua família, em especial de sua esposa, Laura.
Veja também: Partido Republicano e Partido Democrata nos EUA
Trajetória política de George W. Bush
Oriundo de uma família tradicionalmente republicana, George W. Bush logo se interessou pela política. Em 1978, ele se candidatou a uma vaga na Câmara dos Representantes, mas foi derrotado pelo democrata Kent Hance. Durante a campanha presidencial do seu pai, em 1988, Bush se mudou para Washington e o assessorou nos assuntos ligados à imprensa.
George W. Bush se lançou candidato ao governo do Texas, em 1994, e venceu as eleições. Ele cortou impostos e, tendo como base o seu passado, investiu na educação e na campanha de combate ao uso abusivo de bebidas alcoólicas. Quatro anos depois, ele foi reeleito, tornando-se o primeiro governador do Texas a ganhar uma reeleição. Em seu segundo mandato, Bush se aproximou de organizações religiosas e os índices de aprovação eram altos. O seu êxito na administração do Texas o tornou presidenciável nas prévias republicanas para as eleições do ano 2000.
Eleições de 2000
Após duas derrotas consecutivas nas eleições presidenciais, os republicanos indicaram George W. Bush como candidato do partido para o pleito do ano 2000. O candidato democrata foi Al Gore, vice-presidente durante o governo Bill Clinton. A campanha eleitoral foi muito acirrada, com os dois candidatos disputando voto a voto a escolha do eleitor norte-americano.
As eleições do ano 2000 ficaram marcadas não somente pela divisão entre os votantes, mas também porque o resultado foi proclamado pela Suprema Corte. Apesar de Gore ter obtido vantagem no voto popular, Bush foi reconhecido o vencedor por ter mais votos no Colégio Eleitoral. No Congresso, os republicanos ficaram com a maioria na Câmara, mas, no Senado, perderam cinco cadeiras, igualando o número com os democratas (50 senadores para cada lado).
George W. Bush na presidência
George W. Bush tomou posse como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2001. O cineasta Michael Moore, crítico de Bush, em seu documentário “Fahrenheit 11 de setembro”, mostrou alguns protestos contra a posse do novo presidente por conta da polêmica eleição do ano anterior e pelo fato de não ter recebido os votos da maioria dos eleitores.
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Atentado de 11 de setembro
A principal marca da gestão de George W. Bush à frente da Casa Branca foi o atentado terrorista em 11 de setembro de 2001. Na manhã desse dia, uma terça-feira, terroristas islâmicos ligados a Osama Bin Laden sequestraram alguns aviões para usá-los como armas e atacar os símbolos mais importantes dos Estados Unidos.
Dois aviões se chocaram contra o World Trade Center, duas torres localizados em Nova York. Quando o primeiro avião se chocou contra a primeira torre, acreditava-se ser um acidente aéreo. Minutos depois a segunda torre foi atingida por outro avião, o que confirmou ser um ataque terrorista. Pouco tempo depois, as duas torres desmoronaram, matando milhares de pessoas entre passageiros dos aviões, trabalhadores das duas torres e bombeiros.
Outros dois aviões estavam sob o comando de terroristas. Um deles atingiu o prédio do Pentágono, em Washington, a sede militar norte-americana. Acredita-se que o outro avião atingiria a Casa Branca, sede política dos EUA, mas os passageiros conseguiram matar os terroristas e desviar a rota planejada. Porém, o avião caiu em uma zona rural, no estado da Pensilvânia. Os ataques de 11 de setembro foram registrados e transmitidos ao vivo pela televisão, causando pânico e medo não apenas entre os norte-americanos, como no mundo todo.
Os ataques terroristas mudaram as estratégias de Bush para o seu primeiro ano de mandato. A política externa se sobrepôs à interna. Ele tentou mostrar para a opinião pública que era um líder nacional capaz de vingar tal ação contra os Estados Unidos de forma imediata e certeira. Ao se descobrir que foi a organização terrorista “Al-Qaeda”, liderada por Osama Bin Laden, a responsável pelos ataques, Bush ordenou um ataque militar contra o Afeganistão, país localizado no Oriente Médio que abrigava terroristas ligados a Bin Laden.
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Videoaula: O que é a Al-Qaeda?
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Guerra ao Terror
Essa ação militar no Oriente Médio foi chamada de “Guerra ao Terror”, e os inimigos norte-americanos, como Afeganistão, Iraque, Irã e qualquer outro país que desse cobertura ou proteção para integrantes da “Al-Qaeda”, seriam alvos de ataques por parte dos Estados Unidos.
Dentro dessa estratégia de “Guerra ao Terror”, Bush, em 2002, elencou o Iraque como inimigo número 1 dos Estados Unidos. Segundo ele, o país governado por Saddam Hussein guardaria armas de destruição em massa. Apesar das acusações da Casa Branca carecerem de provas contundentes e das críticas dos países ocidentais a qualquer ação militar contra o Iraque, em 2003, os Estados Unidos invadiram o país. George H. Bush, pai do então presidente, também travou uma guerra contra Saddam Hussein, em 1991, porém não o tirou do poder.
Os ataques norte-americanos rapidamente surtiram efeito e o ditador iraquiano foi deposto, porém ele fugiu logo após a conquista da capital, Bagdá. Saddam foi capturado meses depois, quando foi preso, julgado e condenado à morte no final de 2006.
O primeiro mandato de George W. Bush se concentrou nas ações militares no Oriente Médio contra os terroristas da “Al-Qaeda” e na caçada a Osama Bin Laden. Apesar da vantagem numérica e em armamentos, vários soldados perderam as suas vidas, o que gerou revolta contra o governo Bush. Além disso, os terroristas presos no Oriente Médio foram levados para Guantánamo, base norte-americana localizada em Cuba. As denúncias de tortura dos prisioneiros levaram integrantes da CIA (Agência de Inteligência Americana) a se explicarem sobre as técnicas violentas usadas contra os presos para que estes revelassem planos de ação da “Al-Qaeda” ou delatassem seus superiores.
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Segundo mandato de George W. Bush
Nas eleições presidenciais de 2004, Bush se lançou candidato à reeleição, e os democratas indicaram John Kerry. O republicano foi reeleito usando como mote eleitoral o combate ao terrorismo e a segurança nacional. Naquelas eleições, não houve questionamento quanto ao resultado, pois Bush foi reeleito no voto popular e no Colégio Eleitoral. No Congresso, os republicanos formaram maioria em ambas as casas legislativas. Para os críticos do presidente, ele teria usado o medo como forma de conquistar votos dos eleitores.
No começo de 2005, primeiro ano do segundo mandato de George W. Bush, o Furacão Katrina atingiu a cidade de Nova Orleans, no estado da Louisiana. A demora da Casa Branca no auxílio aos sobreviventes gerou críticas e se levantou a questão do racismo, pois a cidade é de maioria negra. Bush demorou para visitar a região e a ajuda financeira não era suficiente para a reconstrução da cidade. O racismo ainda era uma ferida aberta nos Estados Unidos.
A “Guerra ao Terror” continuou durante o segundo mandato de Bush. O Iraque começava a formar um governo democrático logo após a queda de Saddam Hussein, mas as tropas norte-americanas não eram mais vistas com bons olhos pelos americanos como em 2003. O terrorismo ainda persistia na região e, somado a isso, destacava-se a violência de alguns soldados contra os iraquianos.
Internamente esse combate ao terrorismo se tornou impopular por conta dos gastos e da falta de investimentos em problemas internos. Apesar de todo o esforço da Casa Branca no combate aos terroristas, o maior inimigo, Osama Bin Laden, ainda não havia sido capturado e não foram encontradas as armas de destruição em massa no território iraquiano.
No final de 2007, a economia norte-americana foi sacudida com o estouro da bolha imobiliária. As hipotecas entraram em crise e, segundo especialistas, os Estados Unidos entraram na maior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial. Muitos norte-americanos empobreceram, perderam suas casas e vários bancos faliram.
Em 2008, o último ano de George W. Bush na Casa Branca, os republicanos indicaram John McCain, senador e veterano da Guerra do Vietnã, enquanto os democratas indicaram o senador Barack Obama. Apesar da pouca experiência política, Obama possuía boa retórica e se tornou um símbolo de renovação após oito anos de republicanos no poder. Além disso, Obama se tornaria o primeiro negro presidente dos Estados Unidos.
Veja também: Origem do sistema presidencialista nos Estados Unidos
Pós-presidência de George W. Bush
Logo após a posse de Barack Obama, em janeiro de 2009, George W. Bush se mudou para Dallas, no Texas. Ele fundou o Centro Presidencial George W. Bush, responsável por guardar documentos do período em que governou os Estados Unidos. Em 2010, Bush lançou seu livro de memórias, no qual tentou justificar algumas ações tomadas enquanto presidente.
Sua participação na política foi discreta ao endossar seu irmão Jeb Bush nas primárias republicanas em 2016, que desistiu de se candidatar. George W. Bush não apoiou o governo Donald Trump e assinou uma nota em conjunto com outros ex-presidentes, como Barack Obama, Bill Clinton e Jimmy Carter, repudiando a invasão ao Capitólio, no começo de 2021.
Créditos das imagens
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